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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Serie - (8) A vida e os ensinamentos de jesus - Os anos da adolescenica

Serie - (8) A vida e os ensinamentos de jesus - Os anos da adolescenica

Esta série foi extraída do Livro de Urântia. Os 77 capítulos, mais de 700 páginas, que ocupam um terço do livro, dão dia a dia, toda a vida de Jesus Cristo desde sua infância. Dão 16 vezes mais informações sobre a vida e os ensinamentos de Jesus do que a Bíblia. É o relato mais espiritual sobre Jesus até hoje escrito.



OS ANOS DA ADOLESCÊNCIA

À medida que entrava nos seus anos de adolescência, Jesus viu-se como o dirigente único de uma grande família e como o seu único suporte. Uns poucos anos depois da morte do seu pai, todas as suas propriedades tinham sido perdidas. E, com o passar do tempo, mais consciente ele ficava da sua preexistência; ao mesmo tempo ele começou a compreender mais plenamente que estava presente na Terra e na carne com o propósito expresso de revelar o seu Pai do Paraíso aos filhos dos homens.

Nenhum adolescente que tenha vivido ou que irá jamais viver neste, ou em qualquer outro mundo, teve ou terá problemas mais graves a resolver ou dificuldades mais intrincadas para desembaraçar. Nenhum jovem de Urântia jamais será convocado a passar por conflitos mais angustiantes e por provas mais duras do que Jesus, durante esses árduos anos entre os seus quinze e os vinte anos de idade.

Tendo, pois, conhecido a experiência real de viver esses anos da adolescência em um mundo assediado pelo mal e atormentado pelo pecado, o Filho do Homem adquiriu todo o conhecimento sobre a experiência de vida dos jovens de todos os reinos de Nébadon e assim, para sempre, ele tornou-se o refúgio de compreensão para os adolescentes angustiados e perplexos de todas as idades e em todos os mundos do universo local.

Lentamente, mas com segurança e por meio de uma experiência real, esse Filho divino está conquistando o direito de tornar-se o soberano do seu universo, o dirigente supremo e inquestionável de todas as inteligências criadas em todos os mundos do universo local, e o refúgio de compreensão para todos os seres, de todas as idades e graus de dons pessoais e de experiência.

1. O DÉCIMO SEXTO ANO (10 d.C.)


O Filho encarnado passou pela meninice e experimentou uma infância sem nada de extraordinário. Então, emergindo daquele período de transição cheio de provações, entre a infância e a juventude, tornou-se o Jesus adolescente.
Nesse ano, ele alcançou a sua estatura física definitiva. Era um jovem formoso e viril. Tornou-se cada vez mais sóbrio e circunspecto, mas era compassivo e amável. Os seus olhos eram doces, mas inquisidores; o seu sorriso era sempre simpático e calmo. A sua voz era musical, mas autoritária; a sua saudação cordial, mas sem afetação. Sempre, mesmo no mais comum dos contatos, parecia evidenciar-se uma natureza dupla, a humana e a divina. E, sempre, ele demonstrava a combinação da compaixão do amigo com a autoridade do mestre. E esses traços de personalidade cedo se tornaram manifestos, mesmo nos anos adolescentes.

Esse jovem forte e robusto fisicamente também teve o crescimento pleno do seu intelecto humano; não a experiência total do pensamento humano, mas a plenitude da capacidade para o desenvolvimento intelectual. Ele possuía um corpo saudável e bem proporcional, uma mente penetrante e analítica, uma disposição simpática e gentil, um temperamento flutuante, de um certo modo, mas ativo, e tudo isso estava tornando-se organizado em uma personalidade forte, tocante e atraente.

Com o tempo, tornou-se mais difícil para sua mãe e para seus irmãos compreendê-lo; eles tropeçavam no que ele dizia e interpretavam mal o que ele fazia. Não estavam preparados para compreender a vida do irmão mais velho, porque a sua mãe havia dado-lhes a entender que ele estava destinado a transformar-se no libertador do povo judeu. Depois que essas indicações foram dadas por Maria como uma confidência de família, imaginai a confusão deles quando Jesus negava francamente todas essas idéias e intenções.

Nesse ano, Simão entrou para a escola, e eles foram obrigados a vender outra casa. Tiago, agora, encarregava-se de ensinar as suas três irmãs, duas das quais tinham já idade suficiente para começar a estudar seriamente. Tão logo Rute cresceu, foi confiada às mãos de Míriam e de Marta. Comumente as meninas das famílias judias recebiam pouca educação, mas Jesus era da opinião (e a sua mãe concordava) de que as meninas deviam ir à escola como os garotos e, já que a escola da sinagoga não as receberia, nada havia a fazer senão dar aulas especiais em casa para elas.

Durante esse ano, Jesus ficou confinado à sua bancada de trabalho. Felizmente tinha bastante trabalho; e o que fazia era de uma qualidade tão superior que nunca ficava sem ter o que fazer, não importa quão escasso ficasse o trabalho naquela região. Às vezes tinha tanta coisa para fazer que Tiago lhe ajudava.

Lá pelo fim desse ano ele tinha já decidido que, depois de criar todos e de vê-los casados, iniciaria publicamente o seu trabalho de mestre da verdade como um revelador do Pai celeste ao mundo. Ele sabia que não iria tornar-se o esperado Messias judeu, e concluiu que era quase inútil discutir essa questão com a sua mãe; e decidiu permitir a ela alimentar as idéias que quisesse, pois tudo o que ele tinha dito no passado pouco ou nenhum efeito tivera sobre ela, além do que se lembrava de que o seu pai nunca tinha sido capaz de dizer nada que mudasse a opinião dela. Desse ano em diante, ele passou a falar cada vez menos com a sua mãe e com todos os outros, sobre os seus problemas. A sua missão era tão singular que nenhum ser vivo na Terra podia dar-lhe conselhos sobre como cumpri-la.

Ainda que muito jovem, ele era um pai real para a família; passava cada hora possível com os mais jovens e, de fato, eles o amavam. Sua mãe afligia-se de vê-lo trabalhando tão duramente; lamentava que ficasse, dia após dia, labutando na bancada de carpinteiro, ganhando a vida para a família, em vez de estar, como eles tão carinhosamente planejaram, em Jerusalém estudando com os rabinos. Mesmo havendo tanta coisa no seu filho que Maria não conseguia entender, ela o amava e apreciava profundamente a boa vontade com a qual ele assumia a responsabilidade da casa.

2. O DÉCIMO SÉTIMO ANO (11 d.C.)

Foi nessa época que houve uma considerável agitação, especialmente em Jerusalém e na Judéia, uma rebelião contra o pagamento de impostos a Roma. Estava surgindo um forte partido nacionalista, que logo seria chamado de zelote. Os zelotes, contrariamente aos fariseus, não estavam querendo esperar pela vinda do Messias. Eles propunham gerar uma crise, por meio da revolta política.
Um grupo de organizadores, de Jerusalém, chegou na Galiléia e estava obtendo êxito até que se apresentou em Nazaré. Quando vieram para ver Jesus, ele escutou-os com atenção e fez muitas perguntas, mas se recusou a aderir ao partido. Não quis revelar as razões que tinha, para não aderir, e a sua recusa teve o efeito de manter à parte também muitos dos seus companheiros jovens de Nazaré.

Maria tudo fez para induzi-lo a aderir, mas ela não conseguiu levá-lo a ceder em nada. Ela chegou mesmo a insinuar que a recusa, de ceder ao pedido dela, de abraçar a causa nacionalista, era insubordinação dele, uma violação da sua promessa, feita quando voltaram de Jerusalém, de que ele seria obediente aos seus pais; mas, em resposta a essa insinuação, ele apenas colocou gentilmente a mão no ombro dela e, olhando em seu rosto, disse: “Minha mãe, como podes?” E Maria retratou-se.
Um dos tios de Jesus (Simão, irmão de Maria) tinha já aderido a esse grupo, tornando-se depois oficial na divisão da Galiléia. E, durante vários anos, houve algo como um estranhamento entre Jesus e o seu tio.

Mas muitas encrencas estavam acontecendo em Nazaré. A atitude de Jesus, nessas questões, tinha gerado uma cisão entre os jovens judeus da cidade. Cerca da metade estava ligada à organização nacionalista, e a outra metade começou a formar um grupo de oposição, de patriotas moderados, esperando que Jesus assumisse a liderança. Eles ficaram estupefatos quando Jesus recusou a honra que lhe havia sido oferecida, dando como desculpa as suas pesadas responsabilidades familiares, coisa que todos admitiram. Mas a situação ficou ainda mais complicada quando, pouco depois, um judeu abastado, Isaac, que emprestava dinheiro aos gentios, adiantou-se, concordando em sustentar a família de Jesus, se ele deixasse as suas ferramentas e assumisse a liderança desses patriotas de Nazaré.

Jesus, então, mal tendo completado dezessete anos de idade, encontrou-se frente a uma situação das mais delicadas e difíceis do princípio da sua vida. As questões de patriotismo, especialmente quando complicadas por uma opressão estrangeira de coleta de impostos, são sempre difíceis de lidar, para os líderes espirituais, e sem dúvida foi assim nesse caso, já que a religião judaica estava envolvida em toda essa agitação contra Roma.

A posição de Jesus tornou-se ainda mais difícil porque a sua mãe e o tio, e até mesmo Tiago, o seu irmão mais jovem, todos, pressionaram-no para unir-se à causa nacionalista. Os melhores judeus de Nazaré haviam sem exceção aderido, e aqueles jovens todos, que não tinham aderido ao movimento, alistar-se-iam no momento em que Jesus mudasse de idéia. E ele não tinha senão um conselheiro sábio, em toda a Nazaré, e esse era o seu velho professor, o chazam; que lhe aconselhou sobre a sua resposta ao comitê dos cidadãos de Nazaré, quando eles viessem perguntar-lhe sobre a sua resposta ao apelo público que tinha sido feito. Em toda a jovem vida de Jesus essa era, de fato, a primeira vez que ele recorria conscientemente a uma manobra estratégica. Até então, ele contara sempre com uma exposição franca da verdade, para esclarecer as situações, mas agora não podia declarar toda a verdade. Não podia dar a entender que fosse mais do que um homem; não podia desvelar a idéia da missão que o esperava, até que alcançasse uma idade mais madura. A despeito de todas essas limitações, a sua fidelidade religiosa e a sua lealdade nacional estavam diretamente em jogo. A sua família estava em tumulto, os seus amigos de juventude divididos, e todo o contingente judeu da cidade estava em ebulição. E pensar que era ele o responsável por tudo aquilo! E quão inocente ele fora quanto à intenção de causar quaisquer complicações e, menos ainda, uma conturbação daquela espécie.

Algo tinha de ser feito. Devia reafirmar a sua posição, e foi o que ele fez, brava e diplomaticamente, para a satisfação de muitos, mas não de todos. Manteve-se nos termos do seu argumento inicial, sustentando que o seu primeiro dever era para com a sua família, que uma mãe viúva e oito irmãos e irmãs necessitavam de algo mais do que o dinheiro poderia comprar – as necessidades físicas da vida –, que eles tinham direito aos cuidados e ao apoio de um pai, e que ele não podia, em sã consciência, eximir-se da obrigação que um acidente cruel tinha colocado nos seus ombros.

Elogiou a sua mãe e o seu irmão de mais idade, por terem a boa vontade de liberá-lo, mas reiterava que a sua lealdade a um pai morto o proibia de deixar a família, não importava quanto dinheiro viesse a ser dado para o sustento material deles, fazendo a inesquecível afirmação de que “o dinheiro não pode amar”. No decorrer da sua fala, Jesus fez várias referências veladas à sua “missão de vida”, explicando que, independentemente de ser ela compatível ou não com as idéias de militância, esta, como tudo o mais na sua vida, tinha sido deixada de lado para que ele pudesse ser capaz de desincumbir-se fielmente do seu compromisso com a família. Todos em Nazaré sabiam bem que ele era um bom pai para a sua família, e essa questão ficava tão próxima do coração de todos os judeus nobres, que o pretexto de Jesus encontrou uma reação de boa apreciação nos corações de muitos dos seus ouvintes; e alguns daqueles que estavam com essa predisposição ficaram desarmados por um discurso feito por Tiago, o qual, ainda que não estando no programa, foi pronunciado nesse momento. Naquele mesmo dia o chazam tinha ensaiado esse discurso com Tiago, mas isso era um segredo deles.

Tiago declarou que ele estava certo de que Jesus ajudaria a libertar o seu povo, se ele (Tiago) tivesse idade suficiente para assumir a responsabilidade pela família, mas que, caso apenas eles consentissem que Jesus permanecesse “conosco, sendo o nosso pai e mestre, então eles teriam não só um líder na família de José, mas em breve cinco leais nacionalistas, pois não há cinco de nós rapazes prontos para crescer e, sob a liderança do nosso pai-irmão, servir a nossa nação?” E assim o menino trouxe um final bem feliz a uma situação bastante tensa e ameaçadora.

A crise chegara ao fim, pelo momento, mas esse incidente nunca foi esquecido em Nazaré. A agitação perdurou; não mais Jesus estava nas graças de um favorecimento universal; a divisão dos sentimentos nunca foi totalmente superada. E, agravada por outras ocorrências subsequentes, foi essa uma das razões principais pelas quais ele mudou-se para Cafarnaum, anos depois. Daí em diante, Nazaré manteve os seus sentimentos divididos em relação ao Filho do Homem.

Tiago diplomou-se na escola, nesse ano, e começou a trabalhar em período integral na oficina de carpintaria em casa. Tornara-se um trabalhador inteligente com as ferramentas e, agora, estava encarregado de fazer os balancins e as juntas de arados enquanto Jesus começou a ocupar-se mais com os serviços de acabamento interior e os trabalhos mais delicados de marcenaria.
Nesse ano, Jesus fez um grande progresso na organização da sua mente. Gradualmente, vinha ele conseguindo harmonizar as suas naturezas divina e humana, e conseguiu toda essa organização do seu intelecto por força das suas próprias decisões e apenas com a ajuda do seu Monitor residente, exatamente o mesmo Monitor que todos os mortais normais, em todos os mundos de pós-outorga, têm dentro das suas mentes. Até então, nada de supranatural tinha acontecido, na carreira desse jovem, excetuando-se a visita de um mensageiro que certa vez aparecera para ele durante a noite em Jerusalém, despachado por Emanuel, o seu irmão mais velho.

3. O DÉCIMO OITAVO ANO (12 d.C.)

Durante esse ano, todas as propriedades da família, exceto a casa e o jardim, foram liquidadas. A última peça de propriedade, em Cafarnaum (exceto parte de uma outra), que já estava hipotecada, foi vendida. O que receberam foi usado nos impostos, na compra de algumas novas ferramentas para Tiago, e no pagamento de uma dívida, devido à posse da loja de suprimento e reparos, que há muito servia à família, perto da parada das caravanas, e que Jesus agora propunha comprar de volta, já que Tiago tinha idade suficiente para trabalhar na oficina da casa e ajudar Maria com o lar.

Com a pressão financeira assim aliviada momentaneamente, Jesus decidiu levar Tiago à Páscoa. Eles foram a Jerusalém um dia antes, para ficarem a sós, passando por Samaria. Foram caminhando, e Jesus contou a Tiago sobre os locais históricos do percurso, do modo como o seu pai tinha ensinado a ele durante uma viagem semelhante, cinco anos antes.
Ao passarem por Samaria, viram muitos espetáculos estranhos. Nessa viagem eles falaram de muitos dos problemas pessoais, familiares e nacionais. Tiago era um tipo de jovem bem religioso e, embora não concordasse plenamente com a sua mãe a respeito do pouco que sabia sobre os planos para o trabalho da vida de Jesus, ele esperava ansiosamente que chegasse o momento em que fosse capaz de assumir a responsabilidade pela família, para que Jesus pudesse começar a sua missão. Ele apreciava muito que Jesus o estivesse levando à Páscoa e, mais abertamente do que nunca, conversaram sobre o futuro.

Jesus pensou muito enquanto atravessavam a Samaria, particularmente em Betel, e quando bebiam do poço de Jacó. Ele e o seu irmão conversaram sobre as tradições de Abraão, Isaac e Jacó. Jesus empenhou-se muito em preparar Tiago para aquilo que este devia testemunhar em seguida em Jerusalém, procurando assim minimizar o impacto que ele próprio experimentara na sua primeira visita ao templo. Mas Tiago não era tão sensível a algumas dessas cenas. Ele comentou sobre o modo superficial e duro com o qual alguns dos sacerdotes executavam os seus deveres, mas no todo ele gostou muito da sua permanência em Jerusalém.
Jesus levou Tiago à Betânia para a ceia Pascal. Simão tinha falecido e descansava ao lado dos seus pais, e Jesus ocupou o lugar do chefe da família na cerimônia Pascal, tendo trazido o cordeiro pascal do templo.

Depois da ceia de Páscoa, Maria assentou-se para conversar com Tiago, enquanto Marta, Lázaro e Jesus conversaram até bem tarde da noite. No dia seguinte eles foram aos serviços no templo, e Tiago foi recebido na comunidade de Israel. Naquela manhã, quando pararam no cume do monte das Oliveiras, para ver o templo, enquanto Tiago expressava a sua admiração, Jesus contemplou Jerusalém em silêncio. Tiago não podia compreender o comportamento do seu irmão. Naquela noite, novamente, eles retornaram a Betânia e teriam partido para casa no dia seguinte, mas Tiago insistiu em irem de novo visitar o templo dizendo que queria escutar os mestres. E, se bem que isso fosse verdade, secretamente no seu coração, o que ele queria mesmo era ver Jesus participar das discussões, como ele tinha ouvido a sua mãe contar. Assim, foram ao templo e ouviram as discussões, mas Jesus não fez nenhuma pergunta. Tudo aquilo pareceu pueril e insignificante por demais para aquela mente de Deus e de homem que despertava – ele conseguia apenas sentir piedade deles. Tiago estava decepcionado, porque Jesus nada dissera. E, às perguntas do irmão, Jesus apenas respondeu: “Minha hora ainda não chegou”.

No dia seguinte, viajaram para casa pelo caminho de Jericó e pelo vale do Jordão, e Jesus contou muitas coisas no caminho, inclusive falou sobre a sua viagem anterior pela mesma estrada, quando tinha treze anos de idade.
Ao retornar a Nazaré, Jesus começou a trabalhar na velha loja de reparos da família e estava muito contente por estar sendo capaz de se encontrar com tanta gente, de todos os cantos do país e dos distritos vizinhos, que vinha todos os dias. Jesus amava o povo verdadeiramente – toda a gente comum. E todos os meses ele fazia o pagamento da loja e, com a ajuda de Tiago, continuava a manter a família.

Várias vezes por ano, sempre que não havia visitantes para desempenhar essa função, Jesus continuava a ler as escrituras aos sábados na sinagoga e, muitas vezes, oferecia comentários sobre a leitura, mas usualmente ele selecionava as passagens para as quais os comentários seriam desnecessários. Ele era hábil, e arranjava a ordem de leitura das várias passagens, de modo que uma iluminaria a outra. Ele nunca deixou, quando o tempo permitia, de levar os seus irmãos e irmãs nas tardes de sábado, para os seus passeios junto à natureza.

Nessa época o chazam inaugurou um clube de jovens para uma discussão filosófica, que se reunia nas casas de diferentes membros e, muitas vezes, na sua própria casa, e Jesus tornou-se um membro proeminente desse grupo. Assim, pois, ele capacitava-se a recuperar um pouco do seu prestígio local, perdido na época das recentes controvérsias nacionalistas.
A sua vida social, ainda que restrita, não estava de todo negligenciada. Ele tinha muitos amigos calorosos e admiradores fervorosos, tanto entre os jovens rapazes, quanto entre as moças de Nazaré.

Em setembro, Isabel e João vieram visitar a família em Nazaré. João tendo perdido o seu pai, tinha a intenção de voltar para as colinas da Judéia e ocupar-se da agricultura e cuidar de rebanhos, a menos que Jesus o aconselhasse a permanecer em Nazaré para tornar-se carpinteiro ou para fazer alguma outra espécie de trabalho. Eles não sabiam que a família de Nazaré estava praticamente sem nenhum dinheiro. Quanto mais Maria e Isabel conversavam sobre os seus filhos, mais ficavam convencidas de que seria bom para os dois jovens homens trabalharem juntos e verem um pouco mais um ao outro.

Jesus e João tiveram várias conversas; e falaram sobre muitas questões íntimas e pessoais. Quando terminaram esse encontro, decidiram não mais se ver, até que se encontrassem no ministério público depois que “o Pai celeste chamasse” a ambos para os seus trabalhos. João estava tremendamente impressionado por aquilo que vira em Nazaré; e, pois, devia retornar à casa e trabalhar para sustentar a sua mãe. Estava convencido de que seria uma parte da missão da vida de Jesus, mas percebeu que Jesus deveria ocupar-se, por muitos anos ainda, com a criação da sua família; e assim, pois, ele ficava mais contente ainda por retornar à sua casa e estabelecer-se, cuidando da pequena fazenda deles e atendendo às necessidades da sua mãe. E nunca mais João e Jesus se viram, até o dia em que o Filho do Homem apresentou-se para o batismo, no Jordão.

No dia 3 de dezembro desse ano, um sábado, à tarde, pela segunda vez, a morte atingiu essa família de Nazaré. O pequeno Amós, o irmão bebê, morreu depois de ficar doente por uma semana, com uma febre alta. Depois de passar o tempo da tristeza, tendo o seu primogênito como único apoio, Maria afinal, no sentido mais pleno, reconheceu Jesus como sendo realmente o chefe da família; e ele estivera realmente sendo digno de sê-lo.

Por quatro anos o padrão de vida deles declinou de fato; ano após ano eles sentiram o aperto crescente da pobreza. No final desse ano enfrentaram uma das mais difíceis experiências de todas as suas árduas lutas. Tiago não tinha ainda começado a ganhar bem, e as despesas de um funeral, somadas a todo o restante, vinha consterná-los ainda mais. Jesus, todavia, diria apenas à sua mãe, ansiosa e triste: “Mãe Maria, a tristeza não vai nos ajudar; estamos todos dando o melhor de nós, e o sorriso da mãe bem que poderia nos inspirar a fazer ainda melhor. Dia a dia somos fortalecidos para essas tarefas, pela nossa esperança de dias melhores que virão”. O seu otimismo sólido e prático era verdadeiramente contagiante; todas as crianças viviam em uma atmosfera de antecipação de tempos melhores e de coisas melhores. E a coragem esperançosa de Jesus contribuiu poderosamente para o desenvolvimento de caracteres fortes e nobres, a despeito da pobreza deprimente que atravessavam.

Jesus possuía a capacidade de mobilizar efetivamente todos os seus poderes da mente, da alma e do corpo, para a tarefa imediatamente à mão. Ele podia concentrar a sua mente em profundos pensamentos, no problema que queria resolver, e isso, junto com a sua paciência inexaurível, fazia-o capaz de resistir serenamente às provações de uma existência mortal difícil – de viver como se estivesse “vendo Aquele que é Invisível”.

4. O DÉCIMO NONO ANO (13 d.C.)

Nessa época, Jesus e Maria estavam entendendo-se muito melhor. Ela considerava-o menos como um filho; ele tinha transformado-se mais em um pai para os filhos dela. A vida de cada dia estava repleta de dificuldades práticas e imediatas. Eles falavam menos frequentemente da obra da sua vida, com o passar do tempo, e o pensamento de cada um deles estava devotado de ambas as partes ao sustento e à criação da família de quatro garotos e três meninas.

No começo desse ano, Jesus tinha conquistado totalmente a aceitação da sua mãe para os seus métodos na educação das crianças – o estímulo positivo para que fizessem o bem, em lugar do velho método judeu de proibir de fazer o mal. Na sua casa, e em toda a sua carreira de ensinamento público, Jesus invariavelmente empregou a forma positiva de exortação. Sempre, e em todos os lugares, ele dizia: “Tu devias fazer isso – deverias fazer aquilo. Ele nunca empregava o modo negativo de ensinar, que se derivava de tabus antigos. Ele evitava colocar ênfase no mal, proibindo-o, e ao mesmo tempo exaltava o bem por exigir que ele fosse feito. A hora da prece no seu lar era a ocasião para discutir toda e qualquer coisa relativa ao bem-estar da família.

Jesus tão sabiamente disciplinou os seus irmãos e irmãs, desde a mais tenra idade, que pouca ou quase nenhuma punição jamais se fazia necessária para assegurar a obediência pronta e sincera deles. A única exceção era Judá, a quem, em diversas ocasiões, Jesus julgou necessário impor penalidades, pelas suas infrações às regras da casa. Em três ocasiões, quando foi considerado sábio punir Judá por violações deliberadas e confessas das regras de conduta da família, a sua punição foi fixada por decisão unânime dos irmãos mais velhos, sendo consentida pelo próprio Judá, antes de ser ministrada.

Ao mesmo tempo em que Jesus era muito metódico e sistemático, em tudo o que fazia, havia também, em todas as suas decisões administrativas, uma elasticidade benevolente de interpretação e uma individualidade de adaptação que impressionavam muito a todas crianças, pelo espírito de justiça com que atuava o seu pai-irmão. Ele nunca disciplinava os seus irmãos e irmãs arbitrariamente, e essa equanimidade uniforme e essa consideração pessoal faziam com que Jesus fosse muito querido por toda a sua família.

Tiago e Simão cresceram tentando seguir o plano de Jesus, de aplacar os seus companheiros belicosos, e, algumas vezes irados, pela persuasão e pela não-resistência, no que haviam tido bastante êxito; mas José e Judá, ao mesmo tempo em que consentiam nessa educação em casa, apressavam-se em defender a si próprios, quando atacados pelos seus camaradas; Judá em particular era culpado de violar o espírito desses ensinamentos. A não-resistência, porém, não era uma regra da família. Nenhuma penalidade estava relacionada à violação dos ensinamentos pessoais.

Em geral, todas as crianças, e particularmente as meninas, consultavam Jesus sobre os problemas da sua infância e confiavam nele exatamente como teriam feito com um pai afeiçoado.
Tiago crescia como um jovem bem equilibrado e de bom temperamento mesmo, mas ele não era inclinado, como Jesus, para a espiritualidade. Ele era um estudante melhor do que José, que, ainda que sendo um trabalhador fiel, tinha uma mente ainda menos espiritualizada. José era laborioso e não tinha aptidões intelectuais, no mesmo nível das outras crianças. Simão era um menino bem-intencionado, mas muito sonhador. Ele foi lento para se estabelecer na vida e era a causa de uma ansiedade considerável para Jesus e Maria. Mas foi sempre um menino bom e bem-intencionado. Judá era um pavio de fogo. Possuía o mais alto dos ideais, mas tinha um temperamento pouco estável. Apresentava toda a determinação e o dinamismo da sua mãe, e mais ainda, mas faltava-lhe o senso da proporção e a discrição dela.

Míriam era uma filha bem equilibrada e de cabeça sensata, com uma apreciação aguçada das coisas nobres e espirituais. Marta era lenta de pensamento e ação, mas uma criança muito confiável e eficiente. O bebê Rute era o raio de sol da casa; embora impensada para falar, era muito sincera de coração. Ela simplesmente adorava o seu irmão maior e pai. Mas eles não a estragaram com mimos. Ela era uma criança linda, mas não tão formosa quanto Míriam, que era a beleza da família, se não da cidade.

Com o passar do tempo, Jesus fez bastante para liberalizar e modificar a educação e as práticas da família, no que dizia respeito à observação do sábado e em muitos outros aspectos da religião e, para todas essas mudanças, Maria deu um consentimento sincero. Jesus tinha-se transformado, nessa época, no chefe inquestionável da casa.
Nesse ano, Judá começou a ir à escola e foi necessário que Jesus vendesse a sua harpa, com o intuito de fazer frente a essas despesas. E assim desapareceu o último dos seus prazeres de recreação. Ele gostava muito de tocar harpa quando estava com a mente cansada e o corpo exaurido, mas consolou-se com o pensamento de que ao menos a harpa estaria a salvo de ser apreendida pelo coletor de impostos.

5. REBECA, A FILHA DE ESDRAS

Embora Jesus fosse pobre, o seu nível social em Nazaré não era de forma nenhuma prejudicado. Ele era um dos jovens mais destacados da cidade e era altamente considerado pela maioria das moças. Posto que Jesus era um espécime tão esplêndido de robustez física e de desenvolvimento intelectual masculino, e, considerando a sua reputação de líder espiritual, não era de se estranhar que Rebeca, a filha mais velha de Esdras, o abastado mercador e comerciante de Nazaré, descobrisse que, aos poucos, estava apaixonando-se por esse filho de José. Inicialmente ela confessou o seu afeto a Míriam, irmã de Jesus, e Míriam por sua vez falou sobre isso com a sua mãe. Maria ficou bastante transtornada. Estaria a ponto de perder o seu filho, logo agora que se tornara o chefe indispensável da família? Será que os problemas nunca acabariam? O que mais poderia acontecer? E, então, ela parou para pensar sobre o efeito que o casamento teria na carreira futura de Jesus; lembrava-se, não frequentemente, mas algumas vezes pelo menos, do fato de Jesus ser um “filho prometido”. Depois que ela e Míriam conversaram sobre essa questão, decidiram fazer um esforço para acabar com aquilo, antes que Jesus soubesse; e foram diretamente a Rebeca, colocando toda a história diante dela, dizendo honestamente sobre a crença que tinham de que Jesus era um filho do destino; de que ele deveria tornar-se um grande líder religioso, talvez o Messias.

Rebeca escutou bastante atenta; e ficara fascinada com o que lhe diziam e, mais do que nunca, determinada a tentar a sorte com esse homem da sua escolha e compartilhar com ele a sua carreira de liderança. Ela argumentou (para si própria) que um homem, por ser assim, necessitaria, ainda mais, de uma esposa fiel e eficiente. Ela interpretou os esforços que Maria fizera para dissuadi-la como uma reação natural pelo medo de perder o único apoio e o chefe da família; mas, sabendo que o seu pai aprovava a sua atração pelo filho do carpinteiro, ela reconheceu que era justo que ele tivesse a satisfação de poder suprir a família com uma renda suficiente para compensar plenamente a perda dos ganhos de Jesus. Quando o seu pai concordou com esse plano, Rebeca teve outras conversas com Maria e Míriam e, quando viu que não conseguiria o apoio delas, ela tomou coragem para ir diretamente a Jesus. E o fez, com a cooperação do seu pai, que convidou Jesus à sua casa para a comemoração do décimo sétimo aniversário de Rebeca.

Jesus ouviu atenta e compassivamente a exposição daquelas coisas, feita primeiro pelo pai, e depois pela própria Rebeca. Ele respondeu gentilmente que, com efeito, nenhuma soma de dinheiro poderia tomar o lugar da sua obrigação de criar pessoalmente a família do seu pai, de “cumprir o mais sagrado de todos os encargos humanos – a lealdade à sua própria carne e sangue”. O pai de Rebeca ficou profundamente tocado pela devoção de Jesus à família e retirou-se da conversa. A única observação que fez a Maria, a sua esposa, foi: “Não podemos tê-lo como filho; ele é nobre demais para nós”.

E então começou aquela conversa extraordinária com Rebeca. Até então, na sua vida, Jesus fizera pouca distinção na sua relação com os meninos e as meninas, com os jovens e as moças. Tinha estado muito ocupado com a premência das questões terrenas e práticas, e a sua mente estivera intrigada demais com a contemplação da sua carreira eventual “de cuidar dos assuntos do seu Pai”, para que ele pudesse chegar a considerar com seriedade a consumação de um amor pessoal, em um casamento humano. Agora, no entanto, ele estava frente a frente com mais um desses problemas com os quais todos os seres humanos comuns têm de confrontar-se e optar. De fato foi ele “testado, sob todos os aspectos, como vós o sois”.

Depois de escutar com atenção, ele agradeceu sinceramente a Rebeca, pela admiração que exprimira, acrescentando, “isso irá alegrar-me e confortar-me por todos os dias da minha vida”. E explicou que não era livre para, com qualquer mulher, ingressar em relações, a não ser aquelas de uma consideração de irmandade simples e de pura amizade. Deixou claro que o seu primeiro e mais importante dever era criar a família do seu pai, que ele não poderia considerar o casamento até que o seu dever estivesse cumprido; e, então, acrescentou: “Se sou um filho predestinado, não devo assumir obrigações que durem toda uma vida; até o momento em que o meu destino se torne manifestado”.

Rebeca ficou com o coração partido. Não aceitou ser consolada e insistiu com o seu pai para que se mudassem de Nazaré, até que finalmente ele consentiu em mudar-se para Séforis. Nos anos que se seguiram, aos muitos homens que queriam a sua mão em casamento, Rebeca não tinha senão uma resposta. Vivia para um só propósito: o de aguardar a hora em que aquele, que para ela era o maior homem que jamais vivera, começasse a sua carreira como um mestre da verdade viva. E ela seguiu-o com devoção durante os seus anos memoráveis de trabalho público, estando presente (sem que Jesus a percebesse) naquele dia em que ele chegou triunfalmente em Jerusalém; e ela permaneceu “entre as outras mulheres”, ao lado de Maria, naquela tarde fatídica e trágica em que o Filho do Homem estava na cruz, pois, para ela, bem como para mundos incontáveis no alto, ele era “o único digno do amor total e o maior entre dez mil”.

6. O SEU VIGÉSIMO ANO (14 d.C.)

A história do amor de Rebeca por Jesus foi sussurrada em toda a Nazaré e, mais tarde, em Cafarnaum, de um modo tal que, se bem que nos anos que viriam muitas mulheres tivessem amado a Jesus, como os homens o amaram, ele não teria novamente que rejeitar a oferta pessoal da devoção de outra mulher de bem. Dessa época em diante o afeto humano por Jesus pertencia mais à natureza da adoração e da consideração cultuadora. Tanto homens quanto mulheres o amavam com devoção e pelo que ele era, não com qualquer intenção de satisfação própria nem com desejo de posse por afeto. Mas, durante muitos anos, sempre que a história da personalidade humana de Jesus era contada, a devoção de Rebeca seria relatada.

Míriam, sabendo plenamente sobre o caso de Rebeca e sabendo que o seu irmão havia renunciado, mesmo, ao amor de uma bela moça (ainda que nem imaginando o que seria a sua carreira futura como predestinado), veio a idealizar Jesus e a amá-lo com a afeição tocante e profunda que se dedica a um pai bem como a um irmão.
Ainda que não tivesse condições para tal, Jesus teve um estranho desejo de ir a Jerusalém para a Páscoa. A sua mãe, sabendo da sua recente experiência com Rebeca, sabiamente o encorajou a fazer tal viagem. Ele não estava consciente disso, mas o que mais queria era uma oportunidade de conversar com Lázaro e de estar com Marta e Maria. Depois da sua própria família, era a esses três que ele mais amava.

Ao fazer essa viagem a Jerusalém, ele foi pelo caminho de Meguido, Antipátris e Lida, em parte seguindo pela mesma rota pela qual tinha passado quando, do seu retorno do Egito, havia sido trazido de volta a Nazaré. Gastou quatro dias para ir à Páscoa e refletiu bastante sobre os acontecimentos passados, que tinham tido lugar em Meguido e nos seus arredores, campo de batalha internacional da Palestina.

Jesus passou por Jerusalém, parando apenas para olhar o templo e as multidões de visitantes. Teve uma aversão estranha e crescente por esse templo construído por Herodes, com o seu sacerdócio designado politicamente. Ele queria mais que tudo ver Lázaro, Marta e Maria. Lázaro tinha a mesma idade de Jesus e agora era o chefe da casa; na época dessa visita, a mãe de Lázaro havia morrido também. Marta era um ano e pouco mais velha que Jesus, enquanto Maria era dois anos mais nova. E Jesus era o ideal, idolatrado por todos os três.

Nessa visita ocorreu uma dessas manifestações periódicas de rebelião contra a tradição – a expressão do ressentimento por aquelas práticas cerimoniais que Jesus considerava representarem mal o seu Pai do céu. Não sabendo que Jesus estava vindo, Lázaro tinha arranjado para celebrar a Páscoa com amigos, em uma aldeia vizinha, na estrada de Jericó. Jesus então propôs que celebrassem a festa onde eles estavam, na casa de Lázaro. “Mas”, disse Lázaro, “não temos um cordeiro pascal”. E então Jesus começou uma dissertação prolongada e convincente, para mostrar que o Pai no céu não estava verdadeiramente interessado nesses rituais infantis e sem sentido. Depois de uma prece solene e fervorosa, eles levantaram-se e Jesus disse: “Deixai que as mentes pueris e obscuras do meu povo sirvam ao seu Deus como Moisés mandava; é melhor que o façam, mas nós, que vimos a luz da vida, cessemos de aproximar-nos do nosso Pai pelo caminho escuro da morte. Sejamos livres no conhecimento da verdade do amor eterno do nosso Pai eterno”.

Naquele anoitecer, à hora do crepúsculo, esses quatro assentaram-se e partilharam a primeira festa da Páscoa jamais celebrada por devotos judeus sem o cordeiro pascal. O pão sem levedo e o vinho tinham sido preparados para essa Páscoa e, esses símbolos aos quais Jesus chamou de “o pão da vida” e “a água da vida”, ele os serviu aos seus companheiros e eles comeram, adequando-se solenemente aos ensinamentos que acabavam de ser ministrados. Jesus passou então a ter o hábito de fazer esse ritual de sacramento quando, depois disso, ele fazia visitas a Betânia. Quando voltou para a casa, ele contou tudo isso à sua mãe. Ela ficou chocada, inicialmente, mas gradualmente conseguiu compartilhar daquele ponto de vista; entretanto, ficou muito aliviada quando Jesus assegurou-lhe que não tinha a intenção de introduzir essa nova idéia da Páscoa na própria família. Em casa, com as crianças, ele continuou, ano após ano, a comer durante a Páscoa “segundo a lei de Moisés”.

Foi durante esse ano que Maria teve uma longa conversa com Jesus sobre o casamento. Ela perguntou-lhe francamente se ele se casaria, caso ficasse livre das suas responsabilidades com a família. Jesus explicou a ela que, desde que o dever imediato proibia o seu casamento, ele não tinha pensado muito nisso. Ele expressara-se como se duvidasse de que jamais fosse chegar ao estado de ter de casar-se; e disse que essas coisas deviam esperar “a minha hora”, o momento em que “o trabalho do meu Pai deve começar”. Tendo já estabelecido na sua mente que não seria pai de crianças na carne, ele tinha pensado pouquíssimo sobre essa questão do casamento humano.

Nesse ano, ele retomou a tarefa de fundir mais ainda as suas naturezas mortal e divina, em uma individualidade humana única e efetiva. E continuou a crescer em estatura moral e em compreensão espiritual.

Se bem que todas as propriedades de Nazaré (exceto a casa deles) tivessem sido já liquidadas, nesse ano eles receberam uma pequena ajuda financeira, da venda de uma pequena participação em uma propriedade em Cafarnaum. Essa era a última de todas as propriedades imobiliárias de José. Esse negócio imobiliário em Cafarnaum foi feito com um construtor de barcos de nome Zebedeu.

José graduou-se na escola da sinagoga, nesse ano, e preparou-se para começar a trabalhar na pequena bancada na oficina de carpinteiro da casa. Apesar de as propriedades do pai deles haverem acabado, surgia a perspectiva de poderem lutar com êxito contra a pobreza, já que três deles agora trabalhavam regularmente.

Jesus rapidamente estava tornando-se um homem feito, não apenas um jovem, mas um adulto. Aprendeu a suportar a responsabilidade; e sabia já como perseverar na presença de decepções. Ele comportava-se bravamente, quando os seus planos eram contrariados e os seus propósitos temporariamente derrotados. Aprendeu como ser equânime e justo, mesmo, diante da injustiça. Ele estava aprendendo como ajustar os seus ideais de vida espiritual às demandas práticas da existência terrena. Estava aprendendo como planejar a realização de uma meta mais elevada e distante, de idealismo, enquanto labutava honestamente para a realização de um fim de alcance mais imediato, por necessidade. Estava adquirindo com desenvoltura a arte de ajustar as suas aspirações às demandas banais da condição humana. Já praticamente conquistara a mestria da técnica de utilizar a energia do impulso espiritual para fazer girar o mecanismo da realização material. Estava lentamente aprendendo como viver a vida celeste, enquanto continuava a sua existência terrena. Mais e mais ele acolhe o direcionamento último do seu Pai celeste, enquanto assume o papel paterno de guiar e direcionar as crianças da sua família terrena. Tornava-se experiente em arrancar a vitória do âmago da própria mandíbula da derrota; estava aprendendo como transformar as dificuldades do tempo nos triunfos da eternidade.

E assim, com o passar dos anos, este jovem de Nazaré continuava experienciando a vida como é vivida na carne mortal, nos mundos do tempo e do espaço. Ele viveu uma vida plena, representativa e repleta em Urântia. E deixou este mundo já amadurecido e tendo a experiência pela qual as suas criaturas passam durante os curtos mas árduos anos da primeira vida delas, a vida na carne. E toda esta experiência humana é uma posse eterna do Soberano do Universo. Ele é o nosso irmão compreensivo, o amigo compassivo, o soberano experiente e o pai misericordioso.

Quando criança, ele acumulara um vasto corpo de conhecimentos; enquanto jovem, ele ordenou, classificou e correlacionou essas informações; e agora, como homem deste reino, ele começa a organizar essas posições mentais, preparatórias que são, para utilizá-las nos seus ensinamentos posteriores, na ministração e no serviço em prol dos seus irmãos mortais deste mundo e de todas as outras esferas habitadas do universo inteiro de Nébadon.

Nascido no mundo como um menino do reino, ele viveu a sua infância e passou pelos estágios sucessivos da adolescência e da juventude; e agora ele está no umbral da plena idade madura, enriquecido com a experiência de uma vida de homem, repleta do entendimento da natureza humana, e plena de compaixão pelas fragilidades dessa natureza. Ele está transformando-se em um especialista na arte divina de revelar o seu Pai do Paraíso, para todas as idades e estágios de criaturas mortais.

E agora, como um homem plenamente desenvolvido – um adulto deste reino –, ele prepara-se para continuar a sua missão suprema de revelar Deus aos homens e de conduzir os homens a Deus.

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