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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

sábado, 23 de outubro de 2010

O RETORNO DE AMI, O MENINO DAS ESTRELAS E VINKA. (AMI 3).-PARTE 1

o retorno de ami e vinka..parte 1

ENCONTRO E DESENCONTRO

Não podia acreditar finalmente a nave de Ami surgia sobre as rochas da praia
numa noite iluminada de estrelas. Minha alma estava novamente feliz. A espera havia
sido muito longa, porém agora tudo voltava a estar bem no Universo.
O raio de luz amarela surgiu e eu me deixei içar por ele até que cheguei ao
interior do veículo cósmico, em uma pequena sala de recepção. Em minha mente só
estava Vinka, minha noiva extraterrestre, minha alma gêmea. Voltaríamos a nos
encontrar após uma triste separação. Meu coração ia batendo acelerado de alegria.

- Bem vindo abordo – disse-me sorridente um estranho jovem que apareceu ante
mim para receber-me. Isso me pareceu muito raro, porque eu esperava ver ali a Ami
ou Vinka.
- Ami não pode vir desta vez. Mas, entre Pedro, já falaremos.
Trava-se de um magro e esbelto menino, muito mais alto que eu, que
evidentemente, pertencia a raça de Vinka, os swamas. Como ela, tinha a pele rosada,
os olhos cor violeta e as orelhas pontiagudas na parte superior.
- Vinka está abordo? – perguntei antes de ingressar no salão de comandos.
- Sim, aqui está. Entre para que a veja.
Suspirei aliviado e feliz, e logo entrei. Lá estava aquele olhar mágico, ao fundo
do recinto. Vinka estava esplendida. Meu peito se encheu de ternura e de meu sorriso
brotaram faíscas de luz. Mas... ela não me olhou com simpatia senão com frieza. Não
mostrou a menor intenção de vir para mim, nem manifestou alegria alguma ante o
reencontro, me observava séria desde longe. Nem sequer saudou-me! Comecei a
sentir uma espécie de angustia. O jovem caminhou até ela e Vinka lhe brindou com
um sorriso que era todo mel... Pra ele sim, e pra mim não! Depois, ele parou ao seu
lado, tomou minha companheira pelo ombro e com um olhar cruel de triunfo, disse:
- Houve um erro. Não existem almas gêmeas de mundos diferentes. Nós viemos
do planeta Kía, e você é terrícola, portanto, ela não é tua alma gêmea, senão minha –
e começou a lhe dar um interminável beijo na boca... Enquanto Vinka lhe acariciava a
nuca e lhe arranhava as costas com paixão...
Eu senti que me destroçava por dentro e quis chorar, mas não podia fazer nada,
estava paralisado. Vinka me havia deixado por outro garoto, um grande, um homem
já, de uns dezessete ou dezoito anos, como elas gostam, e não um nanico de menos de
doze, como eu.
Nesse momento escutei umas batidas.
- Pedro.
Com uma forte dor no coração e na alma, abri os olhos. Estava em meu quarto na
casa de praia.
“Ah... era outra vez esse pesadelo”... eu disse, agradecendo interiormente a
minha avó por haver-me despertado, e comecei a sentir me mais sereno.
- É hora de levantar-se. Eu tenho que ir para minha aula de Yoga e alguém deve
ficar aqui acordado.
- Sim. Já vou, vovó.
- Depois tenho que atender uma cliente ao meio dia, portanto, vou chegar um
pouco tarde para fazer o almoço. Poderia acender o forno às doze? Dentro está o
pastel de batatas. Eu me ocupo do resto quando chegar.
- Sim, vovó, não há problema.
- Então até a volta, Pedrinho. Se cuida.
Sim, esse era o estado de minha alma pessimista e impaciente durante aquele
tempo de espera. A medida que os dias passavam sem novidades de Ami nem de
Vinka, com maior freqüência me assaltava o mesmo espantoso pesadelo. Porém só
isso: um mau sonho, por sorte...
Minha avó teve um “ataque de rejuvenescimento”. Fazia Yoga, tomava vitaminas,
se vestia mais juvenilmente e retomou seus antigos ofícios, não sei se cabeleireira,
cosmetóloga, depiladora ou algo assim. Agora passava muito menos tempo em casa,
aliás, aproveitava para trabalhar no balneário fazendo visitas a domicilio. Isso nos
permitiu dispor de mais recursos e podíamos ficar na casa de praia por todo o verão.
Quando chegamos, eu pensava que Ami e sua nave espacial estariam de regresso
nos primeiros dias da temporada, mas fiquei inutilmente quase dois meses esperando
nas rochas onde nos encontramos nas ocasiões anteriores. As férias estavam por
terminar, logo regressaríamos para a cidade e, ainda nada... Essa triste espera
converteu meu descanso em algo deprimente, interminável, eterno.
Todos os dias, ia para as rochas da praia e ficava observando o céu durante horas,
até o começo da noite, com o desejo de ver um objeto voador. Cada luzinha que se
movia lá no alto me fazia saltar de esperança o coração, mas sempre resultava ser um
desilusionante satélite, um estúpido meteorito ou um miserável avião, e não a nave de
Ami, único meio capaz de aproximar-me de Vinka.
Vinka... Como desejava voltar a vê-la... Havia ficado em mim tão profundamente,
que me parecia haver estado eternamente unido a ela, apesar de nos conhecermos
apenas uns meses antes e nos vimos só durante menos de um dia, mas suficiente.
Entre nós aconteceu uma atração irresistível. E poucas horas depois chegamos a
compreender que nossas almas são metades de um mesmo ser; somos almas gêmeas.
Por isso mesmo a separação me afetou muito, e acredito que à ela também, lembrava
dela todos os dias, todos. Desde o momento em que a vi pela primeira vez, dali em
diante, sempre estive pensando nela, com a sensação de sua presença dentro de mim a
cada instante, até que me dei conta de que isso ia acontecer pra sempre, e eu gostava,
me fazia sentir mais vivo, mais completo e mais feliz; ainda que ela não estivesse a
meu lado, porque de alguma outra forma sim, ela estava. Claro, porque nos unia o
amor, e graças a Ami compreendi que essa é a força maior de todo o Universo. Assim
entendi que o amor não é simplesmente um sentimento belo, não; é muito mais que
isso.
Após a visita de Ami, para mim existe um novo Deus. Creio que inclusive muitos
ateus poderiam estar de acordo com minha nova visão do inventor do Cosmos, que é
a mesma que tem aqueles dos lugares mais avançados do Universo; deles a recebi.
Eu sei que Deus sempre tem sido e será o mesmo, porém nossa maneira de vê-lo
vai mudando com o passo do tempo, com nossa própria evolução. No principio, a
gente pensava que o Criador era uma pedra ou o raio do sol. Depois aprendemos que
não era justamente isso. E cada vez que o podemos conceber de uma forma mais
elevada é como si transformasse para nós em um novo Deus, que foi justamente o
que me ocorreu.
Antes de Ami, em minha imaginação Deus era um senhor vigilante, vingativo,
rígido, severo, carrasco e carrancudo. Bom, essa era a idéia que algumas pessoas me
transmitiam para assustar-me, e na mesma Bíblia o pintam mais ou menos assim em
algumas partes. Devido a tudo isso, quando menino tinha muito medo dele. Mas
depois descobri que se não pensava Nele, eu não entrava em más vibrações, e me
pareceu mais conveniente duvidar de sua existência... Mas agora, para mim és um
bondoso e radiante “Ser- Presença- Inteligência” que dirige o Universo. DELE fiquei
sabendo graças ao amigo que veio desde as estrelas a visitar-me em sua nave: Ami;
ele me fez conhecer a Deus Amor.
Agora sei que lhe presto atenção, porque deixou de ser uma idéia imaginária e se
transformou em algo que eu posso sentir, vivenciar e experimentar. Claro, como o
Amor é Deus, cada vez que eu sinto amor estou experimentando a Deus.
Naturalmente.
Naturalmente para as almas simples, quer dizer, porque se falamos do assunto
com um velho de espírito, irá sair com complicações teológicas e intelectuais que o
confunde todo e que , ao final de contas, nos separam de Deus. O que acontece é que
neste planeta somos meio retorcidos por dentro, por isso nos custa compreender as
coisas simples. E o mesmo acontece no manejo deste mundo.
Eu viajei a Ofir, um mundo evolucionado, e também a outros. Assim soube que as
civilizações avançadas do Universo compartem tudo com carinho, como se tratasse
de uma grande família planetária. Naturalmente. E como resultado, isso parecia uma
festa permanente porque todas as pessoas andavam contentes. Mas aqui, saímos na
rua e vemos uma cara alegre e cem caras de vinagre... e quase todos pensam que seus
problemas serão resolvidos com dinheiro, mas embora mais rico é um lugar, mais
caras de vinagres e mais empedradas as caras...
O que acontece é que o material é somente “a parte de fora”, mas a felicidade tem
a ver com “a parte de dentro”, e isso por sua vez tem que ver com o Amor. Esse é
justamente o Principio Guia dos mundos mais adiantados que o nosso, o Amor,
devido a isso, lê se olha a vida desde um “Nós”, enquanto aqui só importa o “Eu”. O
egoísmo é nossa conduta mais natural, e dele deriva nosso estilo de vida,
impulsionado pelo velho e cruel “motor” desta “civilização”, a famosa
“competitividade”, que não é mais nem menos que a pré-histórica “lei da selva”,
expressada em palavras elegantes...
Porém, nos mundos evolucionados já não estão na pré-história. Lá não se
compete, lá se compartilha.
Devido a essa e outras razões, as civilizações cósmicas consideram que nossa
humanidade, ainda não é civilizada ou evolucionada. Para essa gente, nós somos uma
espécie muito primitiva, ainda que nos consideremos “modernos” (pessoas do ano
1200 e de todas as épocas tem-se considerado igual)... E não podemos compreender
por que os tripulantes dessas silenciosas naves que se vêem cada vez com maior
freqüência, que possuem tecnologia que aqui nem se sonha, ainda em alcançar, não
nos consideram dignos do menor contato a nível oficial.
Bom, tampouco os catedráticos das universidades vão ter contato com os
selvagens das selvas, para que? Mandariam instrutores? Seguramente terminariam
crivados por dardos venenosos... Melhor seria lhes deixar ao alcance alguns livros
com ilustrações fáceis de compreender, como o ABC do que se deseja ensinar.
Outro exemplo: se você vai visitar a um bandido perigoso, ele irá pensar que você
o apóia... E se disser que sua conduta não é correta, melhor ir com colete a prova de
balas... Aliás, seria inútil, porque ele sabe muito bem o que faz. Também nesse caso é
melhor que lhe deixe uns livrinhos por perto (e não se esqueça de adicionar neles
tiros e perigos, muita angustia, ódios e tristezas, porque senão, se aborrece e lança o
livro fora)...
Mas apesar de todas as obscuridades e durezas deste incivilizado mundo, que
justamente por viver em sua pré-história, ainda não respeita nem intui o que é
realmente o Amor. Ami disse que tenho que viver com alegria, com boa vibração para
todos, inclusive para com os cientistas, que se dedicam a traficar seus conhecimentos
inventando novas armas, ou para quem faz negócios destruindo a natureza (ele crê
que é tão fácil amar a certos humanóides). Segundo ele, esses “benfeitores da
humanidade” (eu os meteria a todos presos para que não façam mais danos) não é que
sejam maus, senão que são ignorantes. Devido a isso, a solução não é lutar ou
combater; o remédio não consiste em apagar do mapa nem prender ninguém
(lamentavelmente), senão em ensinar, ajudar a mudar a mente e o coração, pelo
menos dos mais jovens, que poderiam chegar a ser diferentes ( agora que dei conta,
adult-o adult-erar tem a mesma raiz)... Digo que poderíamos chegar a ser distintos e
conduzir o mundo de uma forma mais humana algum tempo, mas não é seguro
porque na escola não nos ensinam a ser melhores pessoas. Nossa educação não está
orientada a “parte de dentro”, senão a de fora; por esse motivo, a única coisa que
fazemos é memorizar datas, e não justamente datas que nos levem para a felicidade,
ou que nos façam compreender o sentido superior da vida. Acumulando datas
referentes à parte de fora de tudo não muda nada por dentro, não em um sentido
profundo.
E em lugar de estimularmos a ser solidários, nos incitam a ser muito
“competitivos”, e isso quer dizer a tratar de ganhar dos demais em tudo, deixá-los
convertidos em purê, espremê-los, passar por cima. Essa é nossa formação filosófica,
moral e ética atual. Nos vestimos melhor que antes, por fora, e andamos com celular.
Mas por dentro, das cavernas de hoje em dia não há mudado muita coisa...
Ante esse panorama, me parece às vezes, que minha geração tampouco vá fazer
nada diferente. Haverá outra?...
Eu tenho mudado, agora me interessa de forma muito séria o destino desta
humanidade, mas não graças ao colégio, senão graças a Ami, e esse foi outra grande
Luz para minha alma, que tão pouco me chegou por via terrestre, naturalmente.
Porém, “os amigos de cima” não podem andar despertando a todos, um por um, e
como por aqui embaixo não há muito interesse no melhoramento interior da espécie
humana, não vejo uma mudança fácil neste mundo, a menos que produzamos um
desastre tão espantoso que, se sobrevivermos, nos obrigue a mudar, a construir um
mundo diferente do atual. Mas Ami disse que a idéia é mudar o mundo sem que haja
grandes desastres, e para colaborar nisso me deu a missão de escrever estes livrinhos,
que mostram o mais elemental e básico da forma de viver dos mundos (e das pessoas)
com maior evolução que a nossa. Já disse que por essas alturas, se guiam pelo
“Princípio Fundamental do Universo” ou “Lei Fundamental do Universo” (outra
grande luz de origem não terrena em minha vida), quer dizer, o Amor, algo muito
natural e claro, algo que leva a buscar o maior bem possível para todos. Mas, apesar
do “romantismo” ou “espiritualismo” que possa parecer isso através das escuras
distâncias do entendimento, nestes luminosos mundos se trabalha sobre tudo em
centros de investigação e em universidades, onde se realizam muita atividade
orientada ao desenrolar espiritual, porque lá, espiritualidade e ciência é a mesma
coisa, e sabem que tudo depende do Amor. Aqui não, aqui tudo depende da Bolsa de
“Valores”, dos bancos...
O lógico seria que algo tão delicado e complexo como um mundo, fosse dirigido
por cientistas e sábios, mas neste planeta não nos guiamos pelo Amor, e por isso não
somos lógicos. Um leitor muito intelectual diria que o que acabo de dizer é
incoerente, porque não tem nada a ver o amor com a lógica. Entretanto, aqui vai outra
Luz atribuída por Ami: “ o Amor é a suprema lógica”, mas isso, só a sabedoria do
coração pode compreende-lo, e como quem nos governa não o compreende, e menos
ainda o aplicam, aqui sucede algo que de verdade é muito incoerente, isto sim que é
ilógico: o destino da humanidade, nosso futuro e de toda a vida planetária está
submetido as leis do mercado...
E assim nos vamos deslizando por esta periférica galáctica em nossa bela e
comercial nave Terra; cegos, explorados pela cruel competitividade em perseguição
de um só objetivo: DINHEIRO, sem importar como se consiga. Se o assunto é
rentável, nada conta a vida, o bem esta das pessoas, a preservação da natureza nem o
futuro planetário.
Aqui vai o resultado da filo$ofia que rege nosso planeta: a maior parte das
pessoas não é feliz, ou não tem o que comer, ou não tem tempo para desfrutar a vida;
a corrupção chega até nos lugares mais sagrados, a violência e o delito crescem, os
dentes e garras se afiam contra o vizinho, fazendo aumentar grades, cadeados,
revólveres e muros, acrescentando a distancia entre pobres e ricos, enquanto
suculentos “negócios” destroem e contaminam nossa casa planetária. E as
necessidades e valores profundos do ser humano? O que aconteceu com a amizade
verdadeira, a ternura, a bondade, o carinho? Que futuro nos espera se seguirmos
assim?
Pensar nisso não brinda bons interesses, não é “viável”, para outra coisa. Aqui, as
pessoas são “artefatos produtivos e consumidores”, e ponto. E a natureza é
“mercadoria”.
“Se me produz lucro lhe trato bem e sorrio, senão, sai rápido de minha vista”... Se
fizermos igual, nos aniquilaremos, sabemos muito bem. Porém, todos fazem igual...
“Escuta-me, Ami, sintoniza minha mente de onde estiver, quero que venha,
necessito ver Vinka, vem por favor”, lhe dizia mentalmente sentado nas rochas todas
as noites, sabendo que ele podia perceber meus pensamentos sem importar a
distancia. Mas nada. Eu permanecia concentrado em minhas mensagens telepáticas
olhando o céu até que ficasse demasiado escuro, então dava-me um pouco de tristeza,
outro pouco de medo, e regressava pra casa bastante desiludido, pensando que talvez
não viesse neste verão, apesar de que eu havia já terminado meu segundo livro, “O
Retorno de Ami”, porque foi a condição que o menino das estrelas me fez para vir à
Terra encontrar-se comigo pela terceira vez, trazendo Vinka de seu mundo.
Bom, na realidade, “Ami” e “O Retorno de Ami” foi meu primo Victor quem
escreveu, baseado em meus relatos. Ele tem mais de trinta anos e sabe algo de
literatura. Mas este novo livro, estou escrevendo eu mesmo, e só, graças a uma
maravilhosa “ajudinha” que recebi e que relatarei mais adiante. “Paciência, (pazciencia)...
Uma dessas noites, ao chegar em casa, minha avó perguntou-me:
- Onde estava, filho?
- Jogando vídeo-game na praça – lhe respondi. Sempre ia aos jogos depois da
inútil espera nas rochas da praia.
- Por que gasta dinheiro com isso, se pode jogar o mesmo em sua casa no
computador?
- Não é o mesmo, assim como não é a mesma coisa jantar só em casa do que
acompanhado em um restaurante. (Boa comparação, verdade? Chegou-me por
inspiração)...
- Mmm... Vejo-te um pouco triste, como todas as noites quando aparece. O que
acontece, filho? Problemas com alguma namoradinha?
Sim, tratava-se justamente disso, mas não podia dizer que minha namorada... Que
minha amada, meu amor de todas as existências, minha querida alma gêmea, é uma
menina extraterrestre que vive a milhões de quilômetros e que nosso encontro
depende de Ami, outro extraterrestre, e de sua nave espacial. Como ia dizer isso? E
menos ainda quando meu primo Victor havia me ameaçado com tratamentos
psiquiátricos. Sempre dizia o seguinte:
- Tens muita imaginação, Pedro, e se lhe ocorrem coisas interessantes, por isso
faço o trabalho ajudando-te, para que fique em condições de serem publicadas; mas
não leve tão a sério “porque-uma-coisa-são-as-fantasias-e-outra-coisa-é-arealidade”
– repetia mil vezes.
- Não vovó, por nada; é que não consigo superar um Record em um dos jogos,
não tenho conseguido por minhas iniciais em primeiro lugar – tive que mentir para
não confessar que minha tristeza vinha realmente da ausência de minha
“namoradinha”
- Só tenho chegado até o segundo lugar e isso me deixa mal.
Minhas iniciais nem sequer aparecem em nenhuma tela do salão de jogos.
Certamente eu ia todos os dias ao local das máquinas, mas não pude conseguir muita
habilidade nesse verão, por falta de prática. A maior parte do tempo passava nas
rochas, caso as naves...
- Como se riem os donos deste negócio de jogos de quem está em primeiro lugar
em suas máquinas...
- Por que, vovó?
Porque são os mais tontos...
- Que?!... É o contrário – disse, mas não me escutou.
- Eles olham a tela e dizem: “Estas são as iniciais do tonto número um; aquelas,
do tonto número dois”, e assim sucessivamente, Pedrinho.
- Parece-me que falas do que não conheces. Não tens idéia da habilidade que tens
que ter para acumular a pontuação que lhe permita por suas iniciais no primeiro lugar.
Consegui-lo, é um orgulho.
- É um orgulho demonstrar ser o mais tonto e ser motivo de riso?
- Me parece que...
- Eles sabem que quem chegou até este lugar foi o suficientemente tonto para
gastar uma boa soma em dinheiro e passar tontamente horas e horas olhando uma
triste tela, em lugar de fazer algo proveitoso com esse tempo, como estudar um pouco
mais, ler um livro, rezar ou, por ultimo, conversar com os amigos, passear, ajudar a
quem necessite, sair com alguém, como fazem quem são menos tontos que os que
têm suas iniciais no primeiro lugar – disse sorrindo indo se sentar.
Achei que por um lado tinha razão, mas por outro, estudar, ler um livro, rezar...
Que divertido... Aliás, ela não conhecia o interessante que é o mundo dos salões de
vídeo-game por dentro. Ali existem estrelas que são admiradas, respeitadas e
invejadas por todos. Nos vídeos da praça do balneário tem um garoto que tem suas
iniciais em primeiro lugar de três jogos diferentes! O famoso EGY, essas são suas
iniciais. Não conheço seu nome porque não fala com ninguém, sempre está sério
frente a tela com vários meninos atrás dele admirando sua destreza com os controles.
Minha avó não sabia nada referente os fabulosos duelos que se armam de vez em
quando nesses lugares fascinantes, como sucedeu na noite seguinte. Depois das
rochas, desiludido uma vez mais, pensando com maior insistência na possibilidade de
não voltar a ver nunca mais Vinka ou Ami, fui à praça logo após jantar, dar uma
volta. Ali soube que no salão havia grande movimentação porque um garoto bastante
bom para jogar, BUR, estava superando EGY na máquina do “Terror no Cosmos”,
que é a que estava na moda neste verão, e que se tratava de seguir destruindo os
planetas do Império Thor. Fomos todos olhar, inclusive o mesmíssimo EGY, que
estava presente. Pausou seu jogo em outra máquina, a dos “Tiranossauros Karatecas”,
em que também é um perito demolindo cabeças a pontapés, e foi observar o intruso
que ameaçava tirá-lo do primeiro lugar, até que finalmente conseguiu, com uma
pontuação impressionante. Destruiu nada menos que oitenta mundos! Ganhou umas
silenciosas felicitações quando o jogo terminou, um pouco de admiração também e
algo inveja. Só um menino abriu a boca e disse “bom” (nesse lugar não se fala muito,
devido o grande ruído das máquinas), e depois, BUR se deu ao luxo que eu nunca
consegui: quando abriu a maravilhosa tela que lhe permite deixar gravadas suas
iniciais, estampou as suas em primeiro lugar da lista dos vinte primeiros colocados
nessa máquina. Isso é igual a ganhar a uma copa, uma medalha ou um troféu. EGY
não pode suportar a ofensa e aí mesmo começou a tratar de superar aquele que lhe
desrespeitou. Esteve mais de uma hora tentando, gastando dinheiro que dava medo
(alguém me disse que a mãe de EGY, que era separada, lhe dava muito dinheiro para
que a deixasse em paz, também por isso muito garotos o invejavam), mas nada no
princípio, depois chegou uma rajada de sorte ao gênio e transformou-se em uma bala,
em um clarividente do jogo, em uma estrela, e pode deixar as coisas em sua situação
normal: BUR estava de novo em segundo lugar; EGY em primeiro. Claro, teve a
sorte de destruir noventa planetas! Por isso era famoso e invejado.
Que ia entender minha pobre e velha avó dessas coisas tão emocionantes...
Ao sair do local para ir sentar-me, achei graça em uma bonita coincidência: em
um dos últimos lugares da lista figurava um tal A.M.I. “Como se chamava
realmente?” perguntei-me curioso e comecei a imaginar nomes e apelidos com essas
iniciais até que esqueci o assunto. Mas na noite seguinte, voltei aos vídeos e me
interei de algo incrível, maravilhoso: No topo das listas de TODAS AS MÁQUINAS
figuravam as iniciais AMI!... Eram uns pontos fabulosos, inalcançáveis.
Alguém comentou comigo que quando EGY chegou ao local e viu aquilo, ficou
vermelho de raiva, não disse nada, retirou-se e não voltou mais. Deve ter pensado que
um osso demasiado duro de roer acabava de chegar ao balneário, um profissional de
todos os jogos, um astro espetacular. Mas o dono das máquinas também estava
aborrecido porque a clientela “profissional” estava evaporando desencorajada. Que
ser humano poderia superar aquela pontuação sideral? Dá pra tentar quando a
diferença não é muita, mas desta vez os recordes foram superados, multiplicados por
seis e até dez vezes...
Também, para todos nós o assunto foi um mistério, porque ninguém viu tal AMI
jogando. As máquinas apareceram simplesmente assim esta manhã e ninguém soube
como... Mas para mim não havia mistério algum: o travesso do Ami havia regressado
e andava por ali, por fim! Fazendo das suas. Deixou-me o sinal de sua presença nas
telas dos vídeos. Para ele é muito simples alterar a lista de pontuação, inclusive por
controle remoto, e desde outro planeta, se necessário, com algum de seus aparatos
eletrônicos geniais construídos por ele mesmo.
Sai correndo como uma flecha para as rochas sem importar-me a escuridão.
Cheguei cansado na praia com o coração saltando de alegria e esperança. Subi a
rocha olhando para todos lados, mas Ami e sua nave não estavam por nenhuma parte.
Lembrei que em sua vinda anterior me hipnotizou a distancia para que eu não visse o
coração alado gravado por ele mesmo na rocha em sua primeira visita. Procurei-o e
ali estava. Em cima havia uma pedra com um papel debaixo.
“Uma mensagem de Ami!” pensei contente, e assim era efetivamente, com seus
erros de ortografia tão típicos dele.
“Pedrinho, te espero amanhã no bosque. Ami.
Que alegria imensa senti ao ler, o maravilhoso voltava a ser o cotidiano. Vinka...
Ami...
Um pouco depois, algo naquela mensagem surpreendeu-me: No bosque! Pareceume
muito raro porque não estava acostumado a relacionar a visita de Ami com
nenhum outro lugar diferente das rochas, mas logo achei que era um lugar perfeito,
porque entre os lugares próximos, só ali podia fazer descer sua nave de dia sem ser
visto pelas pessoas.
Fui feliz pra casa deitar-me. Agora sabia que estava a poucas horas de voltar a
abraçar Vinka. Mmm... Comecei a pensar nela, custando-me muito para dormir.
Quase tremia de emoção ao recordar que o encontro estava muito perto. No final,
dormi e não sonhei o horror das ultimas noites, senão algo lindo relacionado com ela,
mas isso é assunto pessoal...
Ao acordar quis sair correndo para o bosque sem tomar café da manhã nem tomar
banho, porém, lembrei que tinha um encontro com Ami e que ele podia levar-me a
Vinka, porque sua nave é capaz de “situar-se” instantaneamente em qualquer lugar da
galáxia, assim que tomei uma boa ducha, lavando o cabelo; até colônia usei pela
primeira vez em minha vida, uma que deixou Victor em uma visita que nos fez
semanas antes.
Escolhi a primeira roupa que encontrei, logo quis sair correndo para fora, mas
minha avó me esperava ante a mesa da cozinha com o desjejum servido.
- Por que tanta pressa e alegria, Pedrinho?
- Éeeee... Não, por nada. É que o dia está muito bonito...
- Está nublado e faz um pouco de frio...
- Ah.
Para evitar perguntas que eu não podia responder, tomei o café de um só gole e
saí disparado com um sanduíche na mão.
- Pedrinho e seus mistérios – disse ela com um sorriso.
O bosque de pinos não estava demasiado próximo da praia. Corri para a cidade,
cheguei a rua principal daqueles lugares, cruzei-a, e entrei numa região cheia de
brejos e subi uma estrada íngreme em direção ao bosque. Pelo caminho me perguntei
se veria Vinka na nave, mas logo lembrei que Ami disse em sua viajem anterior que
primeiro passaria para buscar-me e que depois iríamos ao planeta dela, assim, iria
preparando-me mentalmente para uma nova viagem interespacial.
As nuvens começaram a dissipar-se, o mar passava da cor cinza para a cor azul.
Com grande alegria cheguei até os primeiros pinos pensando que em coisa de
minutos poderia estar novamente com Ami e, sobre tudo, com Vinka!
Entrei na densidade do bosque olhando para todos os lados, imaginando que ele
me estaria observando por uma das telas da nave, mas como não vi nem escutei nada
decidi sentar-me para esperá-lo em uma clareira do bosque, sabendo que ele conhecia
melhor minha localização que eu a sua.
Sentado sobre a grama e com o coração impaciente me ocorreu que Ami
apareceria por detrás de mim e que poria suas mãos sobre meus olhos dizendo
“adivinha quem sou”. Gostei dessa idéia, por isso, quando minutos depois senti que
alguém se aproximava das minhas costas fechei os olhos e fiquei quieto, tratando de
dominar minha curiosidade e emoção. Realmente, umas cálidas e carinhosas mãos me
taparam os olhos, mas Ami não dizia nada. Então senti um aroma e uma vibração que
não me esperava, que me fez saltar o coração e me reviveu sentimentos muito bonitos
e profundos: o perfume de Vinka...
ELA ESTAVA ALI!
Sem abrir ainda os olhos, acariciei essas amadas mãos de longos e delgados
dedos, esses cabelos suaves, essas orelhinhas pontiagudas. Fiquei de joelhos, assim
estava ela, voltei-me para Vinka e então me encontrei com esse alegre e infinito
carinho cor violeta de seus olhos. Não pensei em Ami, não pensei em nada, creio que
desapareci ou que fui a outros planos, a outras dimensões da existência, aquela em
que só o mais profundo amor nos pode leva, entregando-me a poderosa força que nos
unia, essa embriagues sublime e inexplicável. Não podia falar, não fazia falta,
também, não tínhamos compreendido porque eu não tinha colocado o fone tradutor,
ela muito menos, e nenhum de nós fala o idioma do outro.
Esparramamo-nos de lado na grama. Cada vez que nossos olhares encontravamse
não podia deixar de sorrir de alegria, com uma felicidade que nenhuma outra coisa
no mundo podia produzir-nos.
Um pouco mais tarde, após um belo festival de caricias, já mais habituado ao
regozijo do reencontro, voltei a esta realidade e me ocorreu pensar em nosso amigo.
Havia esquecido que ele também existia.
- Onde está Ami? – lhe perguntei inutilmente, sem recordar o assunto dos fones
tradutores.
Ela me olhou estranha e disse:
- Sdgdlñjfhadr DIU zñfiughaer – ou algo do estilo, então me lembrei do pequeno
artefato tradutor, ela também, e nos pusemos a rir.
Pela primeira vez me dei conta de que sua voz era muito bonita, era muito
profundo.
- Não compreendo nada, Vinka, mas os sons que emites me parecem tão belos...
Fala por favor – disse-lhe. Creio que de algum modo compreendeu minha idéia,
porque se pôs a falar enquanto eu a escutava encantado, como presa de algum
estranho feitiço. Dava vontade de errar os olhos e simplesmente ouvir para sempre
aquela espécie de musicalidade jovial que parecia vir de seu coração.
- Basta de romances proibidos, par de pecaminosos – brincou Ami sorrindo muito
alegre. A querida figura branca vinha caminhando para nós. Também falou no idioma
de Vinka, devia haver mais ou menos o mesmo. O coração me saltou ao peito ao vêlo
aproximar-se alegre e luminoso, como sempre. Fiquei de pé para saudá-lo e
entregar-lhe meu afeto, então notei que ele estava um pouco mais baixo de estatura
que antes, ou que eu havia crescido um montão nos últimos meses. Tive que agacharme
um pouco para abraçá-lo. Vinka permaneceu sentada na grama muito contente.
Foi um cálido e feliz reencontro.
Ami nos colocou os fones de ouvido tradutores enquanto dizia:
- Lhe produz uma agradável sensação ver que é bastante mais alto que eu agora,
não é verdade Pedro?
- Não, Ami... Bom, não me desagrada, mas... Tu não sentes mal por isso?
- Não tanto como lhe irá desagradar quando ver Vinka...
Não compreendi que quis dizer-me. Observei a minha maravilhosa alma gêmea e
não encontrei nela nada fora do lugar.
- Quando eu vir Vinka? Mas já à vi, e não tem nada estranho...
- Fique de pé, Vinka – lhe pediu.
Quando ela o fez, fiquei gelado. Como não havíamos estado juntos de pé até este
momento, senão de joelhos ou estendidos na grama, não havia dado conta de que ela
também havia crescido, mas muito mais que eu, que agora lhe chegava só até o
nariz... Me senti terrivelmente mal, não esperava aquilo, senti-me inferior, pensei que
ela estaria impressionada, decepcionada, que deixaria de amar-me e coisas do estilo.
Olhei para o chão enquanto ela me abraçava com ternura e me beijava a bochecha,
tendo que agachar-se um pouco, claro...
- Estes não evolucionados só vêem o externo, a aparência das coisas, sofrem de
“racismo óptico” – dizia Ami rindo com suas gargalhadas de bebê.
- Não se preocupes Pedro, eu te amo como sempre. Você sabe que o nosso amor
vai muito mais além da aparência – tratava de reconfortar-me Vinka.
- Mmm ... Sim, eu sei, mas... devia ter sido uma desagradável surpresa para
você...
- Não foi surpresa – interveio Ami – porque quando vínhamos para cá, eu lhe
avisei que você não tinha crescido tanto como ela, e disse que não se importasse,
ainda que tivesse que transportar-lhe em um bolso... há, há, há.
- É verdade, Pedro, ainda que fosses do tamanho de meu dedo polegar, eu não
poderia deixar de amar-te com toda minha alma, e isso você sabe, mas a diferença de
estatura não é tanta, portanto, não crie problemas. Aliás, Ami disse que tens que
crescer muito mais ainda.
- Pode ser, no futuro, e sempre que não lhe ocorra crescer ainda mais que eu...
Mas, e agora? Não lhe parece que é muita diferença eu chegar apenas até seu nariz?
- Exatamente da altura do cabelo da frente – disse Ami-, porém, como se sentiu
muito inferior, curvando-se ante ela, pareceu-lhe que era mais baixo do que realmente
é, mas se ficar direito ao seu lado, verá que tenho razão.
Compreendi que era verdade, eu estava um pouco encurvado. Endireitei-me e vi
que a diferença não era tanta. Ela abraçou-me alegremente. Seu olhar cálido me fez
sentir que não havia motivo para inquietar-me. Recuperei a confiança em mim
mesmo, peguei Vinka pela cintura e, fazendo voz de galã de filme antigo, lhe disse:
- É verdade, menina, ainda que sejas um pouquinho mais alta, eu sou teu homem
forte, e cuidado comigo, baby.
Vinka e eu rimos, Ami também, dizendo em seguida:
- Oxalá não leve a sério esse machismo pré-histórico.
- Era só uma brincadeira, Ami.
- Eu sei, mas não esqueças que o machismo só tem algum sentido nos mundos
onde vivem em estado cavernícola, onde os músculos e o tamanho são muito
importantes para sobreviver. Ali talvez convenha que um homem seja mais forte e
alto que a mulher, por motivos de proteção; mas como vossos planetas já estão
superando essa velha etapa e....
Pareceu-me que Ami não conhecia a fundo meu planeta ou a humanidade que o
habita, porque aqui uma boa estatura e um bom conjunto de músculos são quase tão
importantes para um varão quanto a inteligência e o dinheiro,e as mulheres em geral
estão de acordo...
Vinka também parecia confundida e interrompeu nosso amiguinho;
- Em Kía os terris nos dominam, Ami, e nos submetemos justamente porque são
mais corpulentos que nós, os swamas, e você diz que nossos mundos estão superando
essa etapa... Não compreendo.
- Você já superou. Não? Não lhe importa que Pedro seja mais baixo. Verdade?
- Bom, em meu caso assim é, mas a imensa maioria...
- Nunca te guies pelo que você acredita que a maioria pensa, Vinka, senão pelo
que diz seu próprio coração e inteligência, porque muitas vezes a gente simula pensar
como os demais por medo de ser diferente ou por não ter alcançado ver o que
realmente sentem, sendo que no fundo talvez pense igual a você, e só faltava-lhe
escutar tua opinião para reforçar a dela própria e em seguida apoiar-te.
Considerei interessantes suas palavras. Ele continuou explicando-lhe.
- E se tem uma boa idéia, necessária para todos, mas não tem coragem de
expressá-la, então essa boa idéia jamais irá difundir-se nem se fará realidade, e todos
perderão, graças ao teu temor – disse olhando-nos com um sorriso –, aliás, tão pouco
irá saber que não era a única que pensava diferente.
- Creio que tem razão, Ami, mas só em parte, porque desde que te conheci e
visitei o maravilhoso mundo de Ofir e outros lugares evolucionados, parece-me
demasiado absurdo e cruel que neste planeta haja tanto sofrimento, quando tudo
poderia organizar-se facilmente com um pouco de boa vontade; já não toco nesse
assunto com ninguém. E o mesmo sucede com tantos outros pensamentos, assim que,
no final de contas, fecho a boca e trato de atuar e opinar como todos, ainda que não
seja verdade, ainda que me doa.
- Te compreendo, Pedrinho. Como todos que fazem, calando seu verdadeiro
sentir, crê ser o único que pensa diferente e teme que riam de ti ou se enfureçam
contigo.
- Isso, ou que me dêem um golpe...
Ami rio, logo continuou explicando:
- Apesar do que lhe parece, recomendo que faça a prova de ser você mesmo, cada
vez que possa, que trate de expressar – com serenidade e respeito, sem ofender nem
agredir – o que realmente sente, sobre tudo quando teu pensamento estiver iluminado
pela sabedoria e Amor, e se surpreenderá a quantidade de pessoas que vão estar de
acordo contigo, justamente porque vossos mundos estão mudando.
Mesmo assim, o assunto me parecia mais teórico que real.
- Se eu disser tudo que penso... Não, não gostaria de ser mártir, Ami, não gosto de
sofrer.
- O que sucede é que ignoras a mudança que começa e que está fazendo com que
muitíssimas almas agora preferem viver um pouco mais de acordo com o que é
verdadeiro e natural.
Vinka acompanhava cheia de dúvidas.
- Eu não vejo as pessoas sendo TÃO diferente, Ami... Em meu planeta, todos se
comportam mais ou menos igual, jovens e velhos. Tem algumas pessoas boas, mas
em geral predominam a superficialidade, o egoísmo e o materialismo... Não sei se na
Terra é igual, Pedro.
- É o mesmo, Vinka.
Ami respirou profundamente, sorrio e disse:
- Se comportam mais ou menos igual porque tem que acompanhar a corrente que
impõem os velhos sistemas que guiam a vida em vossos mundos, sistemas que não
tem grande consideração nem respeito para com os seres humanos nem para a vida
em geral. Esses sistemas não se fundamentam no Amor, senão no material; e como
todo aquele que não se sustenta no Amor não pode produzir felicidade, a grande
maioria não está contente, porém, crêem que o assunto é inevitável e fecham a boca.
E assim, soma e continua, e nada muda, ou nada mudava, melhor dizendo, porque o
assunto está voltando. Muita gente está começando a mudar, e isso se faz sentir no
ambiente. Vocês deveriam somar-se a esta corrente positiva para dar-lhes maior força.
Não esqueçam que proteger o bem e a vida é proteger vocês mesmos.
Não recordo exatamente tudo o que nos disse, mas terminou por convencer-nos;
de agora em diante iremos tratar de ser mais sinceros e não esconder tanto nosso
sentir nem nosso pensamento, e não só nos livros que deveríamos escrever.
- Porém, não vivam enojados com o mundo, meninos – disse sorrindo com alegria
-, não olhem só o lado escuro, porque as sombras são menos abundantes que a luz.
Olhamos à nossa volta, observando a beleza daquela manhã de verão no bosque,
agora completamente claro, e com um sol radiante, fazendo-nos compreender que é
verdade, que as pessoas não devem prestar atenção somente ao lado negativo, porque
do outro há muito mais.
Uma fresca brisa perfumada de flores, pinos e eucaliptos nos acariciavam o rosto.
Ami decidiu sentar-se na grama com as pernas cruzadas. Fizemos o mesmo.
- Os vejo muito contentes, meninos, parecem ditosos por haverem reencontrado.
Verdade? – nos perguntou com alegria travessa.
- Felizes – dissemos.
- Então se darão conta de que não deveriam ter feito tanto drama em minha nave
na viajem anterior, quando tiveram que despedirem-se. Verdade?
Olhamo-nos um pouco envergonhados. Ele tinha razão, não devíamos ter armado
aquele rebelde “motim” para ver se podíamos evitar nossa separação. Já estávamos
novamente unidos, e agora o tempo passado parecia só um sonho fugaz.
- É verdade... fomos uns tontos.
- Bravo, me alegra que reconheçam, assim não farão nenhum escândalo quando
tenham que separarem-se novamente hoje...
- O que, separarmos hoje mesmo?! – exclamamos muito alterados, abraçando-nos
enquanto ele se ria de nós.
- A senilidade inútil outra vez...
Suas palavras me fizeram tomar consciência de que o nosso sentimento não era
nenhuma “caduquice inútil”, senão um grande amor, e me pareceu demasiado cruel
não poder estar junto dela mais que umas poucas horas por ano. Ia dizê-lo, mas Vinka
já estava expressando o mesmo.
- O amor não é nenhuma senilidade, Ami, e muito menos o das almas gêmeas,
como o nosso, por isso mesmo nos causa dor saber que teremos que separarmos
novamente.
- Compreendo-lhes meninos, lhes dói a separação porque ainda não aprenderam a
desfrutar dos encontros mais além de seus corpos físicos, que lástima...
Suas palavras me fizeram recordar que eu sentia permanentemente a presença de
Vinka em meu interior, e que em muitas noites imaginava que estava junto dela.
Esses encontros imaginários eram tão intensos que me parecia que estávamos
realmente unidos. Comentei isso para Ami. Ao escutar, Vinka disse que para ela
acontecia o mesmo e que também lhe parecia que nesses momentos estávamos unidos
de verdade.
- Estavam realmente unidos, não com seus corpos materiais, mas sim com suas
almas.
- Claro – disse – mas não é igual...
- O verdadeiro amor é assunto de almas, não de corpos. É por isso que os afetos
que dependem de formas físicas são transitórios. Surgem umas rugas, uns quilos a
mais, ou a menos e já não há mais carinho... Isso não é amor, isso é uma atração
magnética passageira baseada no externo, sem nenhuma profundidade nem força.
Mas para o verdadeiro amor não existe estatura nem idade nem aparência, é um
assunto de alma para alma, é amar a energia que emana do outro, porque essa energia
é em resumo todo o que essa pessoa é internamente. Para essa classe de sentimentos
não existem distancias nem tempo. Esse amor não se extingue nem com a morte.
Ela me olhou com olhos úmidos de emoção. Ambos sabíamos que Ami estava
falando de um amor como o que nos unia. Abraçamos-nos e nos acariciamos
novamente. Isso nos fez entrar novamente naquela dimensão sem tempo que nos fazia
esquecer o resto do Universo.
Não sei quantos minutos depois, Ami falou com certa ironia:
- Para ser sincero, é um pouco longo este capítulo de telenovela...
Essas palavras nos fizeram voltar ao presente com algo de vergonha, mas ao
observar meu querido amigo notei que apesar de seu sorriso, tratava de ser maldoso,
não podia esconder a emoção de seu olhar.
- Ta certo, Pedro – disse percebendo meus pensamentos – essa senilidade inútil
lhes faz emitir umas ondas vibratórias que fazem emocionar até um dinossauro
petrificado. Há, há, há.
De repente observei que havia muitas mariposas multicores revoando por ali.
- E não notaste que os pássaros cantam mais alegres, Pedro?
Prestei atenção e constatei que era verdade, parecia que todo o bosque estava
cantando e dançando um concerto de cores, aves, insetos e flores dedicado a nossa
felicidade.
- Provocado por vossa felicidade – esclareceu.
- Que fantástico! – exclamamos observando fascinados o alegre estrondo que nos
rodeava enquanto permanecíamos sentados na grama.
- É a elevada vibração que vocês irradiam; já sabem que o Amor é a energia mais
alta do Universo, assim que são vocês que geram a “música” que está causando toda
esta luminosa “dança”...
Vinka chegou a uma conclusão:
- Então o amor atrai e produz alegria...
- Aparentemente. Todas as criaturas tendem para sua origem; o Amor Universal,
que é todo felicidade. E também por isso, o desamor deixa-nos sem ela.
Assim compreendi que pessoas desagradáveis o são porque não irradiam amor...
- Porque não pode ou não querem abrir seus corações. Bem, vamos para a nave –
disse, levantando-se enquanto manipulava o controle remoto de sua nave, que levava
em seu cinturão.

CONTINUA.......  "ESSENCIAIS"


OBS: ATENÇÃO IRAMOS HUMANIDADE DA TERRA MEUS IRMAOS E IRMAS ESTELARES QUE CHEGARAM A LER O LIVRO DE AMI ATE O FIM. PERCEBAM AIMPORTANCIA DESTA HISTORIA REAL E DE SEU COMPROMISSO QUANDO A HUMANIDADE O NOSSO COMPROMISSO O MEU DE DIVULGAR . SE POSSUEM BLOG OU ALGUM SITE . COLEM COPIEM O LIVRO DE AMI. IMPRIMAM. LEIA PARA SEUS FILHOS E IRMAOS..ESTA E UMA SEMENTE MUITO IMPORTANTE A SER PLANTADA NA HUMANIDADE DA TERRA COM ESTE LINDO ATO NESTE LINDO LIVRO NESTA LINDA HISTORIA REAL.


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C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/


 

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