BIDI - 17-09-2012 - PARTE 2 - AUTRES DIMENSIONS
(Conforme BIDI disse, o nome escolhido por ele era uma qualidade de tabaco que ele vendia em sua pequena loja.)
Questão: Entre a consciência na personalidade e a consciência no Absoluto, o que é contínuo e o que é descontínuo?
Mas
a consciência da personalidade é descontínua. A única coisa contínua é o
que nunca se mexeu: é o centro de todo centro, presente em tudo.
Somente o movimento é existência, projeção, exteriorização, tomada de
forma, qualquer que seja a Dimensão.
O Absoluto não faz caso
disso tudo. Ele não depende de nenhum tempo, nenhum espaço, nenhuma
Dimensão, nenhuma forma, nenhuma apropriação, de nada que possa ser
conhecido.
Vocês não conseguem dar-se conta do que vocês São.
Vocês não podem imaginá-lo no início de um caminho, porque não há
caminho, não há estrada. Há o que É, antes que esta excrescência, este
saco de comida, este saco mental aparecem: isso é o que tu És. Todo o
resto é descontínuo, efêmero, ilusório, enganador.
Não existe,
para o Absoluto, nenhuma representação possível, porque toda
representação (qualquer que seja o suporte disso) é ilusória. Como eu já
disse: tenta encontrar o que tu Eras antes mesmo que o sentido do “eu”
aparecesse, há três anos. Neste momento, isso não será mais uma
lembrança, nem uma reminiscência, mas a Verdade.
Não esqueça que todo conhecimento, sobre esse mundo, é ilusório.
Como eu o disse: todo conhecimento, tal como vocês o chamam, é apenas
uma ignorância, porque aquele que é Jnani sabe pertinentemente o que ele
É e ele vê o jogo ilusório de todos os sistemas de conhecimentos
(científicos, morais, sociais, psicológicos) nos mecanismos íntimos
deste saco, como desse saco chamado Universo. É uma ilusão. Vocês não
podem compreender isso, vocês não podem apreender.
O
único modo é a refutação: extraírem-se de todas as ilusões, sem
rejeitar. Refutar não é renegar. Refutar é ver além do que os olhos dão a
ver, além do que o mental compreende, além do que a própria consciência
pode viver.
Enquanto vocês jogarem o jogo da
consciência, vocês não poderão ser a-conscientes. A consciência é uma
projeção. A consciência (lhes foi dito) é uma Vibração.
O
Absoluto não é nenhuma Vibração, do mesmo modo ele não é nenhuma
consciência. Isso é Parabrahman, é anterior à criação desse mundo, como
desse corpo, como de toda vida. Isso é a verdadeira Vida. Aquele que
sabe e descobre que nunca se mexeu, que sabe que ele sempre esteve aí;
para isso, é claro, é preciso sair de todo efêmero, no sentido de “sair”
que é extrair-se de todas as ilusões. Mas toda vontade de ação contra a ilusão, mantém a ilusão. É por isso que não pode haver nenhum caminho.
A
própria concepção de caminho é uma ilusão. Será que vocês se
questionam, quando dormem, do que vocês São? Será que permanece qualquer
coisa, no nível do efêmero, desse sono sem sonho? Mesmo aquele que é
Turiya mantém a ilusão, mesmo no Samadhi, porque ele recusa
aniquilar-se: ele quer manter uma perenidade ao que é ilusório. É
impossível. Somente reencontrar o que tu nunca deixaste, o que tu És
(além de toda forma e de todo o mundo), te libera. Todo o resto te
confina em níveis, como se pode dizer, mais ou menos agradáveis.
Questão: Por que o Absoluto permitiu todas essas experiências, acima de tudo, penosas?
Mas, ele não permitiu nada. Ele É, de toda Eternidade.
Toda
experiência, mesmo penosa, é efêmera. São os próprios mecanismos da
consciência que criam a exteriorização, a projeção, a ilusão. Enquanto tu acreditas que é penoso, tu estás submissa a isso. O
Absoluto não é concernido nem pelo penoso, nem pelo leve. Ele contém
tudo, ele suporta tudo, mas ele não é concernido. É a consciência que
está concernida.
Questão: Qual é a natureza da Consciência em relação ao Absoluto?
Mas
eu acabei de dizer: é uma projeção, em uma forma ou em um espaço, em um
tempo ou em uma Dimensão. É uma experiência. Mas o Absoluto não tem
nada a ver com a experiência: ele nunca se mexeu. Tu não podes definir o
Absoluto, nem mesmo tentar defini-lo em relação à consciência. Enquanto
houver a consciência, há a ilusão.
O Absoluto não se apropria, e
eu posso mesmo dizer que ele não é descoberto, uma vez que ele sempre
esteve aí. Foste tu que te afastaste. Enquanto houver a consciência
(limitada ou ilimitada), há a identidade, há a projeção, há o agradável e
o desagradável, há a experiência, há o tempo, há o espaço, há a
Dimensão.
Mas, o Absoluto não está concernido nisso. Enquanto tu
acreditas ter uma identidade, em uma pessoa, tu estás apegada a esse
corpo, tu estás apegada a esta consciência. Aquele
que é Absoluto está Liberado de todas suas crenças, de todas suas
experiências, de todas suas ilusões, inclusive das dos outros.
O
Absoluto não é nem uma criação, nem uma re-criação, nem uma descriação.
Ele não é concernido pelo movimento, nem pelo tempo, nem pelo espaço,
nem pela consciência. Ser Absoluto, em meio a uma forma, é o momento em
que não existe mais percepção, concepção, nenhum senso da menor
identidade, nem da menor palavra.
Aquele que o vive, sabe. Em
nenhum momento ele terá dúvidas. Porque ele reencontrou o que nunca
perdeu e o que ele sempre foi. Somente a consciência joga a querer
compreender ou a querer viver qualquer coisa.
Enquanto
existe esta vontade de viver qualquer coisa, existe uma distância que é
posta, totalmente ilusória, mas que é vivida como real pela consciência;
seja ela dividida ou Unificada. É preciso cessar todo “eu”, toda
identidade, toda experiência. Não as interrompendo, pois se tu
interrompes (por uma vontade qualquer) a experiência, tu a reforças, em
um outro tempo, em uma outra forma.
Questão: Se a consciência é projeção, ela é uma projeção do Absoluto?
Mas o Absoluto não pode se projetar, uma vez que ele é Absoluto.
Questão: Então, de que a consciência é a projeção?
Dela
mesma. Da Fonte. Da Unidade. O Absoluto não é concernido por nenhuma
consciência. Somente quem o É, o sabe. Porque não há mais nenhuma
dúvida, não há mais nenhuma questão, nenhuma interrogação. Ele não está
mais localizado em uma consciência, um corpo, um mundo, uma Dimensão, um
estado ou o que quer que seja.
O problema é que a consciência
(qualquer que seja, separada e dividida, ou Unificada) definir-se-á
sempre em relação a ela mesma, em relação a uma percepção, em relação a
uma concepção, em relação a uma vivência. O Absoluto não é concernido
por isso. Somente aquele que se extrai de toda manifestação, de toda
consciência, projeção, identidade, mundo, tempo, espaço (em suma, de
tudo o que pode ser reconhecido ou conhecido), é Absoluto. Mas enquanto
tu permaneces na consciência, apegado a ela (seja ela Unificada ou
dividida), o Absoluto permanece inacessível a ti. E, entretanto, é o que
tu És.
Questão: O que são a Fonte e a Unidade em relação ao Absoluto?
O
Absoluto contém (se posso me expressar assim) a Fonte e a Unidade. Mas,
a Unidade e a Fonte não são o Absoluto. Eles são uma emanação dele, uma
conscientização, uma localização, no espaço, nas Dimensões. Mas, o
Absoluto não é um espaço, nem um tempo, nem uma Dimensão. Tu não podes
te apropriar dele, nem em conceito, nem em percepção, nem em Vibração. É justamente quando cessa tudo isso que tu És Absoluto.
Questão: Em que o Absoluto teria “necessidade” de emanar?
Mas
o Absoluto não precisa de nada, uma vez que ele É, de toda Eternidade!
Ele próprio subentende a emanação. Ele não é a Fonte, ele não é a
Unidade, mas ele o permite porque ele É (não por uma ação).
Enquanto
houver a ação, há o tempo, espaço, Dimensão, identidade. Mas nada disso
é Absoluto. Tu não podes compreender o Absoluto. É desde o instante em
que tu aceitas que não há nada a compreender, nem nada a apreender, nem
nada a experimentar, nem nada a conscientizar, que tu És Liberado.
Questão:
Como o Absoluto pode aparecer ou se desvelar, em um momento antes que
em outro, sabendo que o tempo não existe nem para ele?
Mas
o Absoluto não tem que aparecer, uma vez que ele sempre está aí. Como
ele poderia aparecer? Nem se desvelar. É a tua consciência que se
afastou ou que se crê afastada. Ainda uma vez, o Absoluto não é uma
experiência, nem um tempo, nem um estado. Aquele que é Absoluto o sabe.
Porque toda projeção, toda consciência, toda identidade, todo tempo,
todo espaço desaparece, uma vez que é efêmero.
É o momento em que
não há mais nenhuma percepção. Este momento não é um momento, porque
vivendo-o tu te apercebes que isso sempre esteve aí. Como poderia ser
diferente? Não há um momento em que alguma coisa se desvela, em que
alguma coisa aparece. Isso é um ponto de vista exterior.
Esta
a-consciência se desvela a ti no momento em que toda consciência cessa,
toda identidade cessa, toda forma cessa, o mundo cessa: o que a
personalidade chamaria o nada. O que a consciência da Unidade, ou o Ser
Realizado não pode ver, pois que ele está imerso na Luz.
Porém estar imerso na Luz não é Ser a Luz. Isso ainda seria uma tomada de forma, ainda uma identidade.
É o estado além de todo estado, Parabrahman, Absoluto, Liberado
Vivente, estar presente de toda Eternidade; não tem nada a ver com a
Fonte, com uma Dimensão, com uma forma, com um corpo ou com uma
consciência. Isso é o que tu És. Mas tu não podes te apropriar do que tu
És. Tu não podes ver o que tu És. Tu não podes compreender o que tu És.
Eu repito que não há outro modo de chegar a isso a não ser pela refutação, o Abandono do Si, o que eu chamei “esquecer-se de si mesmo”.
Tu não podes estar localizado ou identificado e Ser Absoluto. E,
entretanto, isso é o que tu És de toda Eternidade, de todo tempo, de
todo espaço, de toda Dimensão, além de qualquer corpo. Aquele que é
Absoluto vive-o enquanto experiência ou estado. Ele o vive como a única
Verdade, muito além de sua pessoa, muito além desse mundo, muito além de
sua própria consciência.
Questão: A refutação seria aceitar o inaceitável para bascular alhures imediatamente?
Mas
não há alhures: é uma ilusão da própria consciência, do ego que tem
medo. Porque o ego nomeará isso o nada. Ele nomeará isso o Absoluto:
absurdo. Porque a consciência só pode se definir através de uma
projeção, de uma identidade, de uma Dimensão, de coordenadas precisas.
Não há alhures.
Vocês não podem, de maneira nenhuma, representar para si o Absoluto. Enquanto existir uma vontade de representação, de comparação, de identidade ou identificação, vocês se enganam a si mesmos.
Lembrem-se:
o que se torna esse saco de comida quando ele desaparece? O que se
tornam seus pensamentos quando o saco mental desaparece? Vocês sabem?
Vocês não podem sabê-lo, e, entretanto, está aí. Sempre esteve aí,
independentemente desse saco, independentemente desse mundo,
independentemente desse universo.
Questão: os Anciões, as Estrelas, os Arcanjos têm, entretanto, uma identidade?
Não
há identidade alguma. Existem elementos efêmeros, arranjados por uma
razão precisa, quer se chamem Anciões, Estrelas ou Arcanjos. Nomear é já
não ser Absoluto. Há a identidade, mas vocês não são limitados por uma
identidade.
Quando os Arcanjos lhes dizem que eles estão em
vocês, eles estão. Onde é o local, em ti, em que estão os Arcanjos?
Enquanto tu estiveres em uma consciência projetada, tu não podes vê-lo.
Um Arcanjo, um Ancião não é tributário de uma forma, nem de um tempo,
nem de um espaço, nem de uma localização. É a Consciência limitada de
vocês que se imagina que é assim, no ilimitado.
Porque a
consciência de vocês, na personalidade, necessita a presença de uma
forma, de um tempo, de um espaço e de uma Dimensão. Vocês não são nada
disso. No Absoluto tu podes ser qualquer forma, qualquer Dimensão,
qualquer espaço, qualquer tempo, qualquer representação, qualquer
projeção, e ainda assim, não ser nada disso. Nenhuma consciência pode
apreender isso.
E o obstáculo é justamente a consciência. Uma vez
que a consciência só pode funcionar através de um distanciamento e de
uma separação (entre um Arcanjo, um Ancião, uma Estrela, um corpo, um
gato, um cão), vocês estão submetidos à ilusão da forma. Mas, se tu
restabeleces, pouco a pouco, a matéria (como vocês dizem) que constitui
um gato, é a mesma que constitui um homem, um átomo, um universo.
É justamente um aspecto da forma, é justamente uma consciência diferente. Mas nada disso é Absoluto e É, entretanto, Absoluto. Enquanto
houver dependência, enquanto vocês forem tributários de uma definição,
de uma forma, de uma consciência, vocês não são Livres.
Questão: Você poderia desenvolver sobre o princípio da investigação?
A
investigação consiste em ver claramente o que é ilusório, o que é
efêmero, o que é atribuído a uma forma, a um pensamento, a uma ideia, a
um mundo. Ela é destinada a mostrar tudo o que é efêmero. Tudo que é evidente, tudo que é compreensível, é efêmero.
Não há questão “quem eu sou?”, uma vez que vocês são o Absoluto. Perguntar “quem eu sou?”
já é uma exteriorização. O “Eu Sou” é, certamente, uma primeira etapa. O
“Eu Sou Um” é uma vivência da Unidade da consciência. Mas, são apenas
etapas. Porém, essas etapas não são lineares, nem hierárquicas, nem
valorizadas.
Não se deve conceber o Absoluto como uma finalidade.
Não pode haver finalidade nele. Isso é o que vocês São, de toda
Eternidade. Porém, ainda uma vez,
enquanto não há o Abandono do Si (esse famoso inaceitável) vocês não
podem encontrar, realmente, o que vocês São. E, uma vez mais, o termo “encontrar” não quer dizer nada, uma vez que isso não pode ser encontrado.
É
todo o resto que deve ser refutado, enquanto efêmero, ilusório,
tributário de um elemento ou de outro, de um tempo ou de um espaço, de
uma forma ou de outra. O problema da consciência é que ela funciona,
mesmo em Unidade, como uma forma de distância.
A Unidade põe fim
ao distanciamento, mas não põe fim à forma e ao distanciamento das
formas. Aquele que está em Unidade, no Si, pode Fusionar com o Sol, com
um Arcanjo, tornar-se esse Arcanjo: mas ele ainda tem uma forma. O
Absoluto não tem nada a ver com esses jogos. Ele é o Centro, presente em
tudo. Mas, uma vez mais, vocês não podem apreendê-lo de modo algum. Ao
contrário, vocês podem ver claramente, compreender e entender tudo o que
é efêmero. Aqui está a refutação, aqui está a mudança de ponto de
vista, de olhar. Não antes.
Questão: O Absoluto seria também o fim das palavras, da fala?
Mas
a fala só existe nesta Dimensão em que vocês estão. Em Dimensões que
vocês chamam Unificadas não existe a palavra: há a Radiação e a
Vibração. A palavra é uma divisão, uma projeção, um conceito adaptado a
um determinado mundo, do mesmo modo que o olho está adaptado a este
mundo.
Mas, a partir do momento em que vocês veem além da Ilusão, para que serve o olho, exceto para esse mundo? Será que vocês creem ter olhos quando estão mortos? Um cérebro? Uma bomba cardíaca? Deem-se conta da estupidez. Vocês
projetam quadros de referência a partir de onde vocês estão. Isto é
estúpido porque vocês partem do princípio que o que vocês experimentam, o
que vocês vivem, continuará depois. Isto é Ilusão.
Quando vocês
não tem mais forma, quando o saco de comida desaparece, quando o saco
mental desaparece, o que é que resta? Nada. Será que vocês precisam de
senso para ver, para ouvir, para tocar? Absolutamente não. Então, vocês
vejam bem que o modo de ver e de perceber de vocês está ligado à sua
condição atual. E que esta condição os leva a colocar o princípio de uma
continuação que só existe no mental.
Quando
o saco de comida retorna à terra, o que é que vocês levam? Reflitam.
Vocês não têm a resposta: não podem ter. Vocês não levam nada. Ora, a personalidade e o Si, vão, os dois, negar esse princípio e se declarar imortais.
O
que é que resta quando vocês desaparecem? Vocês não levam nem seus
olhos, nem seu coração, nem suas mãos, nem seus pés, nem seus sentidos.
Então, o que resta do que vocês conhecem? Estritamente nada. Vocês têm
uma resposta a isso? Vocês não podem ter; é como para o Absoluto.
Questão: Por que alguns refutam tudo após uma tragédia e outros após uma forma de ascese alegre?
Mas
isso não faz diferença alguma. É preciso compreender e aceitar que,
para uma forma efêmera que é esse saco (mental ou de comida) não há nada
pior que seu próprio desaparecimento.
Porque isso o põe face à fatuidade de suas crenças, à fatuidade de sua imortalidade: e é certamente o choque mais importante. Porque é somente nesta situação de choque que vocês se dão conta que tudo isso é uma tragédia, mesmo alegre. Isso
não quer dizer nada. Pouco importa o caminho: não há caminho. É apenas
em uma forma de urgência, qualquer que seja esta urgência, que, quase
sempre o Absoluto desvela. Porque vocês se desvelaram, vocês mesmos, na fraude. Enquanto
o efêmero não for colocado, justamente, perante sua efemeridade, ele se
crê eterno. E enquanto ele acredita ser eterno, ele frauda a si mesmo.
Questão: O Absoluto não tem nada a ver com o que quer que seja, em realidade?
O
Absoluto não tem efetivamente nada a ver com o que quer que seja porque
ele não é nada do que quer que seja. Enquanto tu acreditas que há
qualquer coisa a fazer, tu te enganas, tu sustentas tua própria Ilusão.
Todo problema vem da identidade a uma forma, a um saco, a uma vida, a
uma ideia.
Enquanto isso existe, tu enganas a ti mesmo e não
mudas o ponto de vista. Faz-te uma única questão, não de onde tu vens
(porque tu vens de parte alguma), mas o que tu És quando tu dormes?
Enquanto
teu ponto de vista está centrado em uma forma, em um tempo, em um
espaço, em um destino, em uma história, em uma percepção; existe uma
enganação. Nenhuma Verdade pode existir aí. E eu entendo por Verdade o
que não é afetado nem por um tempo, nem por um espaço, nem por uma
ideia, nem por um conceito, nem por uma percepção: por nenhum senso e
por nenhuma consciência.
Aquele que é capaz, não de meditar, mas
de não mais interferir com um corpo, com uma forma, com um mundo, com
uma ideia, com um conceito, com um senso de propriedade, qualquer que
seja, é Absoluto.
Ele não é mais afetado pela forma, ele não é mais afetado pelo mundo, mesmo se esta forma está submetida a ele. É
bem, pois, uma mudança de ponto de vista e de olhar: é a perda de toda
vaidade, de todo orgulho, de se crer o que quer que seja.
Questão: O que é o Eterno em relação ao Absoluto?
O
Absoluto É a Eternidade. A Fonte não é a Eternidade, uma vez que ela
parte de um ponto, ela se nomeia: A Fonte. Todos os processos, espaciais
e temporais, que vocês vivem (sejam as Vibrações, seja a percepção do
que vocês nomeiam o Canal Mariano), têm um único objetivo: fazer cessar
toda distância e toda separação.
Isso é a Eternidade. A
Eternidade não repousa sobre nada de efêmero, sobre nenhum movimento,
nem sobre um finito ou sobre um infinito, mas repousa sobre um
indefinido. Isso não é a mesma coisa. Pois, desde que há o definido,
finito ou infinito, definição, então há a separação.
Questão:
Os protocolos cristalinos, os exercícios respiratórios que são
propostos atualmente pelos outros intervenientes, são facilitadores no
desvelamento do Absoluto?
Mas o Absoluto não
pode ser desvelado! Tudo o que vocês utilizam (o corpo, os chacras, os
cristais) são apenas diversões. De tanto se divertirem, chegará um
momento em que o Absoluto se revela. Mas não são vocês que vão a parte
alguma.
A Consciência (isso foi dito e repetido em todos os
sentidos) é uma Vibração. No Universo, tudo é Vibração. Nas Dimensões,
tudo é Vibração. Na Consciência, as consciências, tudo é Vibração. O
Absoluto não é uma Vibração.
Mas é preciso que vocês experimentem o que são as Vibrações para se aproximarem da Infinita Presença. Tudo está em seu lugar. Mas,
se vocês fossem capazes de sair de toda identidade, efetivamente, vocês
não teriam necessidade de nada mais: mas é instantâneo.
Ora,
vocês recusam o instantâneo porque, para vocês, o instantâneo é
efêmero, em seu ponto de vista. Eu bem falo do instantâneo e não do
tempo presente. Ora, é justamente neste instantâneo (desprovido de
qualquer percepção, de qualquer Vibração, de qualquer identidade e de
qualquer mundo) que está o Absoluto que vocês São.
Mas, é mais
fácil a um observador que observa o palco do teatro, de pensar em sair
do teatro para ver que este não existe, que para aquele que atua na
mesma cena sobre o palco. Porque este não pode conceber, imaginar,
perceber ou encarar que isso não existe. Se vocês fossem capazes de
dormir todo o tempo, sem sonho, sem morte, vocês seriam Absolutos,
instantaneamente. É o que vocês São.
Toda a problemática decorre da consciência e da identidade. Ainda
uma vez, lembrem-se que vocês estão condicionados por uma forma, vocês
estão condicionados por um mundo. Mas vocês não são nem um mundo nem uma
forma. É um erro de apreciação. Vocês somente poderão encontrar o que vocês São pela refutação.
É
no momento em que cessa todo sinal, toda consciência, toda Vibração,
toda percepção, toda identidade e todo o mundo, que vocês são Absolutos.
É quando vocês percebem (e isso é uma metáfora) que, não tendo mais
forma, não tendo mais pensamento, não tendo mais identidade, não tendo
mais referência, não tendo mais consciência que vocês São, nesse
momento, Absolutos.
Porém, enquanto existir a mínima referência, o
mínimo senso de um “eu” ou de um Si, vocês não estão Livres, uma vez
que vocês são tributários desse “eu”, desse Si. A instantaneidade não
pode se encontrada nessas circunstâncias.
Nós não temos mais questionamentos, nós o agradecemos.
Então, BIDI os saúda. E
eu os lembro que além da compreensão de minhas palavras faladas, existe
um outro estado de compreensão que é ler. Mas eu não falo de
compreender palavras, escutadas ou lidas, mas de ir além.
Eu
tive a ocasião de dizer que, quando vocês não compreendem é já três
quartos do trabalho de fato. O último quarto é compreender que não há
trabalho.
Enquanto vocês compreendem, há apenas a ignorância porque toda compreensão se refere necessariamente ao que vocês conhecem.
Justamente, é quando não pode existir a mínima compreensão, a mínima
percepção, a mínima identidade, que vocês se aproximam de si mesmos.
Isso não é um deslocamento.
Se vocês aceitam isso, vocês
constatarão por si mesmos que não há nenhum trabalho, nenhum esforço. É o
que eu chamo, sem cessar, mudar o olhar ou mudar o ponto de vista.
Porque o ponto de vista de vocês, enquanto for definido pelo conhecido, o
conhecível, o explicável (que os leva a uma experiência conhecida)
restará e permanecerá sempre uma Ilusão.
Então, BIDI os saúda. Até a vista.
CLIQUE AQUI PARA LER BIDI PARTE 1
Mensagem de BIDI - PARTE 2 no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1603
17 de setembro de 2012
(Publicado em 19 de setembro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
M.M - http://minhamestria.blogspot.com.br
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