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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

sábado, 19 de maio de 2012

BIDI - 17-05-2012 - AUTRES DIMENSIONS

BIDI - 17-05-2012 - AUTRES DIMENSIONS



Pergunta: Eu tenho dificuldade em permanecer centrado, os pensamentos, as recordações afluem, partem em todos os sentidos sem que sejam perguntas. Isso esvazia o mental, alimenta-o? Como sair disso?
O conjunto do que te é submetido, que aparece sob o olhar da tua consciência (qualquer que seja o lugar onde ela esteja situada), te dá a ver o que tu mesmo chamas «partir em todos os sentidos», te impedindo de estar centrado. Não há porta de saída mas uma porta de entrada.

Querer sair dos teus próprios pensamentos é tão estúpido como querer sair de dentro: tu não podes entrar dentro. O mesmo é dizer aceitar observar o que se desenrola e refutá-lo. Olhar não quer dizer aquiescer. Isso te vai dar os funcionamentos e os mecanismos do que tu chamas «o que parte em todos os sentidos», te dando a ver, então, porque tu partes em todos os sentidos.

O que é que isso traduz, não ao nível de uma origem mas antes no que tu dizes? Porque é que tu te descentras tão facilmente? O que é que te desestabiliza e te faz perder o teu centro? Onde se situa a causa profunda, não as causas, não na tua história ou no teu histórico, mas antes no instante presente? O que se passa nesse momento? Porque estás tu perturbado? Em que é que esses pensamentos, que não te dizem respeito, te perturbam?

Isso significa, certamente, que há uma incapacidade de se colocar à distância e de refutar os teus próprios pensamentos, traduzindo, aí também, um princípio de identificação com aquilo que passa, aquilo que não é imutável, aquilo que não é eterno. 

Tu estás, de qualquer modo, distraído pelo que é passageiro, pelo que não se refere senão à personalidade e ao seu desenvolvimento no seio desta matéria. Tu esqueces que tu não és isso. Há, portanto, um sentido de implicação exagerado no afetivo, nas relações, no que é visto, nos pensamentos que se desenrolam. Tu és, portanto, lançada pelas tuas próprias emoções e pelos teus próprios pensamentos, porque tu lhes dás peso, consistência e porque tu és persuadido que eles vêm de ti.

É uma questão de aceitar, de forma conceptual, que tu não és os teus pensamentos, e não é por isso que os pensamentos vão desaparecer. Simplesmente coloca-te no observador que não é esses pensamentos mas que vê esses pensamentos desenrolarem-se. Esses não são os teus. Há, portanto, um princípio de identificação te dando a impressão, e à tua consciência, de estar em todos os sentidos, quer dizer que os pensamentos te levam em algum lugar [algures] mas não ao teu centro, tu mesmo o dizes.

O que significa, sem procurar mais longe, que tu te deixas seduzir pelos teus próprios pensamentos e quando estes te convêm, tu estás centrado, ou tu tens a ilusão de estar centrado, porque os pensamentos correspondem a qualquer coisa que te tranquiliza. Nenhum pensamento pode estabelecer o Absoluto. Nenhum pensamento pode tranquilizar-te, de maneira durável, quer tu partas em todos os sentidos ou que tu tenhas a impressão que eles são agradáveis. Os pensamentos não têm que ser nem agradáveis, nem desagradáveis. Eles não fazem senão passar. E como tudo, eles passarão. Isto é efêmero.

Tu dás peso ao efêmero e isso te altera. Tu não estás, portanto, localizado no lugar certo para os ver e os refutar. Contudo, o fato de que isso seja acentuado neste momento é, exatamente, o que tu tens a ultrapassar e a transcender, na tua refutação. Desde que um pensamento aja sobre o teu afeto, sobre uma decisão, tu não és mestre de ti mesmo porque é o pensamento que decide por ti.

Reflete: quem decide? Definitivamente, é sempre a razão, é sempre o intelecto, dos quais alguns se vangloriam. A problemática vem de que os pensamentos (naqueles que estão, como vocês dizem, no caminho espiritual) podem perder a cor, a impressão de uma intuição (como por exemplo os impulsos da alma ou os impulsos etéricos) mas são sempre pensamentos que te levam a pensar e a conceptualizar a noção do que é bom para ti e do que é mau para ti.

Enquanto tu pensares assim e aceitares este mecanismo de pensamento, tu não és Livre: tu estás submetido aos teus próprios pensamentos, o mesmo é dizer, ao discernimento e à intuição que te impedem de ver a Unidade e, ainda mais, o Absoluto.

O Absoluto não é nem bem nem mal, ele não tem o que fazer com este referencial. O Absoluto não tem o que fazer com o Si, não tem o que fazer com a intuição e os carismas porque tudo isso revela uma projeção, uma manifestação exterior ao que é eterno, a qualquer coisa que se manifesta e que vem impedir ou facilitar o quê? O eu ou o Si.

O Absoluto se revela porque as circunstâncias da Terra já não são as mesmas.
Se, em ti, isso reativa e a reaviva os pensamentos, isso quer dizer que, na tua história, tu concedeste muito espaço à razão, muito espaço aos afetos, ao olhar do outro, aos pensamentos do outro. Isso, também, te impede de te unires ao teu centro porque, no centro, há toda a força, há tudo o que é necessário. É um espaço e um tempo, sem espaço e sem tempo, onde a escolha não tem mais razão de ser, onde a razão não tem mais razão de ser.


A razão vai ser aplicada nos setores onde a razão é necessária e somente onde é necessária: sentar-se no lugar certo para conduzir um veículo e, por trás disso, isso é a razão. Mas, desde o instante em que, no afeto, desde o instante em que, nas relações, quaisquer que elas sejam, tu deixas passar à frente a razão, tu te perdes. Porque, como eu disse ontem, há sempre uma hipótese, em duas, de te enganares.

E é exatamente o que chega, porque os pensamentos não são senão o resultado, em definitivo, do medo, dos mecanismos de sobrevivência, de manutenção da artificialidade do ego, da pessoa.

Feliz aquele que não tem mais pensamentos perturbantes. Feliz aquele que não crê mais nos seus próprios pensamentos porque ele é Livre.

Enquanto tu aderires aos teus pensamentos, agradáveis como desagradáveis, tu não és Livre porque estás persuadido que és tu que pensas. O que pensa é o ator, é a marioneta, não é aquele que puxa os fios e, ainda menos, aquele que está acima dos fios.

Nenhum pensamento confere a Liberdade, mesmo o mais esclarecido. A Liberdade não está deste lado do véu, ela não está numa qualquer razão, numa qualquer explicação e, ainda menos, numa compreensão mas no simples fato de aceitar ver, sem julgar, honestamente, o que se desenrola. E são os pensamentos que se desenrolam. Certamente, eles estão inscritos na tua história, na tua razão, mas tu não és nem a tua história, nem a tua razão. O domínio do espírito, o domínio do Absoluto, não tem o que fazer dos pensamentos já que, no Absoluto, não existe nenhum pensamento. No Samadhi, só existe um pensamento: a autocontemplação da Luz.

O objetivo da meditação não visa suprimir os pensamentos porque, enquanto o saco de comida estiver aí, haverá sempre pensamento. Salvo se a passagem foi criada: então, tu podes refugiar-te no Absoluto ou no Samadhi. Aí, não há mais pensamento. Mas querer resolver o mecanismo do pensamento no lugar onde ele nasceu não quer dizer nada. Querer se apoiar na meditação, na Vibração, para fazer cessar os pensamentos, é, da mesma forma, aleatório: por vezes funciona, por vezes não funciona e vocês o constatam nos Alinhamentos, nas meditações. Enquanto subsistir um pensamento que perturbe (eu entendo por perturbador: quem está na frente da cena), vocês não são vocês.

Vocês não podem combater os pensamentos porque vocês os reforçam. Vocês não se podem opor aos pensamentos, eles não são do mesmo mundo que vocês. 

A única porta de entrada consiste em não mais aceitar a ditadura dos pensamentos. A primeira etapa é a de apreender e de viver que os pensamentos não fazem senão surgir num ecrã da consciência. Mesmo que vocês tenham a impressão de aplicar um conjunto de certezas matemáticas, essas não são senão crenças abstratas que encontram, como certas, as aplicações neste mundo: há uma lógica mas esta lógica não tem nada a ver com o Absoluto e, também, não tem nada a ver com a Unidade.

Será que o místico que voa nos ares aprendeu as leis matemáticas, físicas, que permitem a um avião voar? O que é que é predominante, em vocês, em ti? A necessidade de explicar, a necessidade de compreender, o medo, o fato de ser invadido?

O que eu digo para os pensamentos é da mesma natureza do que eu acabei de exprimir para o voo do místico. E depois, num dado momento, o místico se apercebe que não tem necessidade de voar. Ele é total e inteiro, aqui mesmo, neste saco. Ele não tem nada de que escapar. O saco de comida e os pensamentos se escaparão, eles mesmos, aquando da morte. Nenhum pensamento sobrevive noutro lado senão na memória comum.

Mesmo os maiores pensadores, através dos seus escritos, não dão a viver senão elementos irreais, aos quais aderimos, como a uma lei matemática ou uma lei física que é suposto explicar um mecanismo de funcionamento. Mas eu vos lembro que esses mecanismos de funcionamento não são válidos senão aqui, não no Absoluto.

Isso une, muito precisamente, esta frase: aí, onde vocês colocam a vossa atenção, aí, onde vocês colocam a vossa consciência, se localiza a Vibração e está o reflexo do que vocês são, aqui, neste mundo, mas não permite ao Absoluto se revelar a vocês.

O ego vai construir todas as estratégias necessárias à sua sobrevivência. Os pensamentos são certamente um dos mecanismos mais potentes porque o pensamento surge de parte nenhuma, se apoia, de toda a maneira, em conceitos e em afetos, sobre o que foi construído antes. Ora, é precisamente isso que é preciso ver e desconstruir, não por uma ação da vontade, mas aceitando vê-lo. O ver vos coloca à distância, da mesma forma que vocês não podem ver o Absoluto. E se vocês o quisessem ver, vocês o colocariam ainda mais à distância e distante.

O mecanismo dos pensamentos, indo em todos os sentidos, se aplica, simplesmente, para vocês se recentrarem porque é no centro que tu concretizarás a visão do que são esses pensamentos, como não sendo os teus. Mas, se tu permaneces submisso à agitação, se tu permaneces submisso ao fato de que isso parte em todos os sentidos, tu participas, como tu o disseste, nessa descentragem. Estando descentrado, tu não tens nenhum meio de ação sobre o pensamento. E também, se tu querias agir sobre o pensamento, ele se reforçará até se tornar obsessivo: isto é muito comum.

A refutação, aí também, permite, ao mesmo tempo, identificar o que são os pensamentos, onde eles nasceram e onde eles desaparecem, facilitando, de qualquer modo, a não identificação, já que tanto no Samadhi como na presença do que é Absoluto, isso não existe. O importante, aí também, é estar lúcido, olhar claramente. Se tu apreenderes verdadeiramente que tudo o que passa não é eterno, tu apreenderás que os pensamentos estão no primeiro plano, bem mais do que as emoções. Todo o pensamento relativo à identidade que tu tens, ou que portas, mesmo se ela te parece vir de parte nenhuma, de onde queres que ela venha, independentemente desse corpo de comida que tu não és.

Tudo é um problema de atenção e de intenção. Se tu aceitares observar os pensamentos a passar, a se desenrolar, e se tu não mexeres, tu vais vê-los pelo que eles são: elementos perturbadores que vêm perturbar a superfície da tua consciência, fazendo-te jogar a razão ou a desrazão. O que não muda nada no sentido profundo que é, simplesmente, desviar-te do teu centro, levando-te a procurar uma porta de saída ilusória, através de inúmeras técnicas visando fazer silenciar o mental. Mas nenhuma técnica pode fazer silenciar o mental porque ele não se cala nunca, exceto no Absoluto.

Tu és, ao mesmo tempo, o problema e a solução. Estar afetado pelos seus próprios pensamentos, qualquer que seja o seu conteúdo, te leva inexoravelmente a te afastar do teu centro, a te afastar do que tu És, e ainda mais, a te afastar do não Si. Olhem o mundo. Quantos preferem ir fazer compras às lojas e comprar roupas em vez de meditar, mas o resultado é o mesmo: num caso, como no ouro, vocês criam um desejo e uma necessidade.

É vos preciso ultrapassar o desejo e a necessidade. O pensamento se inscreve nesta dinâmica de desejo e necessidade, de compreensão, de explicação, de decisão e de escolha. Assim, esta agitação que tu vives é um convite a ultrapassar tudo isso, a deixar desenrolar-se, sem intervir, o que se desenrola.

Então, certamente, aquele que permanece no ego e na personalidade me vão dizer que isso não é verdade, que ele é obrigado a controlar a sua vida, a sua espiritualidade, a manter os seus âmbitos, os seus limites, os seus confinamentos. Do ponto de vista do ego, do que é limitado, é sempre justo. E isso torna-se totalmente falso no Si e, eu diria mesmo, oposto, quando tu és Absoluto. Nenhum pensamento pode ter nenhuma ação sobre o que tu vives interiormente, exceto descentrar-te. Mas isso nunca te pode trazer, o que quer que seja (o que quer que vejas, o que quer que penses).

Os que estão instalados no pensamento não podem compreender as palavras que eu acabo de pronunciar porque eles estão situados, exatamente, no oposto do que eu disse. Coloca-te, portanto, a questão: Tu sabes o que queres Ser? Tu sabes onde vais? Tu sabes onde te situas? Enquanto isso existir tu não podes encontrar nem ser absoluto. É por isso que a Lucidez, a Transparência e a iluminação, são indispensáveis.

O exemplo que dei ontem, permanece válido: vocês entram numa sala onde há, no solo, uma corda enrolada. Mas está escuro: para vocês, é uma serpente. Vocês têm, medo, até ao momento em que vocês compreendem que é uma corda. Vocês riem. Para além disso, há o fato de que não havia nem serpente, nem corda, nem Luz.

Vocês se dirigem, hoje, (para aqueles que ainda não o tocaram), para este Absoluto ou para esta Presença. Tanto um como o outro vos permitem obter, previamente (pelas Vibrações ou pelo Abandono do Si) um estado encarnado, totalmente destacado do fruto das suas ações, sem nenhuma projeção no futuro, sem nenhuma reminiscência do passado.

Se forem capazes de permanecerem vazios de tudo isso, de todas as informações, então não há um único passo a dar, vocês estão muito próximos, o que quer que vos sussurre, ao ouvido, o vosso ego, quaisquer que sejam os teus pensamentos.

Pergunta: O que devo deixar e como posso deixar para que a Onda da Vida nasça em mim?
Absolutamente tudo. Nada reter. Deixar tudo. Enquanto tu retiveres qualquer coisa, isso não funcionará.

É preciso parar de olhar para o umbigo. É preciso, também, parar de olhar o que quer que seja. É preciso, aí, por exemplo, estar plenamente presente no Si e nada desejar ou nada pedir. Nada esperar. Ficar aí, simplesmente. Se tu fores capaz de fazer isso por alguns minutos, a Onda da vida te aparecerá mas ninguém pode fazer isso por ti.

Coloca-te a questão de saber se tu és capaz de parar tudo, o que quer que te sussurre o ego: «eu vou morrer», «eu vou perder o controle», «eu vou ficar louco». O ego tem muitas soluções de substituição para te dissuadir a permanecer tranquilo. Coloca-te em qualquer lugar, e aí, não peças nada, não faças nada, deixa vir a ti sem barreiras e sem medo. Porque neste estado, é aí que, tu serás o mais justo, o mais próximo, a fim de que aquilo que não é deste mundo nasça em ti.

Antes, o ser humano não era senão uma miscelânea e um conjunto de crenças se harmonizando mais ou menos bem umas com as outras. Tu não és isso. É preciso, como eu disse ontem, sair do ponto de vista da pessoa: ele não existe.

Há, a este nível, a necessidade, cada vez mais premente, te pedindo para te manteres tranquilo, imóvel. Tu passarás pelo observador e, num dado momento, identificável entre todos, por ti mesmo. Tu apreenderás que esse momento é exato. E desde o instante em que o momento é exato, a Onda da Vida está aí. Ela nunca deixou de estar aí. É o teu consciente, os teus medos e as tuas dúvidas que a impediram de estar totalmente consciente no seio da personalidade.

Eis o que é para realizar: é uma não realização, uma não ação. 


Pergunta: Uriel me fez penetrar, pelas portas Atração e Unidade, da Luz, para facilitar a percepção do Coração. O que é isso, a percepção do Coração? Ela tem uma ligação com a refutação?
A percepção do Coração é, antes de tudo, como o seu nome diz, uma percepção que está instalada na região do peito. Diferentes percepções, diferentes vivências, conduzindo, de qualquer maneira, segundo uma gradação, à presença e à mistura do que é denominado o supramental e a Onda da Vida.

Estremecendo, esta Vibração, e depois este tremor ou este Fogo do Coração, amando, numa ação sobre a consciência, já que a Vibração é a consciência do eu, do Si e, em todo o caso, ela se inscreve nesse saco de comida. Num primeiro tempo, colocar-se na Vibração ou no Coração não é uma vista do espírito mas um ato consciente, da própria consciência, destinado e visando fazer-te sair da ilusão e da personalidade.

Depois, vem o vazio ou o nada (néant): a Vibração não está mais aí. A consciência está instalada no coração e ela está, de qualquer modo, amadurecida para se abandonar ela mesma. E aí, a Onda da Vida nasce. Ela sempre nasceu, de toda a eternidade, mas pelo fato da cessação das atividades baixas do Coração (o mental), o lugar está livre para outra coisa.

A Unidade, como o Absoluto, não se podem estabelecer, se o podemos dizer, enquanto existir uma interrogação, uma atividade, do mental. É neste sentido que as reuniões que vocês têm às 19 horas [hora francesa] têm por objetivo vos saturar de Vibrações e de vos levar à vossa responsabilidade, à vossa verdadeira Liberdade. 

Apreende que é exatamente isso o que realiza o Arcanjo Uriel, denominado Anjo da Presença e Arcanjo da Reversão. Isso proporcionará uma capacidade, maior, de estar à escuta e de ultrapassar o que se apresenta aos olhos da consciência. Quando isso acontece, a refutação é automática porque aí está o vivido.


Pergunta: Eu tinha a certeza interior de que eu era capaz de aceitar serenamente a partida de um ser próximo. Hoje, a minha mãe está em vias de morrer e, muito frequentemente, a tristeza me submerge. Porque permanece todo este sofrimento em mim?
Por que não te autorizas tu a viver esse luto, a viver essa perda e vivendo-a como uma perda? Porque, para a ilusão, é uma perda. Esse saco de comida, que foi a tua mãe, vai desaparecer e tu permaneces. Há uma falta de qualquer coisa. Por que impedirias tu isso de se manifestar?

Refutar não é impedir uma manifestação. Se crer forte, porque vivemos as experiências de Si (ou do Si) é muito, muito rapidamente capturado por esse gênero de perda, por esse gênero de desaparecimento. O que é que isso mostra, sem nenhuma culpabilidade? É que o Si não é Eterno. Apenas o Absoluto é Eterno.

Se tu estás afetado, aceita olhar. Tu não tens que criticar. Tu não tens que substituir, parte alguma, mas simplesmente estar lúcido de que a morte te envia à tua própria morte e, portanto, te chama a encarar, da maneira brutal: o que é a morte? Como encaras tu a tua própria morte?

Se tu aceitas que o que morre não és tu mas, justamente, esse saco de comida e a sua consciência, a tua mãe não representou senão uma projeção síncrona de ti mesmo (ela no seu corpo) e a tradução de um certo número de afetos que, desde a partida, são efêmeros e não são reconhecidos como tal.

Há, portanto, uma dependência, um apego, um sofrimento, que está ligado à perda. Isso te chama, simplesmente, a viver a experiência. A ver isso. O Si não pode nunca ultrapassar a morte (em todos os sentidos do termo). Apenas o Absoluto faz isso. Porque a vida e a morte estão intimamente ligadas, na ilusão. No Absoluto não há vida nem morte.

Enquanto vocês não forem capazes de amar sem a presença daquele que é amado, que amor é esse? Por que razão haveria uma falta para aquele que é Amor? De quem quer que seja ou do que quer que seja.

As ligações familiares dizem bem o que elas querem dizer: são ligações. Estas ligações vos tranquilizam, porque elas criam um sentimento de perenidade, porque uma mãe se perpetua no seu filho que, por sua vez, se perpetua, ele mesmo, num outro filho. Enquanto conjunto não representa senão projeções. Será que o teu sofrimento vai durar para além de um tempo? Será que ele é o mesmo dentro de 6 meses? Por vezes sim, por vezes não. É a ruptura, o sentimento de perda, que desencadeia isso.

Quem é esse que crê que perdeu alguma coisa, senão o ego?
Se tu mudares de olhar, tu verás que o que tu És não sofre. Por um momento transitório, tu saíste da poltrona e tu entraste no papel do ator e na interação com um outro ator. Esta interação não quer dizer nada, porque aquele que tu amaste, enquanto mãe, noutro lugar, é um ser que foi o teu carrasco. Portanto, tu estás influenciado e marcado pelo instante, o instante da ligação (aqui, chamada criação ou procriação).


Há necessariamente esta perda e o medo da perda, que está inscrito em ti. Porque aquele que sabe o que é a morte não pode ser afetado pela morte de um próximo. Por contrário, se ele pensa no morto, ele deveria estar contente e feliz, porque ele saiu da Ilusão, enquanto tu aí permaneces. 

Onde colocam vocês o amor? Colocam-no na ligação e na dependência? Ou então, colocam-no no fato de que um ser seja Libertado da limitação, do confinamento, da ignorância? Isso prova, também, que tu te colocas no teu ponto de vista, mas não no ponto de vista daquele que parte, não no seu sofrimento, mas na sua Libertação futura.

Vocês encaram a morte como uma perda. Mas a morte é tudo menos uma perda. Eu poderei responder-vos que a vida é uma perda, aqui. Sim, porque vocês perdem o Absoluto. Aí, está a verdadeira perda.

Enquanto vocês considerarem que a perda do vosso corpo, de uma ligação, qualquer que seja, vos afeta, isso é um sinal da personalidade, ou do Si. Aquele que está, realmente, no Absoluto, sabe muito bem que a morte é um nascimento. O verdadeiro nascimento. Não aquele que vos conduz a vos projetar nesse corpo no qual vocês habitam.

Vocês estão invertidos, porque este mundo está invertido. E vocês sofrem de inversão quando ela desaparece. Aceita o sofrimento. Vive-o. Mas compreende o seu sentido, o apego que está por trás. Enquanto tu estás sujeito a este gênero de reação, aceita vê-la, mas vê mais longe do que isso, porque isso traduz outra coisa que não a simples perda afetiva daquela que te alimentou e te pões no mundo. É bem mais que isso.

Enquanto noutros países, a morte é uma festa, há uma tal cultura da personalidade e do efêmero, neste mundo, que vocês festejam os nascimentos e se alegram quando uma alma está de novo confinada. Vocês querem-no, mesmo enquanto mães (confinar as almas), porque vocês estão sós.

Se forem ao limite desta lógica, vocês verão aparecer, claramente, as faltas, a necessidade de se encherem de ilusões. O instinto de reprodução, que apela à vida, não é senão um apelo à morte. Vocês são Eternos e vocês são Amor. Por que caricaturar o Amor num qualquer nascimento? Ou a perda de um amor numa qualquer morte? Conceptualizem e vivam que isso não é senão um ponto de vista e uma posição e que, dessa posição, aí onde vocês estão, resulta o sofrimento ou o não sofrimento.

O sofrimento não existe. Quando tu morres, será que tu levas o teu sofrimento? Será que o que sofreu, no momento da sua morte, é capaz de levar o seu sofrimento, como as suas joias, para algum lugar?

Enquanto vocês se colocarem, vocês mesmos, no efêmero, qualquer que seja esse efêmero (um filho ou um parente, nesse corpo que é o vosso), vocês sofrerão, porque o efêmero é sofrimento. Não se trata de negar o sofrimento mas ver, claramente, o que se desenrola. Queres, simplesmente, que os teus Samadhis e a tua Alegria alternem com o sofrimento? Ou queres não ser mais tributário de todo o sofrimento?

O sofrimento não é nunca inevitável. Ele não está senão em ressonância com um ponto de vista. Não esqueças que o sofrimento, antes de tudo, é um processo químico, quer este sofrimento seja físico ou psicológico. A consciência gosta de sofrer. O Absoluto não pode sofrer. Mesmo se esse corpo for tocado. E eu falo por experiência. Na verdade, a própria expressão, quando vocês dizem: «eu estou doente», «eu tenho um cancro», «eu estou de luto», quem é que está de luto, quem é que tem um cancro? Esse corpo. Não vocês. Mas vocês estão de tal maneira agarrados à vossa pessoa que vocês não veem nada senão a vossa pessoa.

Coloquem a questão de porque é que vocês estão agarrados ao efêmero, agora que vocês sabem que ele é efêmero e que o efêmero é, necessariamente, sofrimento. 


Perguntem a um bebê, se ele tiver a memória, se ele está feliz de estar aí? Ele está feliz onde? No ventre. Mas não quando ele sai. Perguntem a um morto, que está morto (mas não antes que ele morra, mas depois): será que ele está contente?

Portanto, vocês projetam, sem parar, os vossos quadros de referência, relativamente à vossa falta. Reflitam. Se não houvesse lugar para a falta, em vocês, por que manifestar um qualquer sofrimento por aquele que está Libertado? De fato, o vosso ponto de vista é egoísta. 

Vocês têm falta de amor e, portanto, vocês têm falta de respeito por aquele que está no Amor, já que ele parte, ou ele partiu. E vocês amam aquele que chega. Do ponto de vista da pessoa e da lógica humana, familiar e social, é perfeito. Do ponto de vista do Absoluto, é retorcido. É completamente o inverso. E é a Verdade. O que é que vocês exprimem quando a falta do outro vos toma? A falta de vocês mesmos, simplesmente, já que o outro é vocês.

Então, é bonito falar de amor e dizer que tu és Um e experimentar isso. E vem uma separação ou uma perda. O que é que vocês manifestam? O sofrimento. A Alegria desparece. Por quê? Sempre o mesmo: por causa da falta. E a falta se inscreve como uma subdivisão do medo. Porque, aqui, neste mundo onde vocês estão, vocês estão separados, divididos e vocês estão sós. Porque a personalidade vive disso.

Será que o Absoluto está só? É impossível refletir dessa forma. O Absoluto não está só nem envolvido. Ele é Tudo. No tudo não há falta. São vocês que estão em falta. E vocês procuram em todo o lado: pela espiritualidade, pela psicologia, por esta busca desenfreada de vocês mesmos e vocês esquecem que tudo isso já está aí. E vocês mantêm o espetáculo.

O teatro, ele é eterno. Vocês repetem os mesmos atos, os mesmos cenários, os mesmos sofrimentos, de vida em vida. Será que vocês são isso? Será que vocês são esse efêmero, que se reproduz, sem parar, com as mesmas faltas, os mesmos sofrimentos, os mesmos terrores? É esse o vosso ponto de vista? Reflitam.

Vocês não são o sofrimento. Isso não quer dizer ignorar o sofrimento, mas não estar identificado. Ele está aí. O que é que ele mostra? Não há porta de saída, aí também não, exceto o Absoluto ou a morte. Mas vocês não podem refutar a vida ou por fim à vida, porque o Absoluto contém, também, essa vida, invertida. O Absoluto não está excluído da vida, mesmo aqui. É impossível. Eis o que diz a perda de um ser querido.

Qualquer que seja esta perda, é preciso ir além. Porque o sofrimento não exprimirá, definitivamente, senão, sempre e exclusivamente, a personalidade e as suas faltas, as suas frustrações, mesmo através do que é denominada uma ligação de amor. Isso não é a Liberdade.

Ousem ir ao outro lado, onde está a Eternidade, onde está a verdadeira Liberdade e a verdadeira Alegria, o Riso, para além de todas as circunstâncias desta vida, desse corpo.

Cabe a vocês saberem o que vocês querem: manter o sofrimento ou ser Absoluto?



Mensagem de BIDI no site francês:
17 de maio de 2012
(Publicado em 18 de maio de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira 

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C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/

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