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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Serie: (61) A vida e os ensinamentos de Jesus - O discurso de despedida

Serie: (61) A vida e os ensinamentos de Jesus - O discurso de despedida

Esta série foi extraída do Livro de Urântia. Os 77 capítulos, mais de 700 páginas, que ocupam um terço do livro, dão dia a dia, toda a vida de Jesus Cristo desde sua infância. Dão 16 vezes mais informações sobre a vida e os ensinamentos de Jesus do que a Bíblia. É o relato mais espiritual sobre Jesus até hoje escrito.



O DISCURSO DE DESPEDIDA

Na conclusão da Última Ceia, após cantarem o salmo, os apóstolos pensaram que Jesus tivesse a intenção de voltar imediatamente ao acampamento, mas ele indicou-lhes que deveriam sentar-se. Disse o Mestre:

“Vós vos lembrais bem quando vos enviei sem bolsa ou carteira e até avisei mesmo que não levásseis nenhuma roupa extra. E lembrareis bem que nada vos faltou. Mas agora estais em tempos turbulentos. Não mais podeis depender da boa vontade das multidões. De agora em diante, aquele que tiver uma bolsa, que a leve consigo. Quando sairdes para o mundo proclamando este evangelho, façais as provisões para o vosso sustento como achardes melhor. Eu vim para trazer a paz, mas ela não surgirá ainda por muito tempo.

“Chegou a hora do Filho do Homem ser glorificado, e o Pai será glorificado em mim. Meus amigos, devo ficar convosco apenas por pouco tempo mais. Em breve buscareis por mim, mas não me encontrareis, pois estou indo para um lugar onde vós não podeis ir, neste momento. Mas quando tiverdes acabado a vossa obra na Terra, como agora eu completei a minha, então vireis a mim do mesmo modo que agora eu me preparo com a finalidade de ir para o meu Pai. Muito em breve eu vou deixar-vos e não me vereis mais na Terra; todavia, todos vós me vereis na idade que virá, quando ascenderdes ao Reino que o meu Pai me deu”.

1. O NOVO MANDAMENTO

Após alguns momentos de conversa informal, Jesus levantou-se e disse: “Quando eu interpretei para vós uma parábola, indicando como deveríeis estar dispostos a servir, uns aos outros, eu disse que desejava dar-vos um novo mandamento e, agora que estou para deixar-vos, eu gostaria de fazer isso. Bem sabeis o mandamento que indica que deveis amar-vos uns aos outros, que ameis o vosso semelhante como a vós próprios. Mas não estou plenamente satisfeito, nem mesmo com essa devoção sincera da parte dos meus filhos. Eu gostaria de ver-vos praticando atos ainda maiores de amor no Reino da fraternidade crente. E assim vos dou este novo mandamento: Que amai uns aos outros como eu vos amei. E, se amardes assim uns aos outros, todos os homens saberão que sois os meus discípulos.

“Ao dar-vos esse novo mandamento, eu não coloco nenhum peso novo sobre as vossas almas; eu trago, sim, para vós, uma nova alegria e torno possível a vós experimentar o novo prazer de conhecer as delícias de conferirdes a afeição do vosso coração aos vossos semelhantes. Estou na iminência de experimentar uma alegria suprema, ainda que, passando por um sofrimento exterior, na dádiva da minha afeição a vós e aos vossos companheiros mortais.

“Quando vos convido a amar uns aos outros, como eu vos amei, eu vos apresento a medida suprema da afeição verdadeira, pois um amor maior do que este nenhum homem pode ter: o de dar a sua vida pelos seus amigos. E vós sois meus amigos; continuareis sendo meus amigos se estiverdes dispostos a fazer o que eu vos ensinei. Vós me chamais de Mestre, mas eu não vos chamo de servos. Se apenas amardes uns aos outros, como eu vos estou amando, sereis meus amigos e eu sempre vos falarei daquilo que o Pai revela a mim.

“Não fostes meramente vós que me escolhestes, eu também vos escolhi; e ordenei-vos que saísseis pelo mundo para colher o fruto do serviço de amor aos vossos semelhantes, do mesmo modo que eu vivi entre vós e vos revelei o Pai. O Pai e eu trabalharemos ambos convosco, e vós experimentareis a plenitude divina da alegria se apenas obedecerdes ao meu mandamento para que amai uns aos outros, do mesmo modo que eu vos amei”.

Se quiserdes compartilhar a alegria do Mestre, deveis compartilhar o seu amor. E compartilhar o seu amor significa que compartilhastes o seu serviço. Essa experiência de amor não vos liberta das dificuldades deste mundo, não cria um novo mundo, mas muito certamente faz do velho um novo mundo.

Tende sempre em mente: É a lealdade, não o sacrifício, que Jesus pede. A consciência do sacrifício implica a ausência daquele afeto de todo o coração, que haveria feito desse serviço de amor uma alegria suprema. A idéia do dever significa que tendes a mente voltada para o servir e que, pois, falta a emoção poderosa de fazer o vosso serviço como um amigo e para um amigo. O impulso da amizade transcende todas as convicções do dever, e o serviço de um amigo para um amigo nunca pode ser chamado de sacrifício. O Mestre ensinou aos apóstolos que eles são filhos de Deus. Ele chamou-os de irmãos; e, agora, antes que ele parta, chama-os de seus amigos.

2. A VINHA E OS RAMOS

Então Jesus levantou-se novamente e continuou ensinando aos seus apóstolos: “Eu sou a vinha verdadeira, e o meu Pai é o cultivador. Eu sou a vinha, e vós sois os ramos. E o Pai exige de mim apenas que vós deis muitos frutos. A vinha é podada apenas para que aumente a frutificação dos seus ramos. Cada ramo que sai de mim, e que não dá nenhum fruto, o Pai o cortará. Todo ramo que gera frutos, o Pai o limpará para que possa conceber mais frutos. Vós já sois limpos por intermédio da palavra que eu pronunciei, mas deveis continuar a ser limpos. Deveis habitar em mim, e eu em vós; o ramo morrerá se se separar da vinha. Como o ramo não pode dar fruto a menos que habite na vinha, assim, também vós não podereis produzir os frutos do serviço do amor a menos que habiteis em mim. Lembrai-vos: Eu sou a vinha verdadeira, e vós sois os ramos vivos. Aquele que vive em mim, e que nele eu vivo, dará muitos frutos do espírito e experimentará a alegria suprema de produzir essa colheita espiritual. Se mantiverdes comigo essa ligação espiritual viva, dareis frutos abundantes. Se habitardes em mim e se as minhas palavras viverem em vós, sereis capazes de comungar livremente comigo e, então, o meu espírito vivo pode infundir-se em vós para que possais pedir tudo o que o meu espírito quer, e cumprir tudo com a segurança de que o Pai nos concederá o nosso pedido. Nisto o Pai é glorificado: pois a vinha tem muitos ramos vivos, e cada ramo dá muitos frutos. E, quando o mundo vir esses ramos frutificando – os meus amigos que se amam uns aos outros, como eu os amei –, todos os homens saberão que vós sois verdadeiramente os meus discípulos.

“Como o Pai me amou, assim eu vos amei. Vivei no meu amor como eu vivo no amor do Pai. Se fizerdes como eu vos ensinei, vós residireis no meu amor como eu tenho mantido a palavra do Pai e eternamente moro no Seu amor”.

Os judeus há muito ensinaram que o Messias seria “um talo que surgiria da videira” dos ancestrais de Davi e, em comemoração a esse velho ensinamento, um grande emblema da uva e da sua vinha decorava a entrada do templo de Herodes. Todos os apóstolos relembraram essas coisas enquanto o Mestre lhes falava, nessa noite, na sala do andar de cima.

Mas um grande pesar mais tarde acompanhou a interpretação errônea das conclusões do Mestre a respeito da prece. Teria havido pouca dificuldade sobre esses ensinamentos se as suas palavras exatas tivessem sido lembradas e, depois, registradas fielmente. Mas, quando o registro foi feito, os crentes finalmente consideravam a prece em nome de Jesus como uma espécie de magia suprema, pensando que fossem receber do Pai qualquer coisa que pedissem. Durante séculos, almas honestas continuaram a fazer naufragar a própria fé, lançando-a contra esse obstáculo. Quanto tempo demorará, ao mundo dos crentes, até que se compreenda a prece, não como um procedimento destinado a obter-se o que se quer, e sim como um programa para entrar no caminho de Deus, uma experiência para aprender como reconhecer e executar a vontade do Pai? É inteiramente verdadeiro que, quando a vossa vontade tiver sido verdadeiramente alinhada com a Dele, podereis pedir qualquer coisa concebida nessa união de vontades, e será concedida. E tal união de vontades é efetuada por meio de Jesus, como a vida da vinha flui por meio dos ramos vivos.

Quando existe essa conexão viva entre a divindade e a humanidade, ainda que a humanidade ore de modo impensado e ignorante pela despreocupação egoísta e por realizações vaidosas, só poderia haver uma resposta divina: que os talos dos ramos vivos dêem mais e maiores frutos do espírito. Quando o ramo da videira está vivo, só pode haver uma resposta a todos os pedidos: que se produzam mais uvas. De fato, o ramo existe apenas para produzir uvas, e nada pode fazer além de gerar frutos, de produzir uvas. E assim o verdadeiro crente existe apenas com o propósito de conceber os frutos do espírito: amar o homem como ele próprio tem sido amado por Deus – que nos amemos uns aos outros, como Jesus nos amou.

E, quando a mão da disciplina do Pai é colocada sobre a videira, isso é feito por amor, com a finalidade de que os ramos possam dar muitos frutos. E um cultivador sábio corta fora apenas os ramos mortos e que não dão frutos.
Jesus teve grande dificuldade em levar até mesmo os seus apóstolos a reconhecerem que a prece é função da força do crente nascido do espírito, no Reino dominado pelo espírito.

3. A INIMIZADE DO MUNDO


Os onze mal haviam cessado as suas discussões sobre o discurso da videira e os ramos, quando o Mestre, indicando que estava desejoso de falar mais a eles e sabendo que o seu tempo era curto, disse: “Quando eu vos houver deixado, não vos desencorajeis com a inimizade do mundo. Não vos deixeis abater mesmo quando os crentes medrosos voltarem-se contra vós e derem as mãos aos inimigos do Reino. Se o mundo odiar-vos, deveis lembrar-vos de que ele me odiou antes mesmo de odiar-vos. Se fôsseis deste mundo, então o mundo amaria o que é dele, mas porque não sois, o mundo recusa-se a vos amar. Estais neste mundo; em vossas vidas, contudo, não deveis viver à maneira dele. Eu escolhi-vos e tirei-vos do mundo para representardes o espírito de um outro mundo junto a este mesmo mundo no qual fostes escolhidos. Todavia lembrai-vos sempre das palavras que eu vos disse: O servo não é maior do que o seu mestre. Se eles ousarem perseguir-me, eles irão também vos perseguir. Se as minhas palavras ofendem os descrentes, as vossas palavras irão também ofender os sem Deus. E tudo isso eles farão a vós porque não crêem em mim nem Nele que me enviou; e por isso sofrereis muitas coisas em nome do meu evangelho. Mas, quando estiverdes passando por essas tribulações, deveis lembrar-vos de que eu também sofri antes de vós por causa deste evangelho do Reino celeste.

“Muitos daqueles que vos atacarão são ignorantes da luz do céu, mas isso não é verdade sobre alguns dentre aqueles que nos perseguem. Se não tivéssemos ensinado a eles a verdade, eles poderiam fazer muitas coisas estranhas sem cair em condenação, mas agora, posto que eles conhecem a luz e presumem rejeitá-la, eles deixam de possuir desculpa para tal atitude. Aquele que odeia a mim odeia o meu Pai. Não pode ser de outro modo; a luz que, sendo aceita, vos salvaria, se for conscientemente rejeitada, apenas pode condenar-vos. E o que fiz eu a esses homens para que me odiassem com um ódio tão terrível? Nada, exceto oferecer-lhes a fraternidade na Terra e a salvação no céu. Mas não lestes na escritura onde está dito: ‘E eles me odiaram sem um motivo’?

“Contudo, não vos deixarei abandonados no mundo. Muito em breve, depois que eu tiver ido, enviar-vos-ei um espírito ajudante. Vós tereis convosco aquele que tomará o meu lugar entre vós e continuará a ensinar-vos o caminho da verdade e irá mesmo até confortar-vos.

“Não deixeis os vossos corações serem perturbados. Vós credes em Deus; continuai a acreditar também em mim. Ainda que eu tenha que vos deixar, não estarei longe de vós. Já vos disse que no universo do meu Pai há muitos locais de permanência. Se isso não fosse verdade, eu não teria repetidamente dito a vós sobre os mesmos. Eu vou voltar para esses mundos de luz, estações no céu do Pai para as quais vós algum dia ireis ascender. Desses locais eu vim para este mundo, e a hora agora é aquela em que devo retornar à obra do meu Pai nas esferas do alto.

“Se então eu for antes de vós para o Reino celeste do Pai, certamente eu irei mandar buscar-vos para que vós possais estar comigo nos lugares que foram preparados para os filhos mortais de Deus, antes que este mundo existisse. Ainda que tenha de deixar-vos, eu estarei presente junto a vós em espírito, e, finalmente, vós estareis comigo pessoalmente quando tiverdes ascendido até a mim no meu universo, do mesmo modo que eu estou na iminência de ascender ao meu Pai no Seu universo maior. E o que eu vos disse é verdadeiro e eterno, ainda que possais não o compreender totalmente. Eu vou para o Pai e, embora vós não possais seguir-me agora, certamente me seguireis nas idades que estão para vir”.

Quando Jesus sentou-se, Tomé levantou-se e disse: “Mestre, não sabemos para onde tu estás indo; e, desse modo, claro está que não sabemos o caminho. Mas nós te seguiremos assim mesmo, nesta noite, se nos ensinares o caminho”.

Depois de ouvir Tomé, Jesus respondeu: “Tomé, eu sou o caminho, a verdade e a vida. Nenhum homem vai ao Pai a não ser por meu intermédio. Todos aqueles que encontram o Pai, primeiro encontraram a mim. Se me conhecerdes, vós conhecereis o caminho até o Pai. E vós me conheceis sem dúvida, pois vivestes comigo e ainda agora podeis ver-me”.

Esse ensinamento, todavia, era profundo demais para muitos dos apóstolos, especialmente para Filipe, que, depois de trocar algumas palavras com Natanael, levantou-se e disse: “Mestre, mostra-nos o Pai, e tudo o que disseste ficará claro”.

E depois de Filipe ter dito isso, Jesus perguntou: “Filipe, por tanto tempo eu estive contigo e ainda sequer me conheces? De novo eu declaro: Aquele que me viu, terá visto o Pai. Como podes então pedir: Mostre-nos o Pai? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? Acaso não vos ensinei que as palavras que falo não são minhas palavras, mas palavras do Pai? Eu falo pelo Pai e não por mim mesmo. Estou neste mundo para fazer a vontade do Pai, e foi o que eu fiz. O meu Pai reside em mim e trabalha por meu intermédio. Acreditai em mim quando eu digo que o Pai está em mim, e que eu estou no Pai; ou então acreditai em nome da própria vida que eu vivi – a obra”.

Como o Mestre saiu para refrescar-se e tomar água, os onze entraram em uma discussão animada sobre esses ensinamentos; e Pedro estava começando a entregar-se a um longo discurso quando Jesus retornou e chamou-os para sentarem-se.

4. O AJUDANTE PROMETIDO

Jesus continuou a ensinar, dizendo: “Quando eu tiver ido para o Pai, e depois que Ele tiver aceitado plenamente a obra que fiz para vós na Terra, e após ter eu recebido a soberania final do meu próprio domínio, eu direi ao meu Pai: Tendo deixado os meus filhos sozinhos na Terra, a minha promessa é de enviar a eles um outro instrutor. E, quando o Pai aprová-lo, eu verterei o Espírito da Verdade sobre toda a carne. O espírito do meu Pai já está nos vossos corações e, quando chegar esse dia, vós ireis também ter a mim convosco, como agora tendes o Pai. Essa nova dádiva é o Espírito da Verdade viva. No início, os descrentes não ouvirão os ensinamentos desse espírito, mas todos os filhos da luz irão recebê-lo com alegria e de coração pleno. E vós conhecereis esse espírito quando ele vier, como vós me conhecestes; e recebereis essa dádiva nos vossos corações, e ele residirá em vós. E, assim, vós percebereis que não hei de deixar-vos sem ajuda e sem guiamento. Eu não vos deixarei em desolação. Hoje posso estar convosco apenas pessoalmente. Nos tempos que virão eu estarei convosco, e com todos os outros homens que desejarem a minha presença, onde quer que estejais; e com cada um de vós ao mesmo tempo. Não conseguis discernir quão melhor é que eu vá embora; que eu vos deixe na carne para que eu possa estar convosco melhor e mais plenamente em espírito?

“Em poucas horas o mundo não me verá mais; mas vós continuareis a conhecer-me nos vossos corações, assim que eu enviar-vos este novo instrutor: o Espírito da Verdade. Como eu vivi convosco pessoalmente, então eu viverei em vós; serei um com a vossa experiência pessoal no Reino do espírito. E quando isso vier a acontecer, vós sabereis certamente que eu estou no Pai, e que, conquanto a vossa vida esteja oculta em mim com o Pai, eu também estou em vós. E que amei o Pai e mantive a Sua palavra; que vós me amastes, e ireis manter a minha palavra. Como o meu Pai deu-me o Seu espírito, também eu dar-vos-ei o meu espírito. E esse Espírito da Verdade, que eu outorgarei a vós, vos guiará e vos confortará e, finalmente, vos conduzirá a toda a verdade.

“Estou dizendo todas essas coisas a vós enquanto ainda estou convosco, a fim de que possais estar mais bem preparados para resistir às provações que, mesmo agora, já estão caindo sobre nós. E quando esse novo dia vier, vós estareis resididos pelo Filho tanto quanto pelo Pai. E essas dádivas do céu trabalharão sempre uma com a outra, como o Pai e eu temos trabalhado na Terra e diante dos vossos próprios olhos, como uma pessoa, o Filho do Homem. E esse espírito amigo trará à vossa lembrança tudo o que eu vos ensinei”.

Como o Mestre parou por um momento, Judas Alfeu ousou fazer uma das poucas perguntas que tanto ele quanto o seu irmão fizeram a Jesus em público. Disse Judas: “Mestre, tu sempre viveste entre nós como um amigo; como te conheceremos quando tu não mais te manifestares a nós, exceto por esse espírito? Se o mundo não te vir, como poderemos nós estar certos de que és tu? Como tu te mostrarás a nós?”

Jesus olhou para todos, sorriu e disse: “Meus filhinhos, eu estou indo embora, de volta para o meu Pai. Dentro de pouco tempo não me vereis como agora, em carne e osso. Dentro de pouco tempo eu enviarei a vós o meu espírito, que é exatamente como eu, exceto por esse corpo material. Este novo instrutor é o Espírito da Verdade que viverá em cada um de vós, nos vossos corações, e assim todos os filhos da luz serão como um e serão atraídos uns aos outros. E, desse modo, o meu Pai e eu seremos capazes de viver nas almas de cada um de vós e também nos corações de todos os outros homens que nos amam e que fazem esse amor tornar-se real nas suas experiências, amando-se mutuamente como eu agora vos amo”.

Judas Alfeu não compreendeu plenamente o que o Mestre disse, mas captou a promessa do novo instrutor e, pela expressão no rosto de André, ele percebeu que a sua pergunta tinha sido respondida satisfatoriamente.

5. O ESPÍRITO DA VERDADE

O novo ajudante que Jesus prometeu enviar aos corações dos crentes, que ele iria verter e efundir sobre toda a carne, é o Espírito da Verdade. Essa dotação divina não é a letra nem a lei da verdade, nem deve funcionar na forma nem na expressão da verdade. O novo instrutor é a convicção da verdade, a consciência e a certeza dos verdadeiros significados nos níveis espirituais verdadeiros. E esse novo instrutor é o Espírito da Verdade viva e crescente, da verdade em expansão, em desdobramento e em adaptação.

A verdade divina é uma realidade viva discernida pelo espírito. A verdade existe apenas nos elevados níveis espirituais de compreensão da divindade e de consciência da comunhão com Deus. Vós podeis conhecer a verdade, e podeis viver a verdade; vós podeis experimentar um crescimento da verdade, na alma, e gozar da liberdade do seu esclarecimento na mente, mas vós não podeis aprisionar a verdade em fórmulas, códigos, credos nem nos padrões intelectuais de conduta humana. Ao fazerdes a formulação humana da verdade divina, rapidamente ela se desfaz. A salvação depois da morte da verdade aprisionada, mesmo no melhor dela, torna-se apenas um fato na realização de uma forma peculiar de sabedoria intelectualizada glorificada. Verdade estática é verdade morta, e apenas a verdade morta pode ser mantida como uma teoria. A verdade viva é dinâmica e apenas pode gozar de uma existência experiencial na mente humana.

A inteligência nasce de uma existência material que é iluminada pela presença da mente cósmica. A sabedoria abrange a consciência do conhecimento, elevado a novos níveis de significados e ativado pela presença, no universo, da dotação do ajudante da sabedoria. A verdade é um valor de realidade espiritual, experimentado apenas pelos seres dotados de um espírito que age em níveis supramateriais da consciência do universo, os quais, após a compreensão-realização da verdade, permitem ao espírito da ativação da verdade viver e reinar dentro das suas almas.

O verdadeiro discernimento interior do filho do universo busca o Espírito da Verdade, vivo em toda palavra de sabedoria. O indivíduo conhecedor de Deus está elevando constantemente a sabedoria aos níveis da verdade viva, de alcance divino; a alma que não progride espiritualmente está constantemente reduzindo a verdade viva, trazendo-a para os níveis mortos da sabedoria e para os domínios do mero conhecimento engrandecido.

A regra de ouro, quando despojada do discernimento interior supra-humano do Espírito da Verdade, transforma-se em nada mais que uma regra de conduta numa ética elevada. A regra de ouro, quando interpretada literalmente, pode tornar-se um instrumento de grande ofensa ao semelhante. Sem o discernimento espiritual da regra de ouro da sabedoria, vós poderíeis raciocinar que, posto que sois desejosos de que todos os homens digam a vós a verdade plena e franca das suas mentes, vós deveríeis, pois, plena e francamente, revelar o pensamento total da vossa mente aos vossos semelhantes. Essa interpretação não espiritual da regra de ouro poderia resultar em infelicidades incontáveis e em um sem-fim de sofrimentos.

Algumas pessoas discernem e interpretam a regra de ouro como uma afirmação puramente intelectual de fraternidade humana. Outras experimentam essa expressão de relacionamento humano como uma gratificação emocional dos sentimentos de ternura da personalidade humana. Outros mortais reconhecem essa mesma regra de ouro como a unidade de medida de todas as relações sociais, o padrão da conduta social. Outros, ainda, consideram-na como sendo a prescrição positiva de um grande instrutor moral que incorporou, nessa afirmação, o mais elevado conceito de obrigação moral, no que diz respeito a todas as relações fraternais. Nas vidas de tais seres morais, a regra de ouro torna-se o centro sábio e a circunferência de toda a sua filosofia.

No Reino da fraternidade crente de amantes da verdade e de sabedores de Deus, essa regra de ouro assume qualidades vivas, de compreensão espiritual, naqueles níveis mais elevados de interpretação, os quais levam os filhos mortais de Deus a ver essa injunção do Mestre como exigindo deles que se relacionem com os seus semelhantes de um modo tal que eles recebam o bem mais elevado possível, como resultado do contato do crente com eles. Esta é a essência da verdadeira religião: que ames ao teu próximo como a ti mesmo.

A compreensão mais elevada, contudo, e a interpretação mais verdadeira, da regra de ouro, consistem na consciência do Espírito da Verdade, da realidade duradoura e viva de uma tal declaração divina. O verdadeiro significado cósmico desta regra de relacionamento universal é revelado apenas na sua compreensão espiritual, na interpretação da lei de conduta feita pelo espírito do Filho, para o espírito do Pai que reside na alma do homem mortal. Quando tais mortais, guiados pelo espírito, compreendem o significado verdadeiro desta regra de ouro, eles preenchem-se, ao transbordamento, com a certeza da cidadania em um universo amigável, e os seus ideais da realidade espiritual apenas se satisfazem quando eles amam os seus semelhantes como Jesus nos amou a todos, e é esta a realidade da compreensão do amor de Deus.

Essa mesma filosofia da flexibilidade viva e da adaptabilidade cósmica, da verdade divina, às exigências individuais e à capacidade de cada filho de Deus, deve ser percebida antes que possais esperar compreender adequadamente o ensinamento e a prática do Mestre, quanto à não-resistência ao mal. O ensinamento do Mestre é basicamente um pronunciamento espiritual. Mesmo as implicações materiais da sua filosofia não podem ser de ajuda se consideradas independentemente das suas correlações espirituais. A essência da injunção do Mestre consiste na não-resistência de toda a reação egoísta, ao universo, combinada à realização dinâmica e progressiva até níveis probos de valores espirituais verdadeiros: a beleza divina, a bondade infinita e a verdade eterna – de conhecer Deus e de tornar-se cada vez mais semelhante a Ele.

O amor e a ausência de egoísmo devem estar submetidos a uma interpretação constante e vivamente readaptadora dos relacionamentos, de acordo com o guiamento do Espírito da Verdade. O amor deve, assim, captar os conceitos, sempre mutantes e em ampliação, do bem cósmico mais elevado para o indivíduo que é amado. E, então, o amor continua a assumir essa mesma atitude no que concerne a todos os outros indivíduos que poderiam possivelmente ser influenciados pelo relacionamento crescente e vivo do amor, de um mortal guiado pelo espírito, aos outros cidadãos do universo. E toda essa adaptação viva de amor deve ser efetuada tanto à luz ambiente do mal presente, quanto à luz da meta eterna da perfeição do destino divino.

E assim devemos claramente reconhecer que nem a regra de ouro, nem o ensinamento da não-resistência podem jamais ser apropriadamente compreendidos como dogmas ou preceitos. Eles podem ser compreendidos apenas ao serem vividos, ao terem os seus significados realizados
na compreensão e interpretação viva do Espírito da Verdade, que dirige o contato, pleno de amor, de um ser humano com outro.

E tudo isso indica claramente a diferença entre a velha religião e a nova. A velha religião ensinava o auto-sacrifício; a nova religião ensina apenas o auto-esquecimento, uma auto-realização maior conjugada a um serviço social de compreensão do universo. A velha religião era motivada pela consciência-medo; o novo evangelho do Reino é dominado pela convicção da verdade, pelo Espírito da Verdade eterna e universal. E nenhuma quantidade de piedade, nem de fidelidade a um credo, pode compensar a ausência, na experiência de vida dos crentes do Reino, daquela amizade espontânea, generosa e sincera que caracteriza os filhos, nascidos pelo espírito, do Deus vivo. Nem a tradição, nem um sistema cerimonial de adoração formal podem reparar a falta da compaixão genuína pelos nossos semelhantes.

6. A NECESSIDADE DE PARTIR


Depois que Pedro, Tiago, João e Mateus haviam feito inúmeras perguntas ao Mestre, ele continuou o seu discurso de despedida dizendo: “E eu afirmo tudo isso a vós antes de deixar-vos, com a finalidade de que possais estar preparados para o que virá sobre vós e a fim de que não caiais em erro sério. As autoridades não ficarão contentes em colocar-vos meramente para fora das sinagogas; eu vos previno de que é chegada a hora em que aqueles que irão matar-vos pensarão estar prestando um serviço a Deus. E todas essas coisas eles farão a vós, e àqueles a quem vós conduzis ao Reino do céu, porque eles não conhecem o Pai. Eles recusaram-se a conhecer o Pai, ao recusarem-se a me receber; e eles recusam-se a me receber, quando eles vos rejeitam, porque tendes mantido o meu novo mandamento de amar-vos uns aos outros como eu próprio vos amei. Estou antecipando essas coisas a vós para que, quando a vossa hora vier, como a minha agora veio, possais estar fortalecidos no conhecimento de que tudo era sabido por mim; e de que o meu espírito estará convosco em todos os vossos sofrimentos pela minha causa e por causa do evangelho. Foi com esse propósito que eu estive falando tão claramente a vós desde o princípio. Eu vos preveni até mesmo de que os adversários de um homem podem estar dentre os da sua própria casa. Embora este evangelho do Reino nunca deixe de trazer uma grande paz à alma do indivíduo que crê, ele não trará paz à Terra até que o homem esteja disposto a crer de todo o coração no meu ensinamento, e a estabelecer a prática de fazer a vontade do Pai como o principal propósito, ao viver a vida mortal.

“Agora que vos estou deixando, vendo que é chegada a hora que eu devo ir para o Pai, eu surpreendo-me com o fato de que nenhum de vós me perguntou: Por que nos estás abandonando? Contudo, eu sei que fazeis essas perguntas nos vossos corações. E falarei a vós claramente, como um amigo a outro. É realmente proveitoso para vós que eu me vá. Se eu não for embora, o novo instrutor não poderá vir até os vossos corações. E eu devo despojar-me deste corpo mortal e ser restaurado no meu lugar no alto, antes de poder enviar o espírito instrutor para viver nas vossas almas e guiar os vossos espíritos à verdade. Quando o meu espírito vier residir em vós, ele iluminará a diferença, entre pecado e retidão, e capacitar-vos-á a discernir entre eles, com sabedoria, nos vossos corações.

“Eu ainda tenho muito a vos dizer, mas vós não podeis suportar nada mais por agora. Todavia, quando ele vier, o Espírito da Verdade, finalmente guiar-vos-á até toda a verdade, ao passardes pelas muitas moradas no universo do meu Pai.

“Esse espírito não falará por si próprio, mas ele irá declarar-vos aquilo que o Pai revelou ao Filho e mostrar-vos-á até mesmo as coisas que virão; ele glorificar-me-á como eu glorifiquei o meu Pai. Esse espírito virá de mim e revelará a vós a minha verdade. Tudo que o Pai tem sob o Seu domínio agora é meu; e é por isso que eu disse que esse novo instrutor tomaria daquilo que é meu e o revelaria a vós.

“Muito em breve eu vos deixarei, mas por pouco tempo. E depois disso, quando me virdes novamente, eu estarei já a caminho do Pai e, pois, nem mesmo então me vereis por muito tempo”.

Enquanto Jesus parou por um momento, os apóstolos começaram a conversar uns com os outros: “O que é isso que ele está dizendo a nós? ‘Muito em breve eu vos deixarei’, e ‘Quando me virdes novamente não será por muito tempo, pois eu já estarei a caminho do Pai e, pois, nem mesmo então me vereis por muito tempo’. O que ele quer dizer com esse ‘muito em breve’ e ‘por muito tempo’? Nós não conseguimos compreender o que ele nos está dizendo”.

E, porque Jesus soubesse que eles faziam essas perguntas a si próprios, ele disse: “Vós perguntais dentro de vós sobre o que eu quis dizer quando afirmei que em breve eu não estaria convosco e que, quando me virdes novamente, eu estarei já a caminho do Pai? Eu vos disse claramente que o Filho do Homem deve morrer, mas ele ressuscitará. E então não podeis saber o significado das minhas palavras? Inicialmente ficareis tristes, mas, mais tarde rejubilar-vos-eis junto com muitos dos que compreenderão essas coisas, depois que elas aconteceram. Uma mulher de fato sofre na hora do parto, mas, depois de dar à luz o seu filho, ela imediatamente esquece a sua angústia com a alegria de saber que um ser humano nasceu para o mundo. E assim será com a vossa tristeza na hora da minha partida, mas eu vos verei de novo em breve e, então, a vossa tristeza transformar-se-á em júbilo, e, uma nova revelação virá a vós, a da salvação de Deus, que nenhum homem poderá tomar de vós. E todos os mundos serão abençoados nessa mesma revelação da vida de triunfo sobre a morte. Até então vós fizestes todos os vossos pedidos em nome do meu Pai. Quando me virdes novamente, vós podeis pedir em meu nome também, e eu vos ouvirei.

“Aqui na Terra eu vos ensinei por meio de provérbios e falei a vós por parábolas. E o fiz assim porque no espírito éreis apenas crianças, mas a época está chegando em que eu vos falarei claramente a respeito do Pai e do Seu Reino. E eu farei isso porque o próprio Pai vos ama e deseja ser revelado mais plenamente a vós. O homem mortal não pode ver o espírito do Pai; portanto eu vim ao mundo para mostrar o Pai aos vossos olhos de criaturas. Mas, quando tiverdes crescido para tornar-vos perfeitos em espírito, então vereis o Pai”.

Quando os onze ouviram-no falar, eles disseram uns aos outros: “Vede, ele fala claramente a nós. Certamente o Mestre veio de Deus. Mas por que ele diz que deve voltar ao Pai?” E Jesus viu que nem assim eles o haviam compreendido ainda. Esses onze homens não conseguiam escapar das suas idéias, longamente alimentadas dentro do conceito judeu do Messias. Quanto mais eles criam em Jesus como sendo o Messias, mais complicadas tornavam-se essas noções arraigadas a respeito do triunfo material glorioso do Reino na Terra.

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