Numa pichação em minha cidade estava escrito: O que é real afinal, se a realidade é ilusória?
Peguei-me pensando se “cair na real” é uma frase certa. E a usamos com muita freqüência.
E o que verdadeiramente é real? Vivemos a realidade ou vivemos de fantasias psíquicas?
Eu acredito que nunca estamos “fora” do real, talvez nos afastamos um pouco, separados da concepção de realidade, ou damos uma conotação diferente ao que para os outros não é real.
Para entendermos a realidade devemos antes de tudo entender que a questão é metafísica. Real é aquilo que nos faz sair do lugar cômodo em nossa mente e transformar o relativo em absoluto. Existe no ser humano um real absoluto em codificações psíquicas, espirituais, sempre ininterrupto.
E, em se tratando de codificações, lembro da espiritual.
Mais que codificações existem conceitualizações criadas há milênios que necessitam ser rompidas e “dês-escravizar” as consciências. Os atos litúrgicos praticados pelas tantas religiões ainda hoje enviam para a fogueira aqueles que se permitem questionar, indagar e descrer desse manual ditado e imposto.
Aprendemos que precisamos de alguém para nos orientar, orar, elevar. E então vamos aos padres, pastores, médiuns, ou seja, qual for a religião que praticamos, para pedir conselhos e mapas de caminhos que cabe a nós percorrer.
E mais, com essa dependência psíquica e espiritual nos esquecemos ( muitos nem sabem) que a divindade e elevação que procuramos está em nosso interior.
Os dogmas impostos até hoje nos oferecem um Deus distante e corruptível que dá mais a uns que a outros, uns leva aos céus, outros comanda aos infernos.
Imagina-se Deus punindo, sentado em um trono dourado com anjos a servi-lo.
Estamos ás portas de um novo tempo e é preciso que se tenha a visão real da nossa existência.
Se existimos é porque Deus-Criador nos possibilitou essa existência. Se nos possibilitou existir então dá-nos todas as ferramentas para que façamos o melhor por nós.
Se nós falhamos, culpamos o carma e se vencemos damos os créditos a nós mesmos.
Então retorno a pergunta: o que é real se a realidade que vemos é ilusória?
Estamos aqui de passagem e vivemos de ilusões materiais: se eu tivesse isso....
Vivemos de ilusões emocionais: preciso que A ou B me ame para ser feliz...
Vivemos de ilusões espirituais: preciso de um mestre para aprender a elevação...
Quando na verdade o que precisamos é criar o hábito de crer. Exercitar a fé, abrir os olhos e ver realmente que tudo que nos foi ensinado desde crianças pode estar errado. E precisamos da coragem de correr atrás desse prejuízo, calando vozes que nos dizem: quem somos, quem e o que é Deus.
Deus a energia criadora, suprema, absoluta. Deus o incorruptível, o justo está em nós. E está sufocado pelas falsas crenças, pelos hábitos perniciosos da preguiça de pensar por nós mesmos.
A realidade é Deus. A vida é Deus. A sabedoria é Deus e Nele devemos concentrar nossos pensamentos e todo nosso entendimento. Somente deixando que Deus aja em nossas vidas, no tempo certo é que poderemos seguir em frente e para cima.
Nem sempre sabemos o que é o melhor pra nós mesmos. Agimos conosco mesmos como a mãe ditadora que diz: eu sei o que é melhor pra você. Isso é ilusão. Temos uma compreensão mediana de quem realmente somos a nível espiritual e precisamos acordar imediatamente.
Sair da inércia, não crer em tudo que lemos ou ouvimos, a não ser que verdadeiramente o que lemos e ouvimos, venha de encontro com nosso nível de evolução. E, para sabermos a exatidão desse conhecimento que obtemos é inevitável que se questione, que se faça uma triagem em nossos pensamentos com a pergunta: isso é o que eu penso e sinto ou é o que me ensinaram a pensar e sentir?
Quando se consegue a carta de alforria dos pensamentos ditados e impostos, quando nos colocamos a disposição da descoberta de nossas verdades, aí então ouviremos a voz de Deus dentro de nós e estaremos mais próximos da grande realidade: Deus não está nas igrejas, nos livros, nas congregações, Ele está em nós.
Cira Munhoz
04-12
http://minhamestria.blogspot.com
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