Martius: Faço aqui a inclusão de um texto da escritora e terapeuta Chris Griscom em seu livro “A Cura da Emoção” :
O Grupo como escora do Eu
O lado negro da natureza humana é que, em grupo, participamos da destruição de uma maneira com a qual jamais sonharíamos sozinhos. A máscara do grupo possibilita a justificação do injustificável, que nos lança em um abismo cármico. Em todos os casos de erupções emocionais de massa, os participantes estão sofrendo de uma falsa identificação do corpo emocional com formações grupais externas fictícias, imagens fantasmas, e superegos – exatamente como no nível pessoal, mas com um resultado mais trágico.
Torna-se evidente, sobretudo depois de considerarmos as circunstâncias descritas acima, que uma nova maneira de pensar, uma percepção expandida da nossa consciência e do nosso ser pode por si mesma mudar para sempre a nossa existência na Terra. Se reconhecermos que não existem estranhos, inimigos, “outros”, que todas as pessoas com quem temos que interagir, especialmente os nossos supostos adversários, são almas que nos são familiares há muito tempo, com quem combinamos de nos encontrar num determinado momento de vida e morte, será mais fácil honrarmos uns aos outros e encontrarmos mais prazer nesta exploração mútua.
À medida que desenvolvemos a nossa capacidade consciente de observar a nossa interação com as pessoas que aparecem na tela da nossa vida, começamos a aprender a dirigir, cada qual, a nossa peça. Podemos movê-las e modificar-lhes os papéis de modo a termos acesso ao material anímico mais significativo para o nosso desenvolvimento. Choca e assusta um pouco descobrir que somos nós que fazemos as escolhas que traçam a realidade. Timidamente, de início, vamos tateando o caminho da liberdade e da responsabilidade. No momento em que assumimos a responsabilidade do fundo do coração, a vida começa a dar certo para nós. Mesmo que mudemos os participantes e o local, começamos a sentir uma paz interior e um fluxo mais fácil, que advém do fato de estarmos no caminho ordenado pelo EU SUPERIOR.
Cada pessoa com quem interagimos, mesmo à distância, foi colocada nestes espaço sincrônico para nos ensinar a refletir sobre a natureza do ego. É de grande utilidade para a nossa lucidez adquirirmos o hábito de observar o mundo e perguntar: “Como é que isso se reflete em mim?”
Rompemos o invólucro da compaixão quando encaramos o mendigo, o mentiroso, o ignorante e o assassino como parte de nossa própria psique. Ao assumirmos o poder de olhar o mundo e enxergá-lo como um espelho de nós mesmos, começamos a encontrar a força de atravessar o medo e atingir o outro lado, o do CONHECIMENTO.
Este lampejo de reconhecimento nos oferece o poder da participação. Apreendemos novas dimensões de relatividade que podem ser utilizadas para a solução de problemas a nível global, porque expandimos a dimensão do indvíduo para a realidade do grupo. A Terra, em toda a sua sabedoria, está nos indicando que precisamos reconhecer o nosso vínculo mútuo, o vínculo irrevogável entre nós e todas as outras espécies e formas de vida, e começar a nos aproximar uns dos outros com uma consciência holográfica para eliminarmos complexidades e relacionamentos cármicos, não só de indivíduos mas de grupos inteiros.
Explorar os nossos motivos para ingressar num grupo, além das recompensas emocionais e outras, nos ajudará a aumentar o conhecimento do eu interior. Pode ser que nos sintamos mais poderosos ao termos o respaldo de um grupo. O apoio do grupo nos faz sentir menos vulneráveis a críticas e mais convincentes ao expor o nosso ponto-de-vista. Se um dos temas que estivermos trabalhando for falta de auto-confiança, o grupo aumentará a nossa sensação de que merecemos confiança porque confiamos no grupo, que por sua vez confia em nós. Os grupos que defendem ideais ou filosofias fortes intensificam o nosso sentimento de valor pessoal ao aceitar a nossa participação.
O corpo emocional tenta incessantemente provar a sua existência através de mecanismos de reação já implantados e por isso utiliza a identificação com um grupo para estimular-se a si próprio. Eventos esportivos, manifestações e mesmo confrontos são muito populares hoje em dia porque o indivíduo pode gritar, extravasar raiva ou medo, e sentir algo maior do que o ego, e por isso mais legítimo. “Por para fora” emoções pode ter um breve efeito de válvula de escape mas aprofunda os padrões do corpo emocional através da recepção de vibrações de natureza geralmente inferior, tais como sentimentos primitivos de triunfo sobre um oponente ou medo e ressentimento com a própria derrota e desamparo.
Martius de Oliveira
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