O fim de ano nos mostra uma faceta intrigante do ser humano, quando passa a dar valor repentino a coisas e pessoas que desprezou o resto do ano. A ilusão de que basta algumas datas comemorativas para se remediar um ano inteiro de frieza, raiva, amargura, medo, pessimismo, materialismos, e outros ismos, é um caminho que leva apenas a um lugar: O Conforto. Este, por mais tentador que seja, é parte do pacote ilusório, induzindo-o a acreditar que as coisas se resolvem de um dia para o outro. Embora, tal pensamento seja interessante, não é o que a experiência nos mostra. Para mudarmos, é necessário comprometimento, paciência e principalmente a intenção verdadeira de fazê-lo. Do contrário é o que todos conhecemos: reuniões familiares, compartilhamento de afetos suspeitos, hipocrisias, promessas vazias, falsos sorrisos, falsas alegrias e falsas vidas. As únicas pessoas que mantém o nível são as crianças.
Observe, querido leitor, as pessoas correndo sem parar para comprar seus valiosos presentes, enfrentando tumultos, não desistindo, lutando até conseguir o que querem... ah, se fosse assim para exigirem seus direitos civis... Mas veja também que como um todo, essas pessoas formam uma população um tanto quanto triste de se observar. Parecem formigas cercando alimento fresco. Tente observá-las de cima, correndo para lá e para cá, uma passando por cima da outra, falando e falando, comprando e comprando, xingando e xingando, irritando-se e irritando... Talvez formigas sejam mais organizadas...
Tudo porque necessitam exercer seus devidos papéis. O papel do consumidor materialista, focado em ter, em adquirir, em comprar. Lutam dez vidas em alguns dias, apenas para garantir os presentes de Natal. E o que dizer dos alimentos, coisas as quais nunca deu atenção o ano inteiro, mas agora é especial, não é? O papel do bom sujeito, aquele que agora compartilha, agora convida seus parentes e amigos para se reunirem, agora é generoso e oferece sem exigir nada em troca, agora é uma pessoa diferente, cheio de promessas e sonhos para o próximo ano... os mesmos do ano passado.
Tudo isso, querido leitor, porque não compreendem realmente o que são suas vidas e existências neste mundo. A visão se perde a dois centímetros do rosto e só conseguem decifrar o mundo baseando-se no que a sociedade imprimiu em suas mentes. O trabalhar, trabalhar e trabalhar para pagar impostos, contas e mais contas, aluguéis ou prestações de seus imóveis, débitos no cartão de crédito, remédios para suas enfermidades causadas pelo estresse e esperar o 13º para fazer as comprinhas de natal. Quando vira o ano, sempre surge uma nova esperança de que seja melhor que o anterior, mas a visão ainda não vai além de dois centímetros. Estão fadados à mesma rotina existencial.
Por se basearem no adquirir e no ter, suas mentes sempre estão focadas tanto no exterior quanto no futuro, ficando reféns das impossibilidades criadas em seus próprios pensamentos. Suas divindades são oprimidas por suas mentes físicas e moldadas pela sociedade para propósitos de controle. As possibilidades reais de vivência, experiência e ciência são perdidas, não havendo qualquer chance de poderem ser quem realmente são. Por isso, querido leitor, que o materialismo há muito tempo tornou-se um caminho ilusório, fundado no externo e no futuro, como já citamos. Eis porque devemos aprender a ter um pouco mais de paciência com relação aos materialistas. “Eles não sabem o que fazem”, outra máxima perfeita.
O Verbo
Só podemos atingir nossa verdadeira divindade quando paramos de nos posicionar de forma distorcida na vida, não mais nos distraindo pelo que passamos a vida inteira conhecendo, como justamente essa correria de fim de ano. O sentimento que temos não deve ser onírico e sem intuito, apenas como uma vontade possível de ser concretizada. Isso é suicídio experencial. É necessário fazer valer seus pensamentos e palavras. É necessário o Verbo.
O querer se encontra no futuro, portanto não existe; o acho se encontra na incerteza, portanto não existe; o "espero que" se encontra na possibilidade, portanto ainda não existe. O verbo é o “Sou Primordial”, o “É Divino”, o “Agora Perpétuo”. O verbo é a única coisa que existe. Ele deve ser seu grande lema de vida, a máxima que carregará até seus últimos dias. Nenhuma ação, por maior que seja, se compara ao Verbo “Ser”. Ou você é ou não é! Eu sou, assim é, sempre serei, é assim minha vontade. É preciso saber decretar a verdade, pois todas as possibilidades são verdades em potencial, só se tornando uma delas se alguém assim o decretar.
Você não vai conseguir um bom emprego, por exemplo, se achar que vai, se esperar que possa conseguir, se tiver fé que vai conseguir... Ele já é seu, bastando apenas que a declaração seja feita: “ele É meu”. Isso vale para o mundo material, todavia principalmente para o mundo espiritual, que é o que realmente importa. As dúvidas que tantos carregam e que ainda não foram solucionadas se encontram nas possibilidades de serem ou não respondidas, pois os pensamentos estão focados apenas na dúvida. Quando deixamos rolar, não pensamos mais nas dúvidas, as respostas aparecem. Os 4 pilares, Intenção, Atenção, Ação e Aceitação, quando são exercidos de forma devida, NUNCA FALHAM. A intenção é ter a dúvida esclarecida, a atenção é pensar a respeito por um determinado momento, a ação neste caso é procurar esclarecê-la, a aceitação é total confiança de que a resposta já veio, só faltando você ouvi-la. Este último é o deixar rolar.
Por isso, querido leitor, tente basear suas ações neste mundo material apenas no Verbo Ser, para que sua existência e experiência seja plena e lhe dê os frutos que todos merecemos, mas que poucos conseguem colher. Aprenda neste final de ano, observando as pessoas que dormem, que o querer só distancia a felicidade de você, só imprime falsas ideias e morais, e põe ilusões de um futuro melhor em suas mentes. Elas acham que estão no caminho, mas fogem dele. Não devemos culpá-las, mas sim amá-las do jeito que estão. Dormem e vivem suas experiências de maneira confusa, triste, sempre correndo em círculos, mas ainda assim, de alguma forma, estão experenciando e um dia isso poderá lhes ser útil. Você e eu, querido leitor, em alguma outra vida também corremos em círculos e aprendemos com isso, do contrário, não estaríamos acordados agora.
Fim de ano, tempo de renovação? Não, a renovação deve se dar a cada segundo de seu dia. Cada nova respiração deve ser uma renovação, um novo horizonte sendo alcançado, uma nova vida sendo vivida. Não se deve esperar uma ocasião para renovar as forças, sentimentos e a paz de espírito. Veja, querido leitor, se o tempo não existe, por que esperar por alguma ocasião para renovar-se? Renove-se agora, e daqui a um segundo, e depois de outro segundo, e depois, e depois, e depois, e depois, e depois...
Vamos na Paz.
Aqui está um texto incrível da nova querida amiga Ravena, que nos mostra como cancelar os pensamentos negativos. Clique Aqui.
http://particulasdafonte.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário