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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A VOLTA DE AMI O MENINO DAS ESTRELAS LIVRO 2 & 3- CAPITULO 10, 11 & 12

a volta de ami o meninop das estrelas...capitulo 10,11 e 12


Capítulo 10
O Mestre Solar

-Este planeta é a Terra -disse eu, um pouco decepcionado. Tive a impressão de ver o meu mundo por trás dos vidros. Vinka mostrou o meu engano.
-É Kia. Ali está Lubínia. É um deserto.
Foi exatamente essa costa desértica que me confundiu. Pensei que era a costa norte da África. Depois, ao ver duas enormes ilhas equatoriais inexistentes na Terra, compreendi que estava em outro mundo.
Depois de minha viagem com Ami, pude estudar bastante geografia. Isso me permitiu captar as diferenças; o resto, como a cor do mar, as abundantes nuvens brancas, as selvas e os desertos, pareciam absolutamente terrestres.
-Que desilusão! -disse eu, meio de brincadeira-.

Estava esperando encontrar um planeta com mares vermelhos ou amarelos; com selvas azuis ou alaranjadas, enfim...
-Mundos de evolução semelhante são parecidos em quase tudo. As mesmas leis dão origem às mesmas coisas -explicou Ami.

-Mas são só parecidos, Pedrinho -disse Vinka-. Você já vai ver.
-O objetivo de nossa visita a Kia é o de encontrar uma pessoa que possa ensinar-lhes como se obtém amor. Vamos procurá-la pela tela. Hummm... seu código é este. Aqui está. Venham ver.
Apareceu um homem, já de certa idade. Estava sentado numa rústica cadeira de balanço, na varanda de uma casa de campo muito antiga e pobre. Balançava-se preguiçosamente, tinha um cachimbo na boca. Contemplava a paisagem que se estendia diante de seus olhos: um belo vale forrado de muitos matizes de verde. A casa se encontrava na ladeira de uma colina solitária.
Algumas diferenças indicavam que aquilo não era a Terra: o homem tinha o cabelo cor-de-rosa, embora já estivesse um pouco branco. A sua barba era da mesma cor. Devido ao abundante e desordenado cabelo, não pude ver suas orelhas, mas imaginei que seriam pontiagudas como as de Vinka. Vestia um manto cinzento. Fazia-me lembrar os antigos profetas. Ao seu lado, um "cachorro" cochilava... se é que se pode chamar assim a um montão de lã com pescoço de avestruz e cara de galo... Sobre o galho de um pequeno arbusto havia um casal de... não soube. Pareciam lagartichas de pé sobre duas patas, com penas de canário.
-Isto não é a Terra -reconheci.
Por ali voavam numerosos animais do tamanho de filhotes de águia, com pele de peixe ou réptil, asas grandes, redondas, rabo de arraia e duas patas muito compridas. Esses animais eram capazes de mergulhar nas águas de uma grande lagoa perto dali, caminhar sobre a terra com as duas patas e voar como aves. Alguns descançavam nos galhos das árvores próximas. O que mais impressionava era seu rosto humanóide.
-Vocês têm bichos muito estranhos por aqui...
Vinka surpreendeu-se.
-Estranhos? E o que você me diz dos animais de seu mundo?
-Não me parecem diferentes...
-Não?! E esses horríveis "homenzinhos com asas"?
-Quais? Lá, os mais parecidos aos seres homanos são os macacos, mas não têm asas. Os que voam têm penas.
-Mas esses "homenzinhos com asas" têm pêlos e não penas...
-Então não voam. Nenhum animal com pêlo é capaz de voar...
-Mas esses demônios voam sim, com pêlos e tudo. São horríveis! Seus rostos são de verdadeiros monstros!

-Você tem certeza de que está se referindo a algum animal da Terra? Lá não existe nada assim... por sorte!
Ami se deleitava, caladinho com nosso diálogo.
-... E, ainda por cima, alimentam-se de sangue.
-Do que você está falando, Vinka?
Naquele momento, não fui capaz de imaginar nenhum animal como aquele a que ela se referia. Ami interferiu:
-Ela está falando de morcegos.
-E como se isso fosse pouco, Ami disse que voam na escuridão absoluta, têm um radar e passam por entre as pás de um ventilador em movimento, sem se machucarem. Isso não é estranho?

Achei que Vinka tinha razão, mas eu nunca tinha pensado nisso.
Ami apagou a tela. Descíamos lentamente no planeta Kia.
-O incrível e maravilhoso está sempre diante de nossos olhos! Mas estamos tão habituados a ele que não percebemos. Bem, vamos conversar com esse homem. Ele tem algo para lhes ensinar.
Vinka suspirou com esperança.
-Deve ser um sábio...
-Sábio, esse velho montanhês? Que nada! Ele compreendeu algumas coisas, outras ainda não. É um homem comum.
A decepção modificou o rosto da menina.
-Uma pessoa, para me ensinar, deve ter um nível evolutivo muito superior ao meu.
Ami sorriu.
-A típica arrogância dos incivilizados. Verei se é possível que o Mestre do Comandante a admita como sua discípula...
Vinka ruborizou-se, mas tentou consertar a situação:
-Foi uma maneira de dizer... você disse que ele desconhecia algumas coisas. Pensei, então, que ele não tivesse capacidade para me ensinar...
-Vinka e Pedrinho: o sistema universal de ensino foi planejado para ser executado de modo gradual. Quem está no degrau de cima, pode ajudar aquele que estiver imediatamente abaixo. Existem aqueles que estão num nível inferior e que exigem um Mestre da dimensão do Comandante ou pretendem que Deus em pessoa venha ensinar-lhes, desprezando os que se encontram um ou dois degraus acima deles.
-Você está certo, Ami, mas Vinka também tem razão ao pensar que um guia não muito superior ignora muitas coisas.
-Ignora os coisas do degrau mais alto, mas isso não é assunto de quem se encontra abaixo desse guia. Deve ser suficiente para eles assimilarem bem o que lhes está sendo ensinado pelo Mestre que está imediatamente acima deles. Se um aluno ainda não sabe somar e diminuir, não deve se incomodar com o fato de que seu professor não conheça as altas matemáticas.
Desta vez não nos restou nenhuma dúvida.
-Esse amigo sabe algo que vocês ignoram... sabe como obter amor. Aprendam primeiro isso. Depois, quando tiverem o nível do Comandante, poderão ter um Mestre como o seu.
-Quem é esse Mestre, Ami?
-É a alma mais evoluída do sistema solar onde está a Terra. É um dos seres solares dos quais lhes falei na viagem anterior.
-Mas, como se chama?
-Pedrinho, é preciso ter muito cuidado com os nomes, eles confundem muito as pessoas. Um Mestre pode ser bastante venerado numa região mas, em outros lugares, outros podem ser valorizados. Isso provoca conflitos religiosos. E nós buscamos a paz e a unidade, não é verdade?
-Sim, mas um deles deve ser o verdadeiro...
-Todos são verdadeiros.
-Bom, está bem, mas alguém deve ser o maior...
-Todos os raios do sol são luminosos. Iluminam a escuridão e são oriundos da mesma fonte: o Sol.
Compreendi a comparação, mas não estava satisfeito. Eu queria ganhar, queria que Ami mencionasse o nome do meu Mestre, colocando-o acima de todos os outros. Ele me esclareceu:
-Esse grande Ser é o reitor da espiritualidade para o seu mundo. De vez em quando, um homem é iluminado por sua sabedoria, então esse homem se transforma num grande Mestre, porque transmite os ensinamentos do Espírito Solar. Assim nasce uma religião. Passam-se milênios... a humanidade evolui um pouco. Chega o momento de entregar outra lição. Então, outro homem é iluminado pelo mesmo Espírito. Assim, aparece outro Mestre e outra religião, mas é o mesmo Espírito que inspira todas as religiões. Passa mais um milênio e, novamente, um homem é escolhido para transmitir uma lição, de acordo com a evolução e a necessidade da humanidade. Assim nasce outro Mestre e outra religião. Os homens se confundem com os nomes. Chegam a provocar guerras religiosas, sem compreender que, com essa atitude, ferem esse grande Espírito que é todo amor. É por amor que Ele envia Mestres para iluminar o caminho deles.
-Não sabia disso, Ami. Então, como se chama esse Espírito?
-Nomes, nomes. Este é o problema: nomes, rótulos. As coisas do espírito não têm carteira de identidade. Os limites e separações vão desaparecendo. Os homens é que dividem, parcelam, classificam, colocam limites e fronteiras. Mas, quando existe amor no coração, compreende-se que o universo todo é uma grande unidade...
-Algum nome deve ter este Mestre...
Ami não pôde conter o riso.
-Está bem, você quer um nome, então lhe daremos: Mestre Solar.
-Agora compreendo melhor. O Mestre Solar é aquele que inspira todos os outros Mestres.
-É assim mesmo, Pedrinho. Enquanto isso não ficar bem claro, não é possível pensar em paz para a Terra. A divisão por religiões é tanto ou mais perigosa do que a divisão por fronteiras ou por idéias. Se não ficar bem claro para nós que o sentido da religião é a prática do amor, não ganharemos nada competindo por religiões ou nomes de Mestres. Todos eles nos incentivam a atuar com bondade, honestidade, paz. Enfim, com amor.
-O Mestre Solar tem forma humana?
-Sim, porque não é Deus, apesar de que atua segundo a Sua Vontade. Acima dele, está o reitor da espiritualidade para toda a galáxia. Mais além, encontra-se o Espírito que rege todas as galáxias deste universo.
-Deus?
Ami fingiu não ter escutado.
-... Por cima deste último, está quem rege a quarta dimensão. Depois, o que dirige a quinta e, assim, sucessivamente.
-E Deus?
-Ele está sempre em seu coração. Como você gosta dos nomes, pode chamá-lo "o Íntimo". Agora vamos descer.
-Vamos descer com a nave em Kia, ou vamos descer da nave? -perguntei com esperança, porque eu nunca tinha saído a caminhar por outro mundo.
-Faremos as duas coisas.
-Viva!
-Este é um mundo "irmão" ao seu. Nossos engenheiros genéticos encarregaram-se de "fabricar" os mesmos micróbios em ambos os planetas. Não existe perigo para você nem para Kia.
Em poucos segundos, chegamos perto da cabana. Uma luz nos controles indicava que estávamos invisíveis para o exterior.
Olhando pela janela, comprovei que os animais estavam intuindo a nossa presença, porque o "cachorro" começou a lat... quer dizer, emitir alguns sons semelhantes a uivos. As "lagartixas" encolheram-se com temor; os animais voadores, abraçando-se mutuamente, submergiram na lagoa.
O velho levantou o cachimbo na nossa direção, em forma de saudação e sorriu.
-É um velho amigo. Ele sabe quando venho estacionar a nave neste ponto do seu céu.
-Como sabe que chegamos? Estamos invisíveis...
-Pela reação dos animais. Já o visitei várias vezes.
-Em que país estamos? -perguntou Vinka.
-Em Utna.
-Então, não vou poder me comunicar com esse senhor. Aqui não se fala meu idioma...
Ami sorriu e piscou-me um olho.
-Não lhe parece que nossa amiguinha é uma boba?
Não soube a que se referia.
-Ela diz que não poderá compreender o velho...
-E tem razão: não falam o mesmo idioma.
Olhou-nos como se não acreditasse.
-Isto -disse, apontando com o dedo indicador para a parte lateral de sua cabeça.
Pensei que dissesse que estávamos loucos. Como não entendemos, teve que vir até nós, tirar-nos os fones tradutores e depois colocá-los diante de nossos olhos dizendo "isto" nos dois idiomas. Somente então compreendemos. Explodimos em risos por causa de nossa estupidez, mas Ami permanecia sério. Fingindo estar zangado, disse:
-Estes necrófagos têm a compreensão muito limitada...
-Que significa necrófagos? -perguntamos.
-Comedores de cadáver.
Vinka sentiu-se ofendida.
-Eu não como cadáver...
-Você come carne de animais mortos, não é?
-Ah! Isso, sim! Mas...
-Então você é necrófaga. Vamos.

Levou-nos ao pequeno recinto de saída. Acendeu-se uma luz ofuscante. Descemos até chegar ao solo de Kia, mundo semelhante à Terra que não vivia de acordo com a Lei Universal do Amor.

Segunda Parte

Capítulo 11
Krato e os Térri

O primeiro impacto foi um aroma desconhecido: o perfume característico de Kia. Pareceu-me agradável. Caminhei pelo solo desse outro mundo como se fosse um lugar sagrado. Não me é possível descrever a alegria que senti ao movimentar-me pela superfície de um planeta diferente.
Enquanto nos aproximávamos da cabana do velho, ele nos olhava amistosamente, sem surpresa. O "cachorro" veio até nós balançando o comprido pescoço. Parecia enorme. Assustei-me um pouco, mas Vinka aproximou-se do animal e comçou a acariciar-lhe os compridos pelos. O quadrúpede extraterrestre roçava a cabeça na menina, como o fazem os gatos, quando são carinhosos. Achei estranha a confiança de Vinka com aquele espécie. Pensei que talvez esses bichos não fossem agressivos.
-Você se engana -disse Ami-. Alguns são muito ferozes, assim como os cachorros.
-Como você soube que não era agressivo, Vinka?
-Porque ele vinha balançando a cabeça.
Imaginei que, assim como os cachorros manifestam alegria movendo o rabo, estes animais o faziam balançando o percoço comprido.
-Como se chama este animal? -perguntei.
-Bugo. Outra linha -disse Vinka.
-Trask, Trask! Venha aqui -disse o velho, chamando o estranho ser-. Deixe de incomodar nossas visitas.
-Você disse que se chama Bugo e ele o chamou de Trask. Não estou entendendo.
Vinka me olhou como quem olha um débil mental.
-Este animal é um bugo. O nome que deram a este bugo é Trask.
Tinha razão: eu era um idiota.
Pouco a pouco, foram aparecendo os animais "aero-anfíbios". Alguns se atreveram a voar por cima de nossas cabeças. Um deles pousou no ombro de Ami.
Vinka, fascinada, tentou aproximar-se do animal, mas ele levantou vôo.
-É incrível! -disse.
Não compreendi a que se referia.
-Os garábolos são muito tímidos. Nunca se aproximam das pessoas, mas este não tem medo de Ami...
Quando ela se afastou de nosso amigo, o bicho voltou a pousar suas compridas patas no ombro de Ami.
-Sou amigo de todos os animais -explicou, falando em um novo idioma.
-Por isso você veio me visitar, não? -disse Krato.
Todos rimos com a piada do velho. Quando chegamos perto dele, o garábolo fugiu para o teto da cabana.
O ancião e Ami abraçaram-se felizes por estarem juntos novamente.
-Desta vez, sim, você vai dividir comigo o delicioso guisado que preparei. Tenho uma panela cheia de garábolos "al dente". Deixei-os a noite inteira em um molho picante. Mmmmmm! Uma delícia! Além disso, lá dentro nos espera uma garrafa cheia de suco fermentado. É bom, de vez em quando, alegrar o coração. Vamos.
-Nem sonhando, velho canibal. Esses pobres animaizinhos têm razão de sobra para não se aproximarem de vocês: fatalmente vão terminar no fundo de seus estômagos.
Senti um pouco de raiva do velho. Como era capaz de matar essas simpáticas e carinhosas criaturas para comê-las?
-Mas são deliciosos, Ami -disse... não o ancião, mas... Vinka! Ela também os comia! E como se isso fosse pouco, acrescentou:
-As coxas assadas são a parte mais gostosa. Também gosto muito da sopa de asas...
A imagem que eu tinha de Vinka caiu por terra, de repente. Olhei-a como se fosse uma espécie de aborígene selvagem que comia porcarias. Como pude me sentir atraído por ela?
Sabendo de meus pensamentos, enquanto colocava um fone tradutor no ouvido do velho, Ami disse para Vinka:
-Fazem muito mal matando e comento esses animaizinhos. Nosso amigo está muito aborrecido com isso.
Ela me olhou com surpresa. Depois tentou me explicar:
-Aqui todos comemos carne de garábolo. É um costume que temos desde criança. São muito apetitosos... você deveria experimentar...
-Jamais! -respondi, de braços cruzados, olhando para outro lado.
-Bravo! É assim que se fala! -disse Ami-. Ele não é capaz de comer carne de garábolo. Isso seria uma maldade para ele, por isso está muito decepcionado com você. Ele come outro tipo de coisas. Você se lembra daqueles animaizinhos da Terra de que gostou e até quis trazer um como mascote?
O olhar da menina se iluminou.
-Oh, sim! Eram tão meigos! Como se chamavam?
-Cordeiros. Pois bem, esse é um dos pratos preferidos de seu amiguinho...
Olhou-me como se eu fosse um criminoso, um psicopata, um sádico, uma fera humana.
Tentei me defender:
-M-mas é que um cordeirinho assado...
Vinka explodiu em lágrimas.
-Assado!... Que maldade! Que nojo! Que decepção!
Entre risos dissimulados, Ami foi consolá-la.
-Estão vendo? Isso é o que acontece quando vemos os erros alheios e não os nossos. Vocês três fazem a mesma coisa. Não é pior nem melhor comer carne de cordeiro ou de garábolo. É a mesma coisa. É um erro que eu não cometo.
Não os condeno, porque os compreendo, mas vocês se condenam mutuamente pelo mesmo erro. Estes incivilizados... vamos, apertem-se as mãos e... como bons
amigos.
Olhamo-nos com timidez e um pouco de vergonha. Havíamos entendido a lição de Ami. Apertamo-nos as mãos.
-Bem. É assim que se faz -disse o ancião, contente-. Agora vamos celebrar a reconciliação com um brinde. Vamos.
-Esses montanheses não têm boa educação -brincou Ami-. As pessoas educadas primeiro se apresentam. Este é Pedro. Vive em outro mundo.
-E com razão. Ho, ho, ho! Com um nome desses, eu também iria me esconder em outro mundo. Ho, ho, ho!
Não gostei nada de sua brincadeira.
-Esta é Vinka.
O ancião olhou-a com carinho e exclamou:
-Ela também deve vir de outro mundo: não aparecem meninas tão bonitas em Kia.
Aquilo me desagradou mais ainda. Ela respondeu ao agrado com um sorriso.
-E este é Krato, um camponês de Kia.
-Há, há, há, há! -caçoei de seu nome, mas o fiz para me vingar. Meu riso não pareceu muito natural.
-Por que esse menino finge que está rindo?
-Está rindo do seu nome. Na verdade, está tentando vingar-se, porque você caçoou dele.
-Veja só! Que sensível! Não se zangue, "Betro". Era somente uma brincadeira, mas "Betro" é um nome muito bonito...
Antes que eu reclamasse pela forma como Krato distorcia meu nome, Ami explicou:
-Ele não pode pronunciar bem os sons de seu nome, Pedrinho. Você também não pode pronunciar corretamente o dele. É uma bobagem ficar brigando por causa de nomes e sons... além disso, no fundo, Krato significa pedra e...
-Pedra! Há, há, há! Como alguém pode se chamar pedra?...
Desta vez minha rizada foi sincera.
-... vocês são um pouco xarás...
-A que você se refere, Ami? -perguntei.
-A que Pedro significa pedra. Você também se chama pedra.
Todos riram... menos eu.
Começaram a conversar. Retirei-me para um lado, perguntando por que tudo me saía mal. Ami se aproximou.
-O que acontece, Pedrinho, é que você atua um pouco abaixo de seu verdadeiro nível.
Olhei-o pedindo uma explicação melhor.
-Uma criança pequena suja toda a sua roupa e o rosto ao comer e ninguém a culpa por isso. Ela atua segundo seu nível. Se um adulto faz a mesma coisa, é censurado, porque não está atuando segundo o seu nível.
-E isso, o que tem a ver comigo?
-É que você não atua de acordo com você mesmo. Cada vez que faz ou pensa algo que está abaixo do que se espera de você, vai receber imediatamente a correção: por isso você sofre. Se atuasse tal como você é, começando por sua melhor parte, sua vida seria sempre um paraíso.

Meditei por um bom tempo em suas palavras. Compreendi que tinha razão. Decidi fazer um esforço para ser outra pessoa...
-É suficiente que você seja você mesmo -disse Ami-. Essa é que é a verdade. Vamos conversar com meu velho amigo.
Krato estava numa horta atrás da cabana, junto a Vinka. Mostrava sua pequena plantação de hortaliças para a menina, seu pomar e tudo que constituía o seu mundo.
Um mau pensamento passou por minha mente ao vê-los juntos, mas descartei-o imediatamente. Devia ser melhor em meus atos e pensamentos.
-Bravo! Isso é realmente um progresso -exclamou Ami.
-O que você quer dizer com isso?
-Você está progredindo. Começa a vigiar seus pensamentos. Já não está tão adormecido. As pessoas, em geral, nunca prestam atenção em seus pensamentos. Em suas mentes, passa todo tipo de idéias negativas. Como não se dão de conta, têm uma magnífica opinião de si mesmas. Assim não é possível progredir. Você começa a se observar e, com isso, passa a se conhecer melhor. Além disso, está adquirindo o poder de tirar de sua mente o que não é conveniente para você.
-Ei, vocês! Venham ver o tamanho desses muflos -chamou-nos o velho, exibindo umas brilhantes garrafas vermelhas feitas de um material parecido com plástico.
Vinka pegou uma garrafa. Levou o gargalo à boca... e deu-lhe uma mordida! Depois, mastigou com prazer o pedaço de garrafa...
Ami ria de minha confusão.
-Não são garrafas de plástico. São frutas com a mesma forma das garrafas terrestres.
-Experimente. -Vinka me entregou uma fruta. Olhei para Ami perguntando-lhe se podia comer aquilo.
-Somente um pedaço -recomendou.
Mordi a fruta. Sua textura lembrava a da maçã. Gostei imediatamente de seu sabor doce, apesar de não se parecer a nada conhecido.
-Como você consegue produzir muflos tão grandes? -perguntou Vinka ao velho.
-É fácil. Todas as noites canto uma canção para a árvore. Ela gosta muito disso. Fica contente e quem está contente trabalha com amor.
-Tudo o que se faz com amor dá bom resultado e bons frutos -disse Ami.
Olhei a árvore com curiosidade. Imaginei que tinha boca, olhos e ouvidos para se cominicar com Krato. Mas aquela árvore era uma árvore normal, somente com folhas, galhos, frutas e tronco:
Vinka ria, dizendo:
-Que loucura... cantar para uma árvore...
Mas Ami estava de acordo. Disse que Krato tinha razão.
-As árvores e plantas são seres conscientes. Têm uma consciência pequenina, mas são muito sensíveis ao carinho, às vibrações de afeto. Ficam tristes ou contentes, sentem medo ou confiança.
Krato animava Vinka:
-Coma um pouco mais. Os muflos dão força. Coma para que você fique forte, assim. -O velho aparentou ser musculoso, levantando os braços, fechando os punhos e enchendo as bochechas. Vinka achou isso muito engraçado.
-Não é exatamente assim que nós, as senhoritas da cidade, gostam de ser...
Ami se divertia com as bobagens de Krato.
-Não preste atenção nesse velho montanhês. Não entende nada de moda.
Enquanto Krato brincava, Ami pareceu concentrar-se intensamente. Depois disse:
-Parece que os térri se aproximam...
-Então, corram e escondam-se no calhambe invesível -recomendou alarmado o homem de Kia.
Ami continuou concentrado. Depois advertiu:
-Não temos tempo. Já estão aqui. Vamos para a cabana.
Aquilo me assustou muito, mas Vinka estava mais alterada ainda. Segurou-me com força.
Escutamos o barulho de um motor. Aproximáva-se. Krato foi sentar-se na sua cadeira de balanço, fingindo grande tranqüilidade.
Ami encontrou uma fresta e olhou lá fora. Convidou-nos a observar. Com o dedo indicador na boca, ordenou que ficássemos em silêncio.
Pude ver o veículo que se aproximava. Parecia uma caixa preta de metal bem polido, com rodas e muitas grades ao redor. Tinha vidros por trás das grades, que eram pretos também, tornando impossível enxergar o interior do veículo.
A sombria carruagem emitia tanto ruído e fumaça que todos os animais do lugar correram a esconder-se. Pensei que eles ainda não tinham enventado o silenciador. Aquilo tinha o escapamento aberto.
Ami sussurrou:
-Claro que o conhecem, mas gostam de provocar medo.
Quando a caixa negra chegou perto da cabana, quatro seres desceram. A simples visão deles causava pânico. Eram uma espécie de gorilas gigantescos, corpulentos e peludos. Usavam capacetes cheios de pontas, ombreiras com pontas, sapatos com pontas, pulseiras com pontas e joelheiras com pontas. Utilizavam escudos metálicos em vez de roupas. Todos traziam objetos compridos nas mãos: armas, com certeza. Seus rostos não eram parecidos aos dos símios e, sim, aos dos humanos. Pêlos verdes cobriam todas as partes visíveis de seus corpos, exceto o rosto, cuja pele era cor-de-rosa.
-Vamos, velho parasita! Mostre seus documentos!
Krato, sem olhar para eles, tirou um cartão do meio das pregas de seu manto. Entregou-lhes.
Um dos térri pegou bruscamente o documento e examinou-o.
-Você viu passar wacos por aqui?
-Vi térris, mas não sei distinguir entre um térri waco e um térri zumbo. Para mim são todos iguais: térris -respondeu com uma grande calma, observando a paisagem.
-Insolente! Não sabe distinguir entre um ser humano e uma fera?
-Isso sim. Os seres humanos amam e constroem. As feras odeiam e destroem.
O ser armado e peludo não gostou da resposta do velho.
-Que fazemos, chefe? Moemos ele de pancadas?
-Deixa ele. É um swama sonhador e morto de fome... como todos. Ha, ha, ha!
Tudo ia bem até que o chefe ordenou:

-Ande, vá dar uma olhada na cabana.

Senti um golpe no estômago. Vinka me apertou com mais força ainda. Ami, com as duas mãos esticadas para nós e com um sorriso, pediu-nos para manter a calma.
Krato tentou desviá-los.
-Não encontrarão nada que lhes interesse. Nem armas, nem zumbos... perdão, vocês são zumbos. É que eu os confundo. Quero dizer, nem armas, nem wacos...

-Se você não ficar calado de uma vez, vamos levá-lo para os trabalhos forçados. Estamos precisando de mais wacos e swamas em nossas fábricas de armas.
O térri entrou na cabana, examinou todos os lugares, olhou cada canto... exceto onde nós estávamos. Era impossível não nos descobrir, apesar disso, não o fez.
-Não tem nada, chefe.
-Bem. Vamos. Já sabe, velho inútil: se você encontrar um waco por aqui, nos avise. Nós lhe daremos bons presentes.
Voltaram ao veículo e afastaram-se estridentemente.

Capítulo 12
Até a volta, Kia

Ami, rindo até as orelhas, disse-nos:
-Antes que perguntem já vou explicando: hipnose à distância.
Minha pergunta foi boba:
-Também funciona com os térri?
-Com eles é mais simples. Quanto mais baixo é o nível de consciência de uma pessoa, mais fácil será hipnotizá-la; quer seja à distância ou por sugestão. Por isso, a publicidade comercial obtém grandes resultados com esse tipo de pessoas. Quanto maior é o nível evolutivo, mais desperta está a consciência.

Krato entrou na cabana rindo. Vinka lhe perguntou por que não havia sentido medo de que os térri nos descobrissem.
-Conheço as artimanhas de nosso amiguinho.
Depois contou-nos que, certa vez, Ami protegeu quatro wacos ou zumbos fugitivos -não se lembrava bem a que bando pertenciam- de uma patrulha que os procurou por todos os lugares e não os encontrou, apesar de estarem a olhos vistos.
-Eu não teria protegido um térri -disse Vinka-. Quanto mais rápido se eliminarem, mais depressa a paz se fará em Kia.
-Térris e swamas são irmãos -interferiu Ami-. O dever dos swama é guiar e proteger os térri.
Krato levantou os braços ao céu, como quem acaba de escutar uma insensatez.
-Guiar e proteger os térri! Parece que você não está percebendo. Nós estamos dominados por eles. Possuem armas, nós somos pacíficos. Eles pensam que somos fracos e estúpidos, porque não buscamos nem poder nem dinheiro. Eles são materialistas. Consideram-nos uma raça inferior. É impossível que algum dia possamos guiá-los. A única coisa que lhes interessa é guerrear: térri wacos contra térri zumbos. Por causa dessa luta estamos na miséria. Todos os recursos do planeta são destinados a financiar a construção de armas. De repente, eles as utilizam e Kia explode.
-Se vocês não fizerem nada, assim será -disse Ami.
-Mas, o que podemos fazer?
-Ensinar-lhes. Falar-lhes da paz, da união e do amor.
Krato, cético, zombou.
-Proponha isso a um térri... vai levá-lo direto ao manicômio. O amor para eles se resume em sexo e em suas próprias famílias, no máximo. Contra o resto, mostram as garras e os dentes, até mesmo a outro térri.
Vinka achou que Krato tinha razão.
Ami, rindo, disse:
-Vocês estão mais a-térri-zados que os térri.
-Somos realistas.
Ami riu de novo.
-Realistas? Os térri a ponto de fazer seu mundo explodir e vocês de braços cruzados! E pensam que são realistas. Não fazem nada pelo seu futuro e acham que são realistas...
-É que nunca nos escutarão...
-Claro que escutarão. Em breve, os térri provocarão tragédias tão térri-veis que serão forçados a escutar. Se vocês não estiverem ali, então, eles não saberão o que fazer, exceto destruir-se e destruir vocês.
-Mas a Fraternidade cósmica nos salvará com suas naves... -exclamou Vinka.
-Unicamente se salvarão aqueles que não tabalham em sua própria salvação, senão pela de seu mundo -disse Ami.
-Não entendo muito a respeito das coisas do mundo -manifestou Krato, saindo da cabana-. Só compreendo a respeito da felicidade.
Ami, passando a mão por nossos ombros, levou-nos para fora.
-Isso também é importante. O amor para com nós mesmos nos impele a buscar a nossa felicidade. O amor para com os demais leva-nos a servir, a trabalhar pela felicidade alheia. Ambas as forças devem estar em equilíbrio.
Krato ficou pensativo. Coçou a cabeça.
-Parece que eu não pensei muito nos demais. Aqui, metido nessas montanhas... o que você acha, Ami?
-Não se trata de pensar, senão de fazer. Em todo caso, você já fez muito pelos demais... mesmo sem se propor.
-Eu? Ho, ho, ho! Não imagino como.
-Isso que você escreveu um dia. Um pergaminho que me deu para ler, há algum tempo atrás. Exatamente por isso é que viemos. Ali você ensina como obter amor. Vinka e Pedrinho desconhecem a receita. Eles estão escrevendo um livro que um dia será lido por muitas pessoas. Dessa forma, você também ajudará muitas pessoas...
Krato parecia não acreditar no que Ami dizia. Pensava que tudo era uma brincadeira.
-Mas... eu não acho que seja tão importante o que escrevi. Isso todo mundo sabe...
Vinka corrigiu-o.
-Se ali você ensina a obter amor, então você se engana. Isso não é todo mundo que sabe, eu não sei.
-Eu também não -disse, com muita vontade de ler a receita de Krato.
-Mas é tão fácil! -O velho não podia se convencer a respeito da importância de seu conhecimento.
-Fácil para você, mas não para a maioria. Volte lá dentro e traga o pergaminho. Quero que estas crianças o conheçam.
-Está bem, está bem, mas não me lembro de onde o deixei. Talvez os chumi-chumi... o tenham comido. Ho, ho, ho! -Entrou na cabana. Ami olhou-o com simpatia.
-Algumas pessoas não sabem valorizar o que fazem ou têm. Outros pensam que o que têm vale mais do que merecem. Ambos atuam mal. É difícil encontrar o meio termo de todas as coisas.
Krato voltou com um rolo sujo nas mãos.
-Aqui está. Estava no meio da lenha para queimar no próximo inverno. O pergaminho ajuda a acender o fogo. Ho, ho, ho!
Ami pegou o texto com uma das mãos. Com a outra, um aparelho de seu cinto. Depois, colocou o rolo diante do objeto. Pensei que estava tirando fotografias.
-Estou registrando o texto. A imagem do pergaminho acaba de passar para a memória do "computador gigante" do qual lhes falei. Tome, Krato. Já pode ser queimado.
-Que barbaridade! Não! -exclamou Vinka-. Quero vê-lo.
-Aqui você tem uma cópia mais limpa e mais nítida do que o original.

Por uma ranhura do aparelho, começaram a sair umas folhas brancas, uma espécie de cópia xerox do texto, mas de menor tamanho.
Vinka quis ler aquilo. Ami entregou-lhe uma folha, rindo.
-Não compreendo este idioma! -exclamou decepcionada.
-Terei que fazer uma tradução manuscrita. Não será fácil para mim. Além disso, não tenho boa letra, mas terão algumas cópias em seus idiomas, para que as coloquem em seus livros.

Algum tempo depois, enquanto preparava este livro, fiquei em dúvida se devia publicar o que ele escreveu a mão ou à máquina. Para não cometer erros, fiz ambas as coisas. A primeira parte do pergaminho de Krato foi mostrada no começo deste livro. O resto do manuscrito foi fotografado. O original eu guardo como se fosse algo sagrado. É a única prova real que tenho da existência de Ami. Victor pensa que fui eu mesmo que escrevi, mudando a minha letra. Bem, se ele não é capaz de ver em tudo isso algo mais que fantasia, é uma pena. É ele quem sai pedendo...

-Se minha letra não é boa, desculpem-me -disse Ami-. Imaginem-se escrevendo no idioma dos chineses.
-Quem são os chineses? -perguntou Krato.
Vinka se adiantou em responder.
-É um povo do mundo de Pedrinho. Têm os olhos muito bonitos. Assim -disse, enquanto os esticava. Ami e eu rimos, mas o ancião ficou pensativo.
-Se você me leva no seu aparelho voador, Ami, talvez eu possa conseguir uma velhinha com os olhos assim... Os chineses comem garábolo picante?
Quando paramos de rir, Ami disse:
-Se os chineses não comem garábolo, é porque lá não são fáceis de conseguir. Caso contrário, os preparariam de mil maneiras: eles comem de tudo, de tudo!
-Então os chineses têm bom gosto -opinou Krato-. Outra boa razão para ir lá.
O velho pareceu-me apegado demais à comida.
-Se é essa a espiritualidade dos swama, como serão os térri...
-Os térri não desfrutam a vida -explicou Krato-. Estão ocupados demais com suas guerras ou à procura de poder e dinheiro. Quando os conseguem, continuam muito ocupados defendendo o que têm ou procurando conseguir mais. Mas nunca têm tempo para desfrutar a vida: não têm bom gosto. Perdem a existência miseravelmente. A propósito: lá dentro nos espera toda uma panela com garábolo em molho picante e uma deliciosa garrafa de suco. Vamos.
Ami ria da filosofia de Krato.
-Este velho comilão só pensa em desfrutar e, em parte, tem razão, mas somente em parte. Esquece dos demais. Ignora que, quem serve ao próximo como a si mesmo, consegue finalmente desfrutar mais do que aqueles que agem de forma egocêntrica. Este velho é o swama nemos espiritualizado que conheço...
-Pode ser, mas agora que meu texto vai beneficiar a muitos, tenho o direito de deleitar meu paladar com esse garábolo "al dente". Ho, ho, ho! Vamos lá dentro. Estou com fome.
Tentou entrar na cabana, mas Ami o impediu.
-Não como carne, velho amigo. Sinto muito. Além disso, já nos vamos.
-Não como garábolo -disse eu, decidido a nem mesmo olhar o conteúdo da repugnamte panela.
-Fiquei satisfeita com os muflos de sua horta. Muito obrigada, Krato.
-Bem, se vocês o desprezam, eu é que aproveito. Ho, ho, ho! Pena que vão embora tão rápido. Espero voltar a vê-los algum dia.
-Você sabe que estou dando algumas voltas por aqui. Talvez mais adiante, traga de novo estes amiguinhos.
Despedimo-nos afetuosamente de Krato, o velho ermitão de Kia. Hoje me lembro dele com carinho. Gostei de sua forma espontânea de ser. Era um homem sem rodeios, sem mistérios. Não pude valorizá-lo quando estive com ele. Foi somente depois que captei a dimensão da sua pessoa, o que não é fácil de perceber num breve encontro.
Vinka beijou sua mão, em forma de adeus. Pareceu-me ver o brilho de uma lágrima fugaz nos olhos do ancião. Talvez, para dissimular a emoção, ele soltou uma última piada:
-Cuidado, menina, cuidado! Não me beije assim. Sou sempre rodeado por um bando de admiradoras que são muito ciumentas... sua vida corre perigo!
Eu, estupidamente, olhei ao redor: reinava a mais triste solidão.

 
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