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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

sábado, 23 de outubro de 2010

A VOLTA DE EMI O MENINO DAS ESTRELAS LIVRO 2 & 3- CAPITULO 16, 17 & 18. FIM

a volta de ami o menino das estrelas - capitulo 16, 17 & 18 .FIM

Capítulo 16
Os pais de Ami

Uma menininha sorridente de uns oito anos de idade apareceu numa tela e olhou-nos carinhosamente.
Ami murmurou umas palavras em seu idioma que parecia consistir unicamente de variações de sopros, cicios e sussurros muito suaves. A menina da tela respondeu da mesma forma. Pelo fone tradutor, chegou-nos o significado do diálogo:
-Alô, mamãe -disse Ami, para nossa surpresa.
-Que bom que você voltou, filho. Acabei de preparar um bolo de cereais. Venha com seus amiguinhos. De onde eles vêm?
-Vêm de mundos incivilizados. Procuram adquirir o nível necessário para ingressar na Fraternidade.

Participam do plano de ajuda. Esta é Vinka.


-Alô, Vinka -saudou a menina que, pelo que parecia, era a mãe de Ami.
-E este é Pedrinho.
-Alô, Pedrinho. Hummm. Vejo que você e Vinka são almas gêmeas. Apesar disso, vêm de mundos diferentes. Como isso é possível, filho?
-Participam da missão de ajuda aos dois planetas de onde eles vêm, mas são oiginários de mundos da Fraternidade.
-Então, deve ser muito duro para eles ficarem separados. São tão jovens... -disse, olhando-nos com ternura. Era estranho ouvir uma menina dizendo isso.
Ami observou sua mãe, em silêncio. Sabia que se comunicavam telepaticamente. A menina pareceu ter compreendido algo, porque disse:
-Lutem, meninos. Lutem para levar a paz, a união e o amor a seus mundos. Terão muitas dificuldades e incompreensões, mas o maior poder do universo estará a seu lado. No final, a semente brotará, trazendo a paz e a união. Procurem lembrar-se de onde estão e a razão para estarem nesse lugar. Tentem recordar-se de onde vocês vêm. Evitem que suas almas se inclinem para o transitório. Em seus mundos reina a ilusão, a mentira. Mantenham-se no real, na verdade, no amor. Sejam inocentes como crianças, mas não incautos, senão precavidos. Deverão manter um difícil equilíbrio entre a inocência e a cautela, entre a paz e a autodefesa. Que a maldade não os faça perder seu espírito infantil, porque só assim poderão salvar a si mesmos e às suas humanidades. Que a sua natural inocência não os faça fechar os olhos à maldade que os rodeia, para que não sejam enganados e debilitados. Mantenham-se no equilíbrio salvador: "os pés na terra, o olhar no alto e o coração no amor". Esta é a fórmula.

-Suficiente para hoje -disse Ami com bom humor-. Se você continua a dar-lhes conselhos, só conseguirá que esqueçam tudo. Não os intoxique com dados.
-Estas crianças me entusiasmaram. É muito bonito poder servir a tantos milhões de almas que se encontram na escuridão. Têm um grande privilégio!
-Sim, mas lembre-se dos mundos incivilizados: insetos, serpentes, aranhas e mambachas... não, estas pertencem a mundos pré-históricos. Recorde-se da tortura, dos fusis e das metralhadoras, da energia atômica destruindo seres humanos, violentando a natureza; da contaminação, dos que morrem de fome, dos adormecidos, dos grandes intelectuais ignorantes do amor.
-E os térri -disse Vinka, com desagrado. Para ela, todo o mal da existência se resumia nesse povo.
-Quem são os térri?
-São os que freiam o processo evolutivo de Kia. Seres equivalentes aos térri existem em todos os planetas incivilizados -explicou Ami-. Apesar de que nem todos os térri são térri...
-Sim. Já me lembro deles. Também de tudo o que você mencionou antes. Ainda assim, é maravilhoso dedicar uma encarnação ao serviço, onde se é tão necessário.
-Mas lembre-se de que, nessa encarnação de serviço, chega-se esquecido de tudo, inclusive da importância do amor. Além disso, quando crianças, eles recebem ensinamentos errados, maus hábitos, superstições. Tudo isso são obstáculos capazes de fazer as pessoas caírem no fundo do poço. É uma missão perigosa.
-Você tem razão, filho. É uma missão perigosa se não se conta com a devida força, por isso vocês devem se cuidar muito. Ajam sempre guiados pelo amor e não poderão extraviar-se.
Ami quis passar para outro assunto:
-Bem, já conheceram minha mãe.
Ela parece realmente uma menina mas, quando fala, percebe-se que não é... -expressou Vinka.
-Não se deixem guiar pelas aparências. Querem conhecer meu pai?
-Claro que sim -dissemos, esperando ver outro menino como Ami.
-Quero ver se consigo localizá-lo pela tela. Você o tem visto ultimamente, mãe?
-Sim, todas as noites comunica-se comigo. Está em Kyria experimentando um novo condensador de ondas cerebrais.
-Então deve estar no laboratório. Meu pai é um cientista -explicou-nos.
-Todos somos "cientistas" -corrigiu a mãe de nosso amigo-. Também vocês: praticam e estudam a ciência de viver.
-Alô, papai -disse Ami a um homem que apareceu numa tela lateral. Pensamos que era uma piada, porque o indivíduo pertencia a uma espécie humana absolutamente diferente à de Ami e de sua mãe. Era uma adulto pálido e sem cabelos. Tinha um grande crânio e o olhar muito penetrante.
-Como vai, filho? Humm... esses seus amiguinhos pertencem a mundos do terceiro nível. A menina, com certeza, é proveniente do segundo planeta de Borboleta Cristalina, o menino é do terceiro planeta de Águia Dourada.
-Você tem razão, pai.
-Meu mundo se chama Terra e o nosso sol não se chama Águia Dourada...
-Na Fraternidade, nós catalogamos cada objeto celeste com um nome e com um código especial -explicou o pai de Ami.
-Não confunda nossos amigos, velho. Minha mãe já os confundiu bastante.
-Acho que não será um problema para eles saberem que cada objeto e cada ser humano estão catalogados com um código e um nome...
Vinka não ocultou sua surpresa.
-Cada ser humano!
-Já lhes falei de um "computador gigante" localizado no centro da galáxia -disse Ami.
-Sim, e você também disse que sabia tudo.
-Algo assim. Uma outra razão pela qual a Fraternidade está sempre observando os mundos incivilizados consiste em colecionar dados para o "computador gigante".
-Então, estamos todos "fichados" -deduzi.
-"Até os cabelos estão contados", mas isso não é uma vigilância estilo policial. É uma proteção. Nós os observamos como um irmão maior observa seu irmão menor.
-Pensava que Deus fazia tudo -disse Vinka.
-Deus não faz nada -manifestou o pai de Ami.

Achei esta declaração uma heresia. Ami se divertia observando nossas reações. Depois de rir um pouco, disse:
-Se um lavrador deseja uma boa colheita, mas não semeia a terra, não a regra e nem a fertiliza, por mais que reze, obterá alguma colheita?
-Bem, neste caso não; mas a gente sempre espera a ajuda de Deus...
-Se você jogar uma pedra para cima, ela cairá, mesmo que peça a ajuda divina.
O homem da tela interferiu:
-Se você semeia flores, vai obter flores. Se semeia espinhos, vai obter espinhos.
-Então -perguntei- o que Deus faz?
O menino de Boneca Galática explicou:
-Desenha todo o jogo cósmico, com as leis que o regem e coloca a energia fundamental -o seu Espírito de Amor- em todas as coisas e em todas as almas. Daí em diante, somos nós que atuamos e não Ele.
-Por que Deus permite as guerras e a injustiça? -perguntou Vinka.
-Não é Deus que permite -respondeu Ami.
-Quem é então?
-Vocês mesmos criam e permitem as guerras e a injustiça.

Tentei buscar mil objeções para esta afirmação, mas não encontrei nenhuma. Ele tinha razão. Tantas vezes escutei em meu mundo esta pergunta. Alguns respondiam "castigo divino". A explicação de Ami me pareceu a mais certa, sobretudo depois de ter esclarecido que Deus não faz nada, que somos nós que devemos agir.
Vinka perguntou algo que despertou a minha curiosidade:
-Como é possível que ele seja seu pai? Vocês parecem pertencer a mundos diferentes.
-Você tem razão. Eu nasci aqui, meu pai nasceu em Kyria.
-Então, é um casamento entre seres de mundos diferentes.
-Errado. O que observam em meu pai é sua nova encarnação. Pouco depois de meu nascimento, ele estava pronto para nascer em Kyria. Deixou o velho corpo, nasceu, cresceu e, agora, é um cientista. Nós estabelecemos contato como você pode ver. Desta vez meu pai é bastante mais jovem do que eu...
-E do que eu -disse a mãe de Ami-. Ainda não me acostumei a vê-lo com essa aparência de Kyriano apesar de que, no fundo, seja o mesmo.
Vinka perguntou se tinham se casado novamente com outras pessoas. Ambos, um em cada tela, estranharam muito a pergunta da menina. Olharam para o nosso amigo como que pedindo uma explicação. Este, como de costume, voltou a rir.
-Vocês se esquecem de que nos mundos inferiores é raro que os casamentos se realizem entre almas gêmeas. Por isso, lá, é muito normal se falar em separações, enganos, ou casar-se com várias pessoas durante a vida. Elas nem sequer sabem o que acontece quando duas almas complementares se encontram.
-O que acontece neste caso? -perguntei.
-Não podem unir-se a outras pessoas.
-Por quê? Alguma lei proíbe?
-Sim, a Lei do amor, mas não é algo imposto. É que simplesmente não se pode substituir a alma gêmea por nenhuma outra, no universo todo.
Vinka me olhou. Estávamos plenamente de acordo.
O pai de Ami olhou de sua tela para a outra, na que estava a imagem da mãe de nosso amigo.
-A propósito, quando é que você vai aparecer em Kyria? Todos os dias estamos unidos em espírito, mas gostaria de estar também em forma física. Formar uma família, ter você a meu lado todo o tempo. -Sua voz era carinhosa e seu olhar irradiava ternura.
-Você sabe que não quero nada mais que isto: estar de novo com você, mas ainda não consegui adaptar minha alma ao nível necessário para encarnar em Kyria. Se deixar este corpo agora, talvez não possa ficar ao seu lado, por isso estou constantemente praticando os exercícios que me permitirão chegar em Kyria. Acho que falta muito pouco, mas já deixei de me submeter ao rejuvenescimento celular. Devemos ter paciência.

O diálogo continuou assim por alguns minutos. Ambos manifestavam seu amor de forma muito aberta e me senti constrangido por estar participando de uma conversa tão íntima. Olhei para o chão sentindo-me um intruso. Vinka estava tão maravilhada que lágrimas saltaram de seus olhos. Olhou-me e senti uma grande emoção. Compreendi os pais de Ami. Notei que algo muito sólido, maravilhoso e profundo também nos estava unindo.
-Isso significa que são seres complementares -disse Ami, ao captar o que nos estava sucedendo.
-O que você quer dizer? -perguntei.
-Que ela tem o que falta em você e você o que falta nela. Unidos formam um ser humano completo.
-O que é que eu proporciono à Vinka?
-Você ativa nela o intelecto, ela conecta você com a emoção... o tempo acabou. Devemos ir.
-Mas gostaríamos de conhecer seu mundo...
-Já viram alguns lugares da sua parte exterior. Conheceram meus pais e meu povo. Lembrem-se de que sua gente os espera.
-O que você quis dizer com "parte exterior"? Por acaso existe outra?
Ami sorriu, depois disse:
-Na Terra, já viajam milhões de quilômetros em direção ao espaço, mas ainda não sabem o que acontece a poucos quilômetros debaixo de seus pés, dentro do planeta. A mesma coisa acontece com as pessoas: olham para fora delas mesmas e nunca para o seu interior. Sempre são "os outros" os culpados ou os causadores do que lhes acontece. Ignoram o ser interno. A este nunca prestam atenção; apesar disso, é ele quem vai tecendo os seus destinos. Outro dia lhes falarei sobre isso. Por enquanto, seus mundos estão a ponto de se arrebentarem para sempre. A salvação de seus planetas é prioridade número um. Quando tudo lá estiver bem, quando as crianças tiverem pão e não forem ameaçadas pela guerra, vocês terão tempo para penetrar nas profundidades do ser e dos cosmos, do espírito e da ciência. Por enquanto, o que já sabem é suficiente para construir um mundo mais humano. Negar esforços nesta luta, com qualquer desculpa, inclusive espiritual, tem algo de egoísmo e cumplicidade.
O pai de Ami, prestando atenção às palavras de seu filho, interferiu:
-Sim, porque "espiritual" refere-se ao ser interno que é todo amor e, como é amor, não permanece indiferente diante do sofrimento alheio.
-Por isso, espiritualidade significa simplesmente amor. Nos mundos incivilizados isso não é tão óbvio. Muita gente pensa que espiritualidade significa complexos exercícios mentais e nada mais. Outros pensam que quer dizer retirar-se do mundo, castigar-se, purificar o corpo, viver rezando, ou ter alguma fé e nada mais. Quando não existe amor, tudo isso não vale nada. Se existe amor, este deve converter-se em ações de serviço desinteressado. Neste momento em que seus mundos correm o perigo de aniquilar-se, nenhum serviço pode ser mais útil que o de buscar a paz e a união.
Senti-me bem por ter o privilégio de estar em outro mundo, recebendo ensinamentos por parte de seres extraterrestres, por conhecer a Lei Fundamental do universo e por ser um missionário prestando serviço à Terra. O fato de estar ali, conversando com esses seres, fez-me sentir como um deles, quase tão evoluído. Pensei no meu planeta, em meu primo e senti-me superior a ele. Pensava nisso quando Ami disse:
-No caminho do aperfeiçoamento, o último inimigo a vencer é o mais astuto de todos. É difícil descobri-lo, porque se disfarça como esse animalzinho da Terra, como se chama? Um que adquire a cor do lugar onde está.
-O camaleão -respondi.
-Este mesmo. O último defeito é como o camaleão. Seu nome é orgulho espiritual ou ego espiritual. Ataca exatamente quem se sente muito avançado no caminho. É difícil descobri-lo, mas existe uma fórmula.
-Qual é essa fórmula?
-Cada vez que você se descobrir menosprezando alguém por pensar que tem "pouca evolução espiritual", aí está. O ego espiritual faz com que nos sintamos muito evoluídos. Sutilmente nos leva a desprezar os demais. Mas o amor não despreza ninguém e deseja servir a todos. Esta é a diferença .
-Então, aqueles que têm muito ego espiritual são bastante desprezíveis -disse, lembrando-me de um colega do colégio que se julgava santo e criticava os que não iam muito à missa.
Ami riu por causa do que eu disse. Sua mãe sorriu, olhando-me com um pouco de ternura, mas nem eu nem Vinka soubemos o que houve de cômico em minhas palavras. O pai de Ami observava com seu olhar luminoso, mostrando-me simpatia.
Senti um pouco de vergonha.
-Que disse de errado?
-"São desprezíveis aqueles que desprezam". Isso é como dizer que se deve matar aqueles que matam, ou roubar aqueles que roubam; castigar com pobreza os pobres ou com ignorância os ignorantes...
Não consegui compreender com clareza o que ele quis me dizer.
-Pedrinho, o amor não pode desprezar ninguém, nem sequer aqueles que têm vaidade espiritual. O amor é compreensivo. Procura servir e não condenar. Como um pai não condena seu filho por seus pequenos erros. A vaidade espiritual é simplesmente um dos degraus que se deve superar para se chegar às "setecentas medidas". Por outro lado, que parte sua é essa que despreza o ego espiritual dos demais? Não é exatamente seu próprio ego espiritual? Se em vez de condenar impurezas nos outros, você vê neles erros superáveis, então você está limpo; mas, enquanto tiver algo a condenar, estará sujo.

Vinka protestou:
-Mas os térri são realmente condenáveis. Nós, os swama, queremos viver em paz, mas eles, devido à sua ambição, violência e desonestidade, levaram Kia à beira da destruição. Isso é algo para aplaudir ou para condenar?
-Os térri, assim como aqueles que têm vaidade espiritual, estão num processo de aperfeiçoamento, mais acima ou mais abaixo. Todos somos estudantes na escola da vida. Não é condenando os erros do passado que se constrói um mundo novo e, sim, propondo soluções novas, boas para todos e lutando por torná-las realidade. Foi assim que se conseguiu a salvação de todos os mundos que ingressaram na Fraternidade. Mas, para Vinka, talvez seja mais convincente eliminar os térri de Kia. Não é verdade, amiguinha? -perguntou rindo Ami. Ela se envergonhou ao compreender que nosso amigo conhecia seus pensamentos mais íntimos.
-Essa é outra que deseja "olho por olho" -ria o menino das estrelas.
Vinka se defendeu:
-Enquanto existir um só térri, não poderemos construir um mundo em paz. Eles não o permitirão. Não se pode estabelecer um sistema baseado ne honestidade se existem pessoas desonestas.
O menino extraterrestre achava graça da veemência de Vinka e isto lhe provocou admiração. Estava tão bonita assim zangadinha...
-Kia está, assim como a Terra, a ponto de passar do terceiro ao quarto nível evolutivo -disse Ami.
O pai dele interferiu:
-Mundos do primeiro nível são os que não têm vida. Os do segundo nível têm vida, mas ainda não humana. No terceiro nível evolutivo, aparece o homem. Neste nível estão os seus mundos.
-E qual é o quarto nível? -perguntei.
-Nesses mundos, a espécie humana se uniu e formou uma grande família que vive de acordo com os princípios universais. Nem todos os mundos conseguem passar por esta prova. Alguns se destroem na tentativa.
-Qual prova?
-Aquela que cada humanidade deve superar para ingressar no quarto nível evolutivo. As provas são feitas para que alguns as superem e outros fracassem. É uma seleção.
-O que tudo isso tem a ver com o que eu disse a respeito da impossibilidade de formar um mundo pacífico, com pessoas desonestas como os térri?
-Cada vez que um planeta tenta passar de um nível para outro se produzem fenômenos que antes não se conheciam -explicou Ami-. É como se o mundo inteiro se sacudisse e se espreguiçasse. Isto gera energias e vibrações novas, mais finas e elevadas. Estas radiações têm um duplo efeito. Alguns enlouquecem. Aqueles que estão em níveis evolutivos mais baixos terminam cometendo erros mortais. Assim os seres negativos vão se auto-eliminando. Para outros, em troca, estas novas energias permitem-lhes subir a um nível superior. É assim que os planetas se desapegam das criaturas que já não lhes são úteis nem convenientes à sua evolução. Como você pensa que os grandes répteis pré-históricos e as plantas carnívoras desapareceram de seu mundo? Isto aconteceu quando apareceu o ser humano, quando se passou do segundo para o terceiro nível evolutivo. A teoria diz que os mais fortes sobrevivem. Estes répteis eram os mais poderosos: apesar disso, desapareceram todos...

A explicação de Ami me deixou curioso.
-Por que desapareceram? Eram os mais fortes...
-Sim, em garras, músculos e presas. O ser humano, apesar de ser mais fraco fisicamente, é mais forte em inteligência. Sobreviveu o mais forte, o homem. Agora, o processo se repetirá, mas não será o músculo nem o intelecto o mais forte.
-O que será então?
-A força do espírito, o amor. Ao resto, acontecerá o mesmo que aos dinossauros... E, quando as forças pacíficas se unirem, construirão o poder mais sólido de seus mundos. Simplesmente porque não existe outro capaz de evitar o aniquilamento de suas civilizações. Não seja pessimista, Vinka. O amor triunfará, porque o amor é o maior poder do universo

Capítulo 17
A revolta

Despedimo-nos muito afetuosamente dos pais de Ami, para empreender viagem não sabíamos para onde.
Quis conhecer a velocidade daquela nave, lembrando que a luz viaja a trezentos mil quilômetros por segundo.
-A que distância da Terra está Ofir?
-A uns oitocentos bilhões de quilômetros -respondeu Ami.
Tentei buscar uma fórmula para calcular a velocidade. Naquela viajem, havíamos demorado uns dez minutos, mas me confundi completamente com essas cifras tão grandes.
-Se você tenta calcular a velocidade em que nos movemos, perde seu tempo. Nós nos "situamos" instantaneamente.
-Apesar disso, ainda que em poucos minutos, levamos algum tempo para ir de um lugar a outro. Por que você diz que não demoramos nada?
-Não disse isso -respondeu rindo-. Mas sim, que nos "situamos" instantaneamente. O tempo que empregamos é utilizado pelos mecanismos desta nave em calcular a distância, a posição do lugar aonde queremos ir e a melhor forma de sair da dimensão "não espaço - não tempo" para depois aparecer no ponto desejado. Claro, tomando cuidado para não passar na rota de um meteorito. Ha, ha! É mais ou menos como descer de um carrossel para chegar mais rápido ao cavalo situado do outro lado. Você espera que venha e depois sobe. De qualquer forma, isto é ainda mais rápido...
Vinka, mostrando pouco interesse no assunto, perguntou:
-Para onde você nos leva agora, Ami?
-Para sua casa, para Kia.
-Tão rápido! -perguntou alarmada. Senti um peso no estômago. Aquilo tinha algo de patíbulo, de hora fatal. Em poucos minutos, perderia uma companhia tão querida... uma parte de mim mesmo. Senti como se fossem me cortar um braço. Estava como alguém que passou frio durante muito tempo e, de repente, é convidado para tomar um chocolate quente numa casa aconchegante, com lareira e tudo. Quando começa a desfrutar da situação, é posto para fora!... Não ia permitir.
-Se Vinka ficar em Kia, eu também fico! -disse. Estava mesmo decidido a não me separar dela. Minha crise só serviu para provocar muito riso em nosso amigo.
Utilizou um tom paternalista de que eu não gostei nada:
-Pedrinho e Vinka, devem ir-se acostumando ao desapego. A vida não é como nós queremos, conforme nosso eu superficial deseja e, sim, de acordo com nosso ser interno que está em perfeita harmonia com Deus.
-Em mim existe um só eu: eu! -concluí desafiante-. Não vou separar-me de Vinka só porque um menininho menor do que eu me ordena. Você pode ser grande em outro mundo, grande piloto de naves espaciais, mas é menor do que eu. Eu mando em minha vida e eu fico com Vinka. E se eu não ficar em Kia, ela virá comigo para a Terra. Não é verdade, Vinka?
-Verdade, Pedro -disse, com muita força-. É isso mesmo! Continuaremos juntos e nenhum menininho de mamadeira vai impedir-nos...
Olhou-nos com olhos grandes e serenos. Em seus lábios se insinuou um sorriso. Disse depois:
-Pensei que os térri estavam em Kia...
Aquilo nos paralisou. Imediatamente compreendemos que estávamos agindo como os térri. Isso não era possível. Quando aliviei a tensão, olhei com vergonha para o chão. Pouco depois levantei os olhos.
Ami já não era Ami. Tinha se transformado num ser luminoso, de uma pureza maravilhosa.
Senti-me sujo, inseto e micróbio. Baixei o olhar, incapaz de suportar a força daqueles olhos cheios de luz. Ami tinha se transfigurado, tinha tirado a máscara que o fazia parecer um menino normal, mostrando o verdadeiro Ami: um ser resplandecente, divino talvez...
Vinka soluçava a meu lado. Ela também não foi capaz de levantar a vista. Tinha acontecido com ela o mesmo que a mim.
-Por que você nunca se mostrou como era realmente? -perguntei. Olhava para o chão, procurando em vão justificar a minha indigna atitude.
A risada de Ami diminuiu o tom dramático da situação.
-Não sei de que você está falando. Olhe-me. Diga se vê algo estranho em mim.
Lentamente e com grande temor, levantamos o olhar. Ali estava ele, sorrindo com naturalidade. Já não era aquele menino resplandecente. Era simplesmente Ami, o nosso amiguinho espacial. Mas já não era o mesmo. Ainda permanecia a lembrança do "outro", aquele ser de características extraordinárias.
Vinka tentou ajoelhar-se diante dele.

-Cuidado com idolatria! -exclamou rindo, enquanto a impedia de cometer tal pecado.
-Só podemos nos ajoelhar diante de Deus, nunca diante de um irmão, ainda que seja maior. E como Deus não é visível aos olhos, somente na intimidade, na solidão da comunicação interior, na meditação ou na oração, podemos ajoelharnos diante de sua presença invisível. Venham. Quero que conheçam outro recinto desta nave. Ali poderão comunicar-se com a Divindade Suprema.
Guiou-nos até uma porta. Abriu-a. Era corrediça. A sala estava na penumbra, havia uma única luz muito pequena que brilhava no fundo. Entramos.
-Todas as nossas naves têm salas como estas, pequenas ou grandes. Depende da quantidade de pessoas para as quais a nave tenha sido construída.
Ami fechou a porta. Quando me acostumei à penumbra, observei quatro cadeiras apoiadas no chão por uma fina coluna, duas em cada lado da sala. No fundo, diante da pequena luz, avistei uma espécie de almofada comprida. Pareceu-me estar numa capela.
A voz de Ami adquiriu um tom mais solene:
-Podem ajoelhar no fundo. Se preferirem, podem permanecer sentados numa cadeira. Aqui meditamos ou oramos. O primeiro é melhor. Na oração somos dois. Na meditação somos um com a Divindade. Fundimo-nos nela.

Preferimos ajoelhar-nos. Acho que precisávamos disso. Quando nos instalamos na almofada, Ami acionou alguma coisa. O recinto iluminou-se suavemente com as cores mais maravilhosas que se possa imaginar: uma enorme variedade de tons rosados, dourados, lilases e violetas dançavam nas paredes, misturando-se. Tive a impressão de estar em outra dimensão. Vinka observava com um sorriso de encanto nos lábios. Pouco a pouco, a influência das cores me fez sentir um pouco estranho, veio-me um desejo de me refugiar dentro de mim mesmo, de fechar os olhos e entregar-me a uma Presença que comecei a sentir: algo muito grande e belo. Não soube se dentro ou fora de mim...

Talvez o último pensamento que tive foi o de perceber que estava numa nave cósmica, fora do espaço e do tempo, perdido no universo mas, ao mesmo tempo, no centro dele, porque estava me comunicando com o coração da Criação. Mais adiante, não foram pensamentos que encheram a minha consciência, foram vivências que não passavam por meu intelecto, mas que chegaram diretamente no mais profundo de meu ser. Já não estava pensando, mas vivendo intensamente aquela experiência.

Uma luz dourada me envolveu. Esta luz era um ser. Senti-me grande, cada vez maior, infinito, eterno... pura felicidade consciente. Nenhuma pergunta veio à minha mente, porque eu tinha todas as respostas...
Hoje não me lembro bem mas, naquele momento, eu sabia de tudo, do passado, do presente e do futuro: o meu e o do universo. Mais que isso: eu era o centro do cosmos. Estava no comando. De mim irradiavam as galáxias e as almas. Depois voltavam numa espécie de ritmo, de pulsação que parecia ser a minha respiração. No entanto, eu estava muito além disso. No meu centro, havia uma grande quietude cheia de felicidade, plenitude e sabedoria. Ali estava a minha paz... é muito difícil descrever, mas soube que tudo estava bem em todos os lugares, tudo perfeito, tudo maravilhoso. Inclusive o sofrimento, visto por outro prisma, estava bem: era ensinamento, purificação, conseqüência do erro, fortalecimento. Pude compreender que o sofrimento é causado pelo esquecimento, o esquecimento... de quê? Não soube a resposta. Minha consciência estava voltando a seu nível normal. Entrou em jogo meu intelecto comum com suas perguntas. Aí perdi as respostas...
O esquecimento de quê? Senti meu corpo, meus joelhos pesados sobre a almofada. Uma parte minha não queria voltar a esse pequeno corpo, mas a outra me impulsionava a fazê-lo. Queria deixar de estar ali e voltar "ao comando", a esse ponto central cheio de sabedoria ilimitada, para obter a resposta. O sofrimento é causado pelo esquecimento de... de quê?
Conseguia, por instantes, repetir a experiência, mas uma força me tirava dali, devolvendo-me à nave e ao meu corpo pesado.
"Lembre-se de sua missão", parecia dizer uma voz. "Sua missão é embaixo". Eu sabia, mas não queria lembrar. Rebelava-me. Queria subir. "Para subir é necessário primeiro descer", dizia a voz interior.
Não conseguia lembrar qual era o esquecimento que produzia o sofrimento.

-O esquecimento do verdadeiro eu, do ser interior -disse Ami, junto a mim.
Era a resposta de que necessitava. Isso conseguiu fazer com que eu voltasse definitivamente à nave e ao meu corpo.

Quando abri os olhos, maravilhosas cores haviam desaparecido. Unicamente permanecia a pequena luz diante de meus olhos. Vinka me esperava de pé ao lado do menino das estrelas, com os olhos úmidos de emoção.
Pouco a pouco, fui me adaptando à minha realidade e à minha ignorância habitual, com meus erros de sempre.
-O esquecimento do ser interior -disse eu, tentando reter o sentido destas palavras que começavam a perder o significado para mim.
-Esta é a causa que nos faz cometer erros -disse Ami-. Depois, pagamos nossos erros com sofrimento.
-Não compreendo... qual é meu ser interior?
-A Divindade -respondeu, ajudando-me a levantar.
Enquanto saíamos daquela capela espacial, tentei lembrar o que havia vivido, o ponto central da felicidade e sabedoria ilimitadas.
-Isso mesmo. Tente não esquecer jamais. Este é o ser interior. Se você pudesse agir, usando sempre essa parte de você mesmo, não cometeria erros, portanto, não sofreria.
-Você tem razão, Ami. Experimentei algo onde eu era pura sabedoria.
-Onde eu era puro amor -disse Vinka, com emoção.
-Sabedoria e amor. Estão vendo? Por isso são um casal complementar. Cada um de vocês manifesta uma parte da Divindade.
Ami dirigiu-se aos controles da nave.
-Olhem. Já estamos chegando em Kia. Espero que não fiquem mais revoltados. Ha,ha,ha!...
Suas palavras fizeram-nos lembrar do ser resplandecente.
-Explique-nos, por favor, como se produziu a sua mudança?
-A maior mudança se produziu em vocês. Conseguiram ver, durante um instante, as coisas como são, além das aparências. Todos somos algo mais do que aparentamos, todos somos seres luminosos. Mas, somente em certos momentos, podemos captar a nossa verdadeira dimensão ou a dos demais. Como estavam agindo muito mal, seus seres interiores lhes fizeram ver que procediam de forma errada. Vocês somente queriam defender seu amor, não se separarem. O amor é uma das maiores causas de violência...
Vinka e eu nos olhamos confusos diante de uma afirmação aparentemente absurda.
-Por amor, a loba vira uma fera diante de quem pode atacar seu filhote. Por amor aos seus, os homens costumam ser cruéis e egoístas para com os demais. Por esse tipo de amor, surgem guerras e por elas seus mundos estão em perigo.
-É um falso amor -disse eu, pensando ter compreendido.
-Não é falso: é amor, num grau menor. Nós o chamamos apego. Por apego se rouba, se mente e se mata. Querer sobreviver é uma forma de amor, mas somente amor para com sigo mesmo, para com o pequeno grupo familiar, para com o grupo ao qual cada um pertence. Lamentavelmente, essa batalha, travada por muitos, é que os leva a perder a própria vida... estas são as conseqüências do apego exagerado.
-Você tem razão, Ami -disse Vinka, pensativa-. Acho mesmo que os térri agem motivados por este tipo de amor e não por maldade.
-Excelente, Vinka! É essa compreensão que pode mudar as coisas.
-Lamentavelmente, a luta entre os térri wacos e os térri zumbos colocou em perigo um povo, os swama.
-Existe um só povo em Kia: aquele que é formado pelos térri e swamas. Esse é seu povo.

Para Vinka, essa idéia era nova demais. Eu a compreendi.
-É natural que se incline pelos swanas: é seu povo...
-Outra vez o amor inferior, o apego. O próprio grupo contra os demais. O apego é amor limitado, mas o verdadeiro amor não tem limites. Até agora, os povos de seus mundos sobreviveram por meio do apego. Agora, tentam passar do terceiro ao quarto nível evolutivo. Se querem sobreviver, devem deixar o apego de lado e guiar-se pelo verdadeiro amor. De outro modo se destruirão sem remédio. Esta é a Lei Universal. O apego funciona mais ou menos bem nos mundos divididos, mas somente enquanto essa divisão não coloca em perigo a humanidade inteira, enquanto o nível científico não é muito alto. Depois, como no caso de seus mundos, ou deixam de lado o egoísmo ou se destroem. Não é possível construir um mundo justo e pacífico, sem renunciar a esse amor desequilibrado e egoísta que é o apego.
-Por que é desequilibrado?
-Porque há dois tipos de amor: para consigo mesmo e para com os demais. É como a respiração: o ar vem e vai. Quando existe apego, inspira-se mais do que se expira: "tudo para mim", para minha família, para o meu grupo; menos para os demais. Isso não é equilíbrio.
-Ama ao próximo como a ti mesmo -disse, repetindo uma das aulas de religião.
-Isso foi dito pelo Justo. Como é que você sabe? -perguntou Vinka.
-Quem é o Justo? -perguntei.
-Um grande Mestre da história de Kia.
-Esta é uma Lei Universal, é o que estou tentando explicar-lhes. É o verdadeiro amor, o equilibrado. Sempre na mesma medida, para que não haja desequilíbrio.
Perguntei o que acontece quando existe mais amor para com os demais e menos para consigo mesmo.
-Também aí existe desequilíbrio. É como soprar todo o ar sem inspirar. Em poucos minutos, você fica duro...
-Equilíbrio parece ser uma palavra muito importante -disse Vinka.
-Ame os térri tanto quanto os swama -expressou Ami, sorrindo.
-Tentarei. Realmente tentarei.

Os controles indicavam que a nave não era visível para os olhos dos habitantes de Kia. Nós nos encontrávamos suspensos nos arredores de uma cidade muito parecida a qualquer uma da Terra. Não quis observar. Aproximava-se o momento da separação. "Quem sabe até quando", pensei com tristeza, com o peito oprimido.
-Até que você termine o próximo livro -disse Ami-. Poderia chamar-se "Ami volta de novo".
-Você pode ter muitos conhecimentos e poderes -disse eu- mas pelo visto, a gramática não é o seu forte.
-Por quê, Pedrinho?
-Porque, se você diz "volta", não precisa dizer "de novo". Isso já está subentendido. É suficiente dizer, por exemplo: "A Volta de Ami".
-Você tem razão. A linguagem não é o meu forte. Isso é porque nós praticamente não a utilizamos. Preferimos a telepatia. É mais segura e exata.
-Mas você conversava com seus pais...
-Sim, por cortesia a vocês. Quando chega uma visita que não fala nosso idioma, devemos utilizar a linguagem da visita, se é que a conhecemos.

Hoje, não sei como me recordo desses detalhes da conversa porque, na época, a minha atenção estava colocada na triste despedida. Mas, à medida que vou ditando para Victor, as lembranças chegam: Ami disse que estaria me ajudando telepaticamente...

Capítulo 18
Armas caras

-Esperam-na lá embaixo, Vinka. É a sua família -disse Ami.
-Minha família me importa menos que Pedrinho -disse, enquanto nos segurávamos as mãos.
-Não me refiro à sua pequena família, mas à grande: a humanidade de Kia. Lembre-se de sua missão, do compromisso que firmou antes de vir a este mundo. Se pessoas como você não divulgam as boas notícias a respeito de nossa presença em um plano cósmico e divino, motivado pelo amor, continuarão pensando que somos monstros invasores e nós sofremos, porque a nossa presença vai provocar terror e infartos. E se ninguém contribui para semear amor, como evitarão a destruição?
-Você tem razão, Ami, mas meu novo laço com Pedrinho...
-Não é novo: é eterno. Vocês têm a eternidade para realizá-lo. Por enquanto, devem cumprir com seus compromissos; mais tarde voltarão a ver-se.
-Em outra encarnação, com certeza -disse, bastante pessimista e deprimido.
-Já lhes disse que quando tiverem escrito o próximo livro. Ou pensam que sou mentiroso?
Nós nos olhamos com um brilho no olhar.
-De verdade?
-Claro. Um dia vou buscar você. Viremos até Kia, pegaremos Vinka e iremos conhecer coisas das quais nem sequer suspeitam...
-Que coisas? Diga, por favor -disse Vinka impaciente.
-Bem, conhecerão um planeta habitado em seu exterior por uma civilização do terceiro nível, assim como na Terra ou Kia e, por dentro, uma civilização do quarto nível. A primeira não sabe que a segunda existe...

-Que fantástico! -As promessas de Ami nos faziam esquecer a separação que deveríamos suportar.
-Que mais você vai nos mostrar?
-Uma civilização debaixo do mar. Também um mundo artificial, construído por seres humanos. Isso é algo que nem imaginam.
Nossas bocas abertas provocaram o riso de nosso anfitrião.
-Existem milhões desses mundos pelo universo. Essa é a forma superior de civilização. São, na verdade, gigantescas naves...

Depois de meditar um pouco, disse:
-Pensava que viver em contacto com a natureza era uma forma superior de civilização; mas você diz que algo artificial é...
-Tudo o que o ser humano cria ou realiza em harmonia com a Lei do amor é natural. Quando o homem atua em hamonia com os princípios eternos, o universo inteiro é seu patrimônio e pode dispor dele para sua felicidade, utilizando toda a imaginação e tecnologia de que seja capaz. Isso acontece também com cada pessoa: o que a alma imagina, ela pode e deve realizar, com esforço, constância e fé... Mas vocês nem sequer sonham em eliminar as armas que pagam com fome e sofrimento. Sabem quanto dinheiro se gasta em seus mundos, com armas, em apenas quinze dias?
-Não tenho a mínima idéia -respondi.
-Dinheiro suficiente para alimentar a metade da população mundial durante... sabem quanto tempo?
Tentei calcular. Quinze dias se gasta em armas o dinheiro suficiente para alimentar a metade das pessoas da Terra durante uns... bem... tantas bocas. Não soube.
-Penso que durante um tempo igual. Se não se gastasse dinheiro com armas durante quinze dias, poderiam comer durante esse tempo... Se não gastasse dinheiro com armas ninguém passaria fome! -disse Vinka.
-Você se engana. Em quinze dias vocês gastam dinheiro suficiente para alimentar a metade da população mundial durante dez anos!... Somente em gastos de guerra.
-Não pode ser! -dissemos alarmados e indignados.- Somente em armas?
-Em tudo o que significa guerra: armas, invenções de novas armas, artefatos de guerra e tudo isso. É ainda mais, porque muitos dos grandes gastos, disfarçados de "projetos científicos", estão destinados, no final, a tentar dominar o inimigo. Se não gastassem dinheiro em armas, não haveria ninguém com fome. Viveriam todos como ricos, todos! Ninguém passaria fome ou frio. Os hospitais seriam suficientes e cômodos. Não existiriam países pobres e países ricos. Todos seriam como reis. Além disso, poderiam dormir em paz, sem temer um futuro horrível para seus filhos.

-Então, vou propor que meu país não tenha armas -disse Vinka.
-Isso ainda não pode ser. A solução consiste em que todos os países, de comum acordo, decidam unir-se pacificamente. Para isso é necessário ir mostrando esse grande ideal. Que seja um sonho que cresce e cresce ainda que, por enquanto, existam obstáculos. Os países ricos alimentam-se dos países pobres e...
-Deus não pode continuar permitindo algo tão ruim -disse Vinka, com fervor.
-Basta de dizer que Deus fará as coisas! Deus é amor. O amor habita em seus corações. Este amor é que se encarregará de tentar endireitar seus mundos, mas vocês mesmos devem fazê-lo e pelos maios mais pacíficos. Trata-se mais de ensinar do que impor; de tentar mostrar um caminho para que, depois, pacificamente e de comum acordo, todos o sigam. Não é questão de esperar que Deus ou outros o façam e, sim, de atuar. Esperando, a única coisa que pode acontecer é que vai chegar alguém que apertará o botão...
-E se isso acontecer, vocês não o paralisariam com um raio, para que não apertasse o botão?
-Se vocês o permitirem, vocês o merecerão. Nós não podemos interferir. Somente podemos resgatar os pacíficos: unicamente aqueles que servem, aqueles que tentam fazer algo para difundir e irradiar unidade, paz e amor. Nestes momentos críticos, estas são as maiores necessidades.

-Então, trabalhar em outra coisa, como aumentar a quantidade de alimentos, por exemplo, não é útil?
-Tudo é necessário, mas tudo tem seu momento. Se seu filho está com fome, a primeira coisa que você deve fazer é procurar-lhe alimento mas, se além de ter fome, está a ponto de cair num precipício, qual é a primeira coisa que você deve fazer? Alimentá-lo ou salvá-lo do precipício?
-Salvá-lo do precipício, claro.
-Assim estão as coisas em seus mundos. A criança precisa de alimento e agasalho. Também necessita de cultura, arte, ambiente agradável, atendimento médico, comodidade, sabedoria, afeto. Mas, se está a ponto de morrer, a primeira coisa de que precisa é que lhe salvem a vida. Quando a sua vida não estiver correndo perigo, poderão oferecer maravilhas a ela.
-Que possibilidades existem de que "a criança" não morra? -perguntei, sabendo que se estava falando da humanidade.
-Depende de vocês mesmos. Prossigamos com o exemplo da criança no precipício: vamos supor que seus três irmãozinhos consigam tocar nas suas roupas, mas não têm força suficiente para segurá-la. Que devem fazer?
-Bem, pedir ajuda, chamar os pais, os outros irmãos...
-Seus livros servem para isso. Falam da atenção e da ajuda. Mas, se alguma das três crianças se desanima e diz que tudo está perdido e se afasta, o que acontecerá?
-Talvez os outros dois se cansem, a criança escorregue e...
-Por isso, quanto mais pessoas se retirarem desse trabalho, maiores serão as possibilidades de um desastre... Talvez a sua participação é que inclinará a balança para um ou outro lado. Talvez o seu mundo dependa de você, você que está lendo este livro: da sua ação dependerá a sorte do seu planeta.
(Ami nos pediu que escrevêssemos estas últimas palavras em nosso livro, exatamente assim. Disse que isso era um reflexo de um sistema superior. Não compreendi, mas escrevi exatamente como ele solicitou: como um chamado ao leitor).
-Vocês estão com fome? -perguntou Ami.
Aquilo nos pareceu quase um insulto: estávamos cheios de melancolia.
-Então precisam de uma "carga de baterias". Venham. Sentem-se.
Na base do nosso pescoço, colocou o aparelho que produzia o efeito das oito horas de sono, em somente quinze segundos. Quando acordei, estava tudo bem. Não havia tristeza em mim. Mas, pouco a pouco, fui me lembrando da separação, apesar de agora já não me afetava tanto.
-Quando os vir novamente, eu lhes contarei a respeito de muitas coisas.
Vinka me olhou com uma terna tristeza.
Depois olhou para Ami e disse:
-O principal motivo para eu esperar o seu regresso, não são os novos conhecimentos ou as visitas a outros mundos, mas voltar a ver Pedrinho. -Veio até mim e demos as mãos.
-Vocês fazem muito "barulho" -disse Ami, levantando-se-. Vou meditar uns minutos para aliviar a cabeça. Vocês dispõem desse tempo para se despedirem sem se lamentar, sem rasgar as roupas, sem arranhar o chão e sem se revoltar. Depois de toda essa bobagem inútil, Vinka desce e Pedrinho volta para a Terra. -E fechou-se no recinto para meditar.

Apesar da tristeza, não conseguimos deixar de sorrir ao ouvir as palavras de Ami...

A Despedida

Esta última parte é muito íntima e triste para mim. Prefiro não entrar em detalhes. Desculpem-me. Peço sua compreensão. Se estes livros fossem lidos somente por nós, as crianças, não haveria problema. A gente nunca sabe quando pode aparecer um adulto perdido nas sombras, acordado em horas inconvenientes que vem criticar a possibilidade de que existam seres extraterrestres bons e pacíficos com a intenção de lutar por um mundo unido, justo e pacífico. Se lhes é dito que o amor é a Lei Fundamental do universo, dobram-se de tanto rir. É preferível não falar de coisas profundas perto deles, como a verdade e os sentimentos. Um antigo provérbio chinês que li num livro de Victor, não sei se me lembro bem, dizia mais ou menos assim:

"Quando se fala de amor a um adulto,
ele dá gargalhadas.
E se não dá gargalhadas
é porque não se falou do verdadeiro amor."

Vinka foi embora. Eu me senti só, apesar de que, à noite, antes de dormir, fecho os olhos, acalmo a minha mente. Depois de alguns minutos, parece que ela entra em mim. Bem, coisas de crianças...
Durante a viagem de regresso a Terra, Ami quis me mostrar imagens do passado: Jesus em ação, Júlio César e não me lembro de que mais. Inclusive, procurou me seduzir com visões de mim mesmo, quando era bebê, mas nada me interessou. Fechei-me na sala de meditação. Permaneci ali até que Ami foi me buscar.
-Já chegamos no mundo que estamos preparando para acolher os resgatados, no caso de produzir-se a destruição da Terra. Venha ver.
Mais por educação que por curiosidade, fui olhar. Estávamos sobre a praia do balneário. Amanhecia.
-Isto é a Terra! -exclamei, sem compreender.
-Claro. Este é o planeta que acolherá os sobreviventes.
-Mas... eu pensei que seria outro mundo...
-E será outro mundo: em paz, justiça e amor. Se a destruição se produzir, nós evitaremos que seja total. Resgataremos aqueles que merecem, antes de se produzirem as grandes tragédias. Depois, limparemos o planeta de toda contaminação e impureza. E instalaremos ali os resgatados, para que possam construir um mundo marailhoso. Entretanto é preferível que isso aconteça sem nenhuma destruição...
-Você disse que estavam preparando outro planeta para este caso...
-Não disse outro. Falei de um mundo, mas não disse seu nome. É este. Os trabalhos geológicos que você presenciou também fazem parte desta preparação que estamos efetuando. Levante esse ânimo! Não haverá destruição total do planeta Terra.

Aquilo nem me alegrou, nem me entristeceu: pensava somente em Vinka.
Ami tentava parecer otimista para me contagiar com seu bom humor.
-Então, na próxima viagem, vou mostrar-lhe essa imagem: Pedrinho com fraldas! Imagine como Vinka vai dar risada!
Pedi que desculpasse o meu desânimo. Ele disse que isso era pura bobagem, que já ia passar, mas que me compreendia.

A porta se abriu, apareceu a luz amarela. Nós nos abraçamos com muita força. Disse adeus. Entrei no resplendor que me levaria à praia.
-Adeus, não: até logo. -Escutei a sua voz alentadora, enquanto descia.
Como da vez anterior, cheguei na areia e olhei para cima e não havia nada no céu. O "ovni" estava invisível. Neste momento, escutei uma grande barulheira na barraca de Victor.
-Que diabos está acontecendo?... Ahhhhh!
Meu primo apareceu pela abertura e saiu correndo desesperadamente. Um pouco adiante parou. Aquilo me fez voltar rapidamente à realidade.
-Que aconteceu, Victor?
-Pedro, lá dentro tem um enorme... -coçou a cabeça.
-Que é, Victor?
-Um... elefante.
-Quê? Um elefante?! isso é impossível. Nessa barraquinha?
-Mas está aí. É enorme. De repente, acordei e senti a sua imensa pata em cima do meu peito. Por sorte, consegui escapar...
Compreendi o que havia acontecido: Ami utilizou hipnose à distância para brincar com Victor e me fazer sair da tristeza. Conseguiu, um pouco. Bem decidido entrei na barraca.
-Cuidado! Não faça isso!
Levantei a abertura da entrada: a barraca estava vazia.
-Veja, aqui não tem nada. -Meu primo estava perplexo.
-Mmmm mas...
-Você estava sonhando.
Acendemos um fogo e preparamos o café da manhã.
-Por que você está tão estranho, tão triste? -perguntou-me. Ali mesmo, tive a idéia de como encerrar tal assunto para sempre.
-É que fui ver a pedra...
-Quando?
-Antes que você acordasse. Por isso você me viu fora da barraca. Vinha voltando.
-Você é um desobediente!... Bom, e aí?
-Por que você pensa que estou triste?
Que pensasse o que quisesse. Já não precisava convencer ninguém a respeito da realidade da existência de Ami. Minha própria fé seria suficiente dali em diante.
-Viu? Não lhe disse? Foi um sonho.
-Do mesmo jeito que seu elefante?
-Isso! Isso mesmo. Existem sonhos que parecem reais, mas são somente sonhos. Não é bom confundir imaginação com realidade.

Conclusão

"Não é bom confundir imaginação com realidade". Apesar disso, Ami disse: "Cada um vive no universo que é capaz de imaginar". Também me ensinou: "O que sua alma imagina, você pode e deve realizar, com esforço, constância e fé.
Em vez de acreditar num mundo regido pelas armas, acredito num mundo regido pelo amor. Se somos muitos os que sonhamos o mesmo sonho, isto será realidade um dia...
Deixemos os adultos com as suas armas e suas "fraudes". Nós, as crianças de coração, seremos como o besouro, esse bichinho gordo, pesado e de asas curtas. De acordo com as regras da aerodinâmica, não pode voar. "Cientificamente comprovado", mas como desconhece a opinião dos cientistas, ele vai e levanta vôo imprudentemente. E o faz como a melhor das abelhas...
Uma boa quantidade de "besouros" e a "criança" não cairá no precipício. Pelo menos, não na minha história.

Conclusão da Conclusão

(É preciso colocar nomes em tudo...)

Numa praia não muito distante, existe uma pedra enorme. No alto dessa pedra, um estranho poder gravou um coração alado. Diz-se que somente poderão encontrá-lo aqueles que têm alma limpa. Lamentavelmente, somente algumas crianças conseguiram localizá-lo, porque elas, além de serem mais leves e ágeis, são mais puras. Como essa pedra é o ponto de partida para um mundo maravilhoso (que é maravilhoso justamente pelo fato de que seus habitantes estão sempre fazendo com que ele seja maravilhoso mesmo), não se pode correr o risco de admitir que uma pessoa joge sujo e limpo ao mesmo tempo ou que adormeça e joge sujo também, porque isso provocaria a destruição deste nosso maravilhoso mundo.

Conclusão da Conclusão da Conclusão

Contam que um velhinho de olhar brincalhão conseguiu subir na pedra. Então, o povo do lugar observou estranhas luzes no céu noturno. No dia seguinte, viram-no partir rejuvenescido rumo a uma sombria e problemática cidade. Com seu passo decidido e alegre afastou-se murmurando algo a respeito de salvar uma criança...

Fim?...

Enquanto a humanidade continuar dividida
vivendo em injustiça
com a espada na mão
destruindo a sua herança
e distanciada do amor...

Não!


http://br.geocities.com/ami_missao/ami.html
OBS: ATENÇÃO IRAMOS HUMANIDADE DA TERRA MEUS IRMAOS E IRMAS ESTELARES QUE CHEGARAM A LER O LIVRO DE AMI ATE O FIM. PERCEBAM AIMPORTANCIA DESTA HISTORIA REAL E DE SEU COMPROMISSO QUANDO A HUMANIDADE O NOSSO COMPROMISSO O MEU DE DIVULGAR . SE POSSUEM BLOG OU ALGUM SITE . COLEM COPIEM O LIVRO DE AMI. IMPRIMAM. LEIA PARA SEUS FILHOS E IRMAOS..ESTA E UMA SEMENTE MUITO IMPORTANTE A SER PLANTADA NA HUMANIDADE DA TERRA COM ESTE LINDO ATO NESTE LINDO LIVRO NESTA LINDA HISTORIA REAL.

SELAH NAMASTE.


EM BREVE A CONTINUAÇÃO O LIVRO DE AMI. SE CHAMA AMI 3



http://minhamestria.blogspot.com.br
C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/


 

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