Certa vez um diretor resolveu montar uma peça teatral com o objetivo de testar a capacidade e qualidade dos próprios atores de introjetarem seus papéis.
Ele disse-lhes:
_Quanto mais esquecerem-se que são atores, melhor. Pois suas vidas se tornarão suas verdades e seus pontos de vista seus guias. Aparentemente.
Mas, não temam! Mesmo com suas visões embaçadas e deturpadas pelo ângulo EU ainda terei as rédeas da situação e guiar-lhes-ei para o final da peça.
Não tem como fugir disso. Sair do controle, como irão dizer. Porquê de meu ponto de vista conseguirei enxergar mais do que vocês e direcioná-los até lá.
Com isso o teste e aprendizados não serão o final e sim quanto tempo levarão no ato de interpretar a peça.
A lição será aprendida durante todo o trajeto das personagens mas, no final vocês se lembração que são atores. Não será de outra forma.
_E se nos perdermos de suas orientações, diretor. Ou desejarmos ficar na peça? - perguntaram todos.
_Então poderemos realizar uma manobra. Caso alguns ainda queiram conduzir suas interpretações, poderão ficar. Terão liberdade para isso. O que não será permitido é que aqueles que desejam ficar impeçam de sair os que já não mais queiram ficar.
Em seguida o diretor focou o grupo no palco. Era pequeno de seu ponto de vista. Porém, explicou-lhes:
_Daqui parece minúsculo. Menos que uma caixinha de sapatos mas, quando estiverem dentro dele, interpretando seus papéis poderão levar anos, décadas até que suas personagens se encontrem.
Não verão todos uns aos outros mas, eu sim.
Os atores acharam fantástica a idéia e ficaram muito animados em iniciar logo suas interpretações. Desejaram dar o melhor de si e assim o fizeram e fazem até hoje.
Alguns ainda se assustam e buscam ter em seu papel pessoal / ponto de vista pessoal / ego, o controle de suas vidas na interpretação.
São tão bons atores que conseguiram esquecer-se, por enquanto, de toda conversa prévia com o diretor da peça.
Desenvolveram e levaram tão a sério seus papéis que, como já previsto pelo diretor, alguns deles agora não querem sair da peça porque sequer lembram que existe uma porta.
E o diretor continua lá.
Esperando.
Dirigindo.
E Amando cada um de seu elenco.
Quem for em sua sala verá na porta a plaquinha com seu nome:
Deus.
Eu Sou O Que Eu Sou.
CAVALEIRO N°4
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